XIV

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Emilly narrando:

- Ela já se acalmou? - perguntei vendo minha mãe entrando pela cozinha enquanto tomo meu suco de goiaba.

- Continua chamando por um tal de Lord, é isso! - falou se sentando ao meu lado.

- É o marido dela pelo que ela me disse, mãe. Estou preocupada com ela, ela me disse que odeia a própria filha por ser menina e nossa, como uma mãe diz isso? - perguntei totalmente indignada independentemente do sexo de nossos filhos, são nossos filhos e devemos proporcionar igual amor.

- As mães não são iguais, querida. Disso não tenho dúvida. Eu não consigo entender também como é que certas mães não amam os próprios filhos depois de todas as coisas que passam por seu filho antes e durante o parto.

- A Lindsey não é tão diferente da minha mãe... Sei lá, foi só Danny morrer para que ela mudasse comigo! Talvez Lindsey e ela se entendessem muito bem.

- Ei, não fique triste por isso, não devemos nem podemos lamentar o passado. Me ouviu?

- Sim... Eu vou tentar não pensar nisso.

- Disseram que eu podia entrar.

Olhei para a porta da cozinha de onde saiu a voz e vi o Mark parado nos olhando atentamente alertando que ele já chegou à um tempo.

- Já entrou mesmo. O que quer? - perguntei.

- Emilly, não é assim que recebemos nossos visitantes. Quer dizer ele é bem vindo em nossa casa?

- Não sei, talvez.

- Então senhor, seja bem-vindo e aconcheguesse*

Ele caminhou até nós e sentou-se do meu lado. Apenas me encarando.

- A cordialidade, também não é seu forte Emilly. - concentrou seu olhar no meu esperando minha suposta resposta.

- Tenho coisas a fazer, licença. - a Mary saiu de seguida da cozinha nos deixando a sós.

- Não se engane, a pessoa precisa ser importante para que eu o seja. - finalmente respondi.

- Conflito de interesses, menina! - disse tocando levemente em meu braço.

- Eu chamaria de relevação* de importância. - me soltei.

- Nesse caso, então o tratamento comigo já deveria mudar não acha? - sorriu fracamente. - Mas, vou continuar esperando.

- O que fazes aqui?

- Vim te ver...

- Já viu, então já pode ir para sua casa e beber, que é a única coisa que sabes fazer.

- Emilly, Emilly! Você se torna cada vez mais grossa, como consegue? Até eu fico com um pouco de medo de você.

- Vai se catar, e bem longe da minha casa.

- E eu aqui pensando em me catar bem no seu quarto com você por baixo. Como fico?

- Estás me desrespeitando. - falei abanando* a cabeça e segurando um riso que insiste em dar as caras.

Ele continua me encarando sem dizer uma palavra sequer. Seu olhar parece profundo demais, como se estivesse examinando meu rosto. E estivesse preparando um diagnóstico.

- Vai ficar encarando por quanto tempo? Eu tenho coisas a fazer e tu também então a porta da rua é serventia da casa. Entendeu? - abanou a cabeça e nada respondeu.

Levantou-se olhou para a porta da cozinha e voltou seu olhar a mim.

- Você me deixa louco, Emilly! Sabe o que eu imagino todos os dias? Você implorando eu esteja dentro de você! - respirou em meu cabelo sutilmente.

- Fique bem, Emilly! Eu vou mas volto, pra ficar em cima de você! Literalmente. - sorriu.

- Vou denunciar você por assédio.

Saiu caminhando lentamente e eu continuei sentada e rebuscando a respiração outrora sustida*. Quê tensão esse idiota provoca em mim.

- Que assédio que nada... - exasperei*

...

Estamos na cozinha eu e Mary fazendo o jantar, eu cortando os legumes e ela preparando o peixe.

Mary olhou pra mim e deixou sair um sorriso incriminador*.

- O que foi? - perguntei com receio pois não sei se devo mesmo perguntar acerca de seu riso.

- Não vai falar sobre o rapaz? Eu vi como se olhavam... - olhei pra ela meio assustada.

- Que tipo de olhares Mãe? Eu meio que odeio ele. E entre nós só há uma relação de colegas e mais nada. Não veja coisas onde não tem. Certo? - parei de cortar o tomate e fiquei olhando pra ela atentamente enquanto esperava sua resposta.

- Você não me engana. Pra quem odeia, estão muito juntinhos. Não achas? - sorri.

- Juntinhos como? Aí já estás a delirar, Mary? - sorri de nervoso.

- Ele veio cá em casa ver como você está? Já que não foi trabalhar, isso não é estar juntos? Diz aí? O que já rolou?

Rolou um beijo, tensão sexual e mais nada.

- Problemas... muitos problemas entre a gente. É que não suporto ele. Sabe, ele é muito idiota, muito provocativo, e eu sofro assédio com ele. - um sorriso escapuliu de meus lábios após dizer assédio.

- Do que está rindo? - olhou pra mim intrigada.

Então resolvo falar com ela de verdade.

- Eu acho que gosto dele, Mary. - parei de cortar o tomate e apenas fiquei concentrando ele, enquanto esperava ela se pronunciar.

- Minha filha. E o que vai fazer? - olhei pra ela sem saber o que responder.

- Não sei. Quer dizer, não farei nada. Não pretendo fazer alguma coisa. Principalmente pelo Mark, vou esperar esse sentimento passar.

- Tens certeza? É que você merece ser feliz. Faz tanto tempo que o Endrew se foi.

- Pois, mas não é o momento pra mim.

Não é mesmo. Preciso me concentrar em outras coisas, em meus filhos e eu não enxergo um futuro com o Mark. Ele é do tipo que só quer brincar com os sentimentos de alguém. E, Deus me livre de sofrer por homem.

- Mary, quero ficar o mais longe possível dos homens. Mas, o Mark é meu colega e fica bem difícil. É que ele me causa uma tensão do crlh* - ela sorriu

- Siga seu coração.

- Essa merda anda à toa. - sorriu de novo.

...

Oi! Eu de novo.
Dêem vossas opiniões. O que estão achando?

Minha Gótica Favorita - 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora