VIII - Sabores

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Emilly narrando:

- Desculpa ter invadido sua casa. É que não sabia onde ir. - ele olhou para mim por segundos, analisando meu rosto. Sua expressão era meio que de segurança de ganho ou coisa do género.

Ele andou até enquanto eu me levantava, soltou um sorriso Fraco e pegou na minha mão.

- Obrigado por vir.

Como assim?

- Eu precisava de falar com alguém Emilly e você chegou num momento certo.

- Sério? - ele abaixou o resto e logo levantou. - Você pode falar.

- Estou apaixonado por... - as palavras ficaram suspensas no ar enquanto ela caminhava até uma mesinha onde tem uma garrafa de whisky.

- Por quem você está apaixonado?

Ele serviu o whisky em dois copos, tenho certeza que um deles é para mim.

- Não bebo. - disse enquanto ele servia, ele apenas sorriu.

- Não te perguntei. Além disso não é tanto.

- Um pouco que pode me fazer mal.

- Não te preocupes, não te fará. Confia em mim.

Confiar? Devo dizê-lo que de todas as pessoas que eu conheço, ele é a pessoa que eu menos confio. É impossível eu confiar em alguém que trabalha ou trabalhou na máfia. Isso vai contra meus princípios.

Mas o Mark? O Mark inspira confiança. Ele é diferente, totalmente diferente de tudo e todos é a mistura de algo muito salgado com outro muito doce. As vezes chega a ser agridoce, uma mistura de sabores. Não quero confiar nele, mas nossa senhora como faço isso?

- Toma. - ele entregou-me o copo e decide receber depois de uns milésimos de segundos tentando negar.

Sentamos no sofá em silêncio. Até ele resolver falar.

- Ela é linda, inteligente, perfeita para mim. - bebeu um pouco do gole. - Só que ela nunca vai querer alguma coisa comigo. Emilly isso me corrói...

Juro que eu daria muita coisa para eu ser a mulher que ele menciona, mas cara é mais provável que eu esteja grávida agora do que ele estar falando de mim. Não que eu goste dele, mas em certos momentos eu penso em alguma possibilidade dele vir a se apaixonar por mim e quem sabe eu também.

Além disso estou a quase 5 anos sozinha, qualquer cara serve.

- Mark, olha para mim. Você é muito lindo e qualquer mulher em sã consciência se apaixonaria por ti.

- É difícil pensar assim, porque ela não é qualquer mulher, Emilly. Ela é diferente!

- Mesmo assim, ela pode apaixonar-se.

- E você?

- Eu o quê?

- Você se apaixonaria por mim?

De todas perguntas que ele poderia fazer ele decide perguntar-me isso? É uma pergunta que não quero, não devo e nem penso em responder.
Deixaria minha vulnerabilidade fora, se eu preferisse o sim. Já que é o que penso sempre, a possibilidade de eu me apaixonar por ele. E com toda certeza não vou responder. Não de todo.

- Emilly, não vai responder?

- Essa pergunta não é relevante.

- Você quer que eu te diga por quem estou apaixonado?

- Não precisa, isso é assunto teu e não me diz respeito. Já vou para minha casa.

- Você precisava de mim, eu acho. Para o que era?

Na verdade não precisava de algo específico só saí para desanuviar e decide vir para sua após conduzir pela cidade por uns 30 minutos. Além disso tive uma pequena briga com Mary por conta da minha solidão e ele é um potencial partido se eu quiser deixar de ser só.

- Agora já não importa. - levantei e ele também. Eu ia andando quando ele me Interpelou.

- Emilly, você sabe ser diferente sempre. Você sempre extrapola as expectativas, luta por seus ideais. Apronta como ninguém e és super afrontosa. Como é possível teres medo de expor seus sentimentos?

- Prefiro eles guardados. O que o povo sabe, dura pouco.

É mais uma armadura que uso. Sentimentos são bons mas certas vezes só nos magoam. Quando eu não tinha esses sentimentos eu era mais feliz. Se eu não tivesse conhecido o Endrew tudo seria diferente, tudo.

- O povo não sabe de nós. - ele sussurra em meu ouvido.

Nossa! Como isso mexe comigo. Sempre que ele fala no meu ouvido é uma faísca electrizante, é algo intenso. Esse cara mexe mesmo comigo.

- Nós o quê? Não invente okay?! E me deixa ir.

- E se eu não te deixar ir? O que você faria? É que estou com certos pensamentos na minha cabeça.

- Se não me deixar passar ataco seu pénis, idiota.

- Emilly como eu te amo. - sorri, de certeza que por eu ter proferido a palavra, pénis, idiota. - Mas você aqui não passa.

- Okay. - olhei para trás mas logo voltei minha atenção para sua partes de baixo e dei um pontapé nele.

Ele abaixou se contorcendo de dor enquanto me dirigi para porta e fui embora.

Idiota! Achou que eu estava brincando.

***

Olá! Tudo bom?
Mais um capítulo, que sabores hein 😂😂

Minha Gótica Favorita - 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora