"Água benta
Não pode te ajudar agora
Mil exércitos não puderam me conter
Não quero o seu dinheiro
Não quero a sua coroa
Veja, eu tenho que queimar o seu reino inteiro".
Seven Devil, Florence and the Machine.
Fonte: Google.
Na privacidade daquele canto da igreja, dois homens continuavam conversando. O mais alto, em seu papel de padre, tentava com toda a sua alma ser um bom guia para o mais baixo, no papel da ovelha que se desviou do seu rebanho.
— Minha mãe quer que você cure a minha homossexualidade. Se você conseguir, o meu pai vai voltar a falar comigo, vou ter amigos na faculdade de novo, vou casar, ter filhos, as pessoas não falarão mais de mim pelas minhas costas e quando eu morrer velho estarei rodeado de netos, e vou direto para o céu. — o jovem esclareceu.
— Você quer deixar de ser homossexual, Kyungsoo?
O jovem mencionado olhou para um ponto no chão, onde se refugiava quando não podia — ou queria — olhar diretamente para Jongin.
— Sim — ele sussurrou fazendo com que o padre repetisse a sua resposta em um esforço para validar o que ele tinha ouvido. — Sim, na verdade, eu tentei não ser durante toda a minha vida, mas o que eu posso fazer? Isto não é uma escolha.
— Kyungsoo, se você permitir que Deus entre — o jovem interrompeu-o quando bufou seguido de um sorriso petulante —... Que Deus entre em seu coração e cure você — continuou o sacerdote —, Ele poderia pegar as coisas que estão erradas em sua vida e transformá-las em presentes maravilhosos...
— A culpa é minha? — Kyungsoo perguntou com voz afetada e um gesto melancólico.
— Talvez você não tenha entregado a sua vida a Cristo e...
Kyungsoo caiu de joelhos até estar em frente à Jongin e segurando-o pelos tornozelos, enquanto implorava.
— Padre! Ah, padre Kim! Me ajude! Salva-me, padre Kim!
— Fique tranquilo, filho meu — disse Jongin levando uma mão a cabeça do jovem desesperado. — Tudo o que está nas mãos do Senhor será curado.
— Foi minha culpa! — gritou rouco. — Eu sou um pecador, padre! — Então Kyungsoo deslizou as mãos por debaixo da batina de Jongin até segurar seus joelhos com força enquanto continuava choramingando. —... Mas veja, padrezinho, eu não consigo me controlar. Toda vez que eu vejo um homem, nasce essa sensação no meu peito...
— Acalme-se, Kyungsoo! Não se desespere! — Jongin rogava enquanto tentava se livrar daquele jovem que quase se abrigava sob a sua batina.
— Essa sensação de me jogar aos seus pés, de me enfiar debaixo das suas roupas, padre, e tocar o seu pênis — explicou ele enquanto deslizava as mãos pelas coxas de Jongin.
O padre se levantou num pulo, não conseguindo se afastar muito, pois Kyungsoo estava ajoelhado na frente dele, com o rosto exatamente na frente do seu sexo. Kyungsoo levantou a cabeça para ver o rosto avermelhado do padre.
O jovem sentia-se dominado pela raiva acumulada por tanto tempo de modo que teve coragem de continuar com a sua brincadeira e, aproveitando a sua posição, introduziu ainda mais o braço debaixo da batina até encontrar os genitais de Jongin e apertá-los sem pudor. No momento em que o clérigo tentou se afastar, Kyungsoo apertou com mais força, fazendo com que o pênis ficasse ereto. Quando o ousado jovem notou que o padre Kim estava endurecendo sob a sua mão ele não ficou menos surpreso do que o próprio padre.
Foram alguns segundos cheios de tensão até que o menor recebeu um forte tapa no rosto que o fez cair no chão. O garoto levou uma mão até sua bochecha e logo olhou para o seu agressor que tremia na sua frente.
— O que está fazendo?! Enlouqueceu?!
— Padre de merda! — disse. — Me agride emocional e fisicamente. É assim que você vai me curar? Eu não vejo diferença no tratamento que me dão em casa, exceto que o meu pai não fica duro quando me bate.
Kyungsoo saiu do escritório batendo a porta. Jongin caiu em sua grande cadeira e levou uma mão ao seu peito que batia enlouquecido. Ele tentou orar, mas a sua ereção não o deixava concentrar-se. Jongin estava duro como jamais tinha estado e demorou mais tempo para conseguir se controlar do que se lembrava que era em sua adolescência. Ninguém jamais o havia tocado de uma maneira tão indecente.
Nessa noite o clima era ótimo e a comunidade estava tranquila, mas mesmo com todos os confortos, Jongin não conseguia dormir bem. Durante os seus anos de estudo, ele havia aprendido que a homossexualidade era um pecado tão ruim quanto qualquer outro e algumas vezes ele tinha confessado algumas pessoas arrependidas por ter se deixado levar pela luxúria com alguém do mesmo sexo, porém, Jongin nunca antes tinha sido confrontado desta maneira. O atormentava, principalmente, porque o seu corpo reagiu a um toque tão inapropriado. Jongin pediu a Deus que lhe desse sabedoria e entendimento para poder ajudar Kyungsoo e fortalecer a sua própria fé. Ninguém no seminário havia lhe contado nada similar àquele caso e ele tinha pouca experiência, ele mal tinha acabado de completar 29 anos! E mesmo com tudo isso, Jongin não estava preparado para ver aquele jovem na primeira fila da missa no domingo seguinte, perfurando-o com o olhar e acompanhado por sua mãe, como na primeira vez.
Jongin começou a suar sob a sua túnica quando observou que depois da cerimônia religiosa, ambos o esperavam para falar consigo, ele pensou que, se a primeira reunião não foi boa, a segunda seria pior.
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PecaminoSoo - Religare I [Tradução PT-BR]
FanfictionKim Jongin respondeu ao chamado da fé, e é por isso que agora ele é um sacerdote cristão apostólico recém-saído do seminário. Depois da sua segunda missa na província na qual foi chamado para servir, ele recebe o pedido de uma de suas paroquianas: "...