"Lá do alto, eu ouvi
Os anjos cantarem para mim
E às vezes em seus olhos
Eu vejo a beleza do mundo
(...) Às vezes as estrelas
Decidem refletir em pétalas na poeira
Quando eu olho em seus olhos
Eu esqueço de tudo o que machuca
(...) Acredito em milagres."
Miracles, Coldplay
Fonte: Google.
Durante a semana inteira, Jongin dormiu pacificamente, sem os terríveis pesadelos e desconfortos que sofria desde que beijou Kyungsoo pela primeira vez. Qualquer pessoa diria que ele está com a consciência limpa, mesmo que não. Trocou sua casula verde por uma roxa, pois logo a época do advento começaria, época de arrependimento, perdão e alegria; em seguida, foi dar a solene missa. Como de costume, Kyungsoo e sua mãe estavam na primeira fileira, e também aquele homem, Chanyeol. O presbítero tentou obrigar-se a não prestar atenção quando Kyungsoo se levantava para cantar com o coro da igreja e o jovem alto o encarava deixando de lado o resto da celebração. Por acaso, ele seria católico, pelo menos? O padre concentrou-se em abençoar as coroas de pinheiro que as famílias haviam apresentado (inclusive a da mãe do seu pequeno pecador). Quando terminou de consagrar as hóstias e segurou o cálice, sua mente foi inundada pela imagem de Kyungsoo banhado em vinho, e rápido a afastou, e em meio ao seu caos mental, a santa missa encerrou-se. A mãe de Kyungsoo se despediu de Chanyeol e levou seu filho para falar com o sacerdote.
— A verdade é que tudo tem estado muito bem, padre Kim. Você tem feito maravilhas com Kyungsoo, mas esse garoto, esse tal de Chanyeol tem ido procurá-lo demais, e até o visita em casa toda noite. Não sei se está tudo bem ele ter um amigo tão próximo. O meu filho já está curado, padre?
O universitário revirou os olhos, sentia muita vontade de esganar a sua mãe e talvez faria isso... Transar com um sacerdote no altar, e cometer matricídio no mesmo lugar não poderia ser pior. Ou poderia? Pelo menos desde o ponto de vista dos outros crentes.
— Mamãe! — reclamou num tom suplicante. — Chanyeol só foi em casa uma vez... e não fizemos nada de mal...
— Você não deveria ter amigos tão próximos logo agora que está começando a se recuperar. Soo, o pecado pode te tentar porque você já foi fraco antes...
— Senhora, não acho que você deva se preocupar com Kyungsoo. Seu filho não está doente e nem possuído, de fato, ele é um homem muito perspicaz e valente — Jongin levou sua mão até a nuca de Kyungsoo num gesto que poderia ser paternal, mas ele realmente estava sendo possessivo. — Por que não deixamos Kyungsoo esperando lá fora? Hoje, eu adoraria conversar com você. Tenho interesse em saber como é que você ainda não se deu conta do rapaz maravilhoso que tem.
O rosto de Kyungsoo ficou intensamente vermelho. Jongin não o tinha visto ficar envergonhado nem sequer quando enfiava os dedos no próprio ânus, mas ao ser defendido diante de sua mãe, o rebelde se tornava um bebê completamente inseguro. E Jongin sentiu ternura por ele. Aquilo era só uma mostra do quanto a sua família o tinha afetado.
O universitário nem sequer conseguia erguer o olhar. Observou Jongin entrar com sua mãe no escritório e a esperou do lado de fora durante duas horas enquanto morria de ansiedade. E quando ela saiu, tinha os olhos chorosos e ignorando-o, andou na frente dele durante todo o caminho até sua casa.
Kyungsoo estava se perguntando sobre o que tinham conversado naquele escritório. Aquele cura definitivamente era um baita de um idiota. Tinha falado todas aquelas coisas na frente de sua mãe, "que ele era um filho maravilhoso" e isso e aquilo... Ele nem sequer o avisou que faria algo assim.
Bobo!
Uma vez em sua casa, pronto para dormir, ele continuava com muitas perguntas zunindo em sua cabeça. Sua mãe entrou em seu quarto, sentou-se na beirada de sua cama, ficou com o olhar esquivo sobre a parede e em silêncio durante alguns segundos.
— Soo... você sabe que eu te amo, certo? — ele não respondeu, nem sequer lembrava a última vez que sua mãe lhe tinha expressado algum afeto. — O padre... Ele me falou muitas coisas que ainda não entendo bem. Disse que você é o melhor homem dessa comunidade... ele disse isso. E quero dizer... "melhor homem", sei que tem piores do que você, mas... ele disse isso. "É o melhor homem dessa comunidade e acredite em mim porque eu tenho confessado a todos". Ele disse que não importa se você é gay ou não, que Deus não te julgaria por isso, mas sim pelo o que você fizer de bom ou mal no mundo. Que tipo de padre diria algo assim?
Kyungsoo quase sorriu diante do quão crédula sua mãe podia ser.
— Um bom, mamãe.
— Não consigo entender exatamente, mas, filho, mesmo que Deus não te julgue, eu gostaria que você continuasse como está agora... — pediu pensando que o jovem tivesse deixado para trás o que ela considerava ser a sua fase homossexual.
— Eu vou continuar exatamente como estou agora, mamãe.
A mulher o abraçou e saiu do quarto, e Kyungsoo começou a rir. Defendê-lo da sua família? Jongin tinha enlouquecido depois de um pouco de sexo! E Kyungsoo começou a chorar logo em seguida. Ele tinha se apaixonado completamente por Jongin depois de um pouco de sexo!
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PecaminoSoo - Religare I [Tradução PT-BR]
FanfictionKim Jongin respondeu ao chamado da fé, e é por isso que agora ele é um sacerdote cristão apostólico recém-saído do seminário. Depois da sua segunda missa na província na qual foi chamado para servir, ele recebe o pedido de uma de suas paroquianas: "...