"Aquele sou eu no canto
Aquele sou eu no centro das atenções
Perdendo minha fé
Tentando te acompanhar
E eu não sei se consigo fazer isso".
Losing My Religion, R.E.M.
Fonte: Kkaisoong.
O sacerdote o atraiu de maneira irremediável, fazendo-o perder a pouca sanidade que tinha. Kyungsoo o beijou apaixonadamente, como se fosse a sua última vez e era possível que fosse, ele nunca antes tinha desejado tanto tomar tudo de uma pessoa; Kyungsoo o abraçava pela cabeça enquanto friccionava seu corpo contra Jongin, ele estava prestes a começar a gemer quando ouviu alguém entrar no outro lado do confessionário que ele tinha abandonado há alguns minutos. O presbítero se apressou em fechar a pequena cortina de tecido roxo.
— Padre, me perdoe porque eu pequei — o paroquiano suplicou.
Ambos ficaram atônitos, eles mal se atreviam a respirar com seus rostos suados e perto demais um do outro, com seus corpos trêmulos a bordo de um abismo.
— Di-diga-me, filho meu — Jongin gaguejou após pigarrear.
— Eu sou homem, mas eu estou... Veja... É que...
O padre e seu acompanhante se entreolharam confusos diante do estado duvidoso daquela repentina companhia, em parte desejando que o homem cuspisse os seus pecados e fosse embora de uma vez.
— O quê? — disse o religioso.
— O assunto é que... Eu sou homossexual.
Kyungsoo estava prestes a rir porque aquilo não podia ser mais louco. Se ele pudesse falar, ele teria irritado Jongin pedindo permissão para convidar aquele paroquiano para a sua festa pecaminosa. O padre cobriu a boca do seu acompanhante para evitar que ele fizesse qualquer barulho que os expusesse.
— Veja, padre — a voz masculina continuo falando do outro lado. — Não é ser gay o que me incomoda, é que, Kyungsoo, a pessoa que eu amo é vítima de assédio por parte de alguns idiotas da universidade, e eu não posso fazer nada para ajudá-lo. Eu moro na casa do meu tio, e ele é homofóbico, enquanto eu não me formar e ir embora deste lugar, eu não posso expressar abertamente quem eu sou.
Kyungsoo estremeceu. Ele tinha ouvido bem? Quem era aquele admirador secreto?
— Você disse "Kyungsoo"? — o padre indagou sem poder acreditar no que estava ouvindo. Que tipo de desígnio era aquele?
— Sim, padre. Eu sei que ele está tendo palestras aqui para deixar de ser gay. É você quem administra?
— Me desculpe, eu não posso responder isso.
— Se é com você, pare, por favor.
— Perdão? Jongin perguntou com um tom mais indignado do que gostaria. Sem perceber, o padre segurou Kyungsoo pela cintura com mais força, como se inconscientemente tentasse impedir que o homem do outro lado do confessionário o arrebatasse.
— Não faça com que ele fique mais confuso, não tente mudar quem ele é. Deixe-o assim, por misericórdia, apenas diga à ele que aguente, que seja forte até que eu possa lutar com ele. Eu sei que isto é segredo de confissão, mas eu permito que você conte à ele. Eu quero que Kyungsoo saiba que ele não está sozinho, mesmo que ele não me conheça, algum dia ele saberá quem eu sou. Até esse dia, padre, não arruíne quem Kyungsoo é, porque ele é perfeito do jeito que é, e se existe um Deus, com certeza ele concorda comigo.
O paroquiano misterioso levantou-se sem esperar que o padre lhe dissesse a sua penitência ou que fizesse o sinal da cruz; o homem saiu com passos seguros e os dois homens que estavam trancados no confessionário ficaram ouvindo os seus passos afastando-se.
Kyungsoo sentia muita curiosidade por saber que existia alguém que tinha estado observando o seu sofrimento há muito tempo, um pequeno aliado entre as sombras que lhe enviava uma mensagem de força. Kyungsoo tinha muita vontade de saber sua identidade, não porque sentia inclinações românticas depois de ouvir essa confissão, mas sim para poder dizer à ele: "Obrigado". Era a primeira vez que alguém ousava sequer pensar que ele poderia ser perfeito.
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PecaminoSoo - Religare I [Tradução PT-BR]
FanfictionKim Jongin respondeu ao chamado da fé, e é por isso que agora ele é um sacerdote cristão apostólico recém-saído do seminário. Depois da sua segunda missa na província na qual foi chamado para servir, ele recebe o pedido de uma de suas paroquianas: "...