Capítulo Cinco - O outro alguém no comando

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 Hugo atravessou o portão em frente a praça circular – o vendedor de Mãos da Glória e uma bruxa velha vendendo um Chivato (um pequeno ser criado por magia usado para espantar invasores com seu grito) tentaram fazer negócio – saindo do lado da Amuletos e Jóias Mágicas e do Balaço Desgovernado (uma loja menor de artigos esportivos).

Não olharam para trás até chegarem próximo ao Encantos e Malefícios, onde sentaram-se num dos brancos presentes nos corredores e suspiraram aliviados.

— Você sabe que poção era aquela? — perguntou Hugo.

— Não, mas vou procurar — respondeu Bruna, limpando o suor na testa. — Mas que estranho alguém da República procurar alguém no lado norte. Não duvido que o Denis Vasconcelos não tivesse ela, o Pocionista sempre tem várias poções.

— Se os Colonizadores estiverem dentro da República, acabou pra mim. Acho que posso ser pego a qualquer hora.

— E por que raios Orlando ia estar preocupado com você? Você impediu um plano dele, mas ele é tipo um bruxo muito superior.

— Eu não sei, mas... Eu tô sentindo que vou ver ele de novo. É muito estranho.

Bruna o olhou mais meticulosamente com preocupação, parecendo se preocupar com o que acabara de dizer.

Estendeu sua mão e a passou pelo canto do rosto, causando um estranho arrepio.

— Essa marca... Talvez devesse pedir para Tupakilla dar uma olhada quando a gente voltar pra Castelobruxo — disse ela.

— Eu... Ah... Tá, tá bom.

— Hugo! — gritou alguém ao fim do corredor do mercado. — Pelas barbas de Merlin, eu procurei você por tudo que é canto! Onde você estava?

Assustado, Hugo saltou do lugar e olhou com desespero para Bruna e para o irmão, que estava visivelmente furioso e preocupado.

— Eu me distraí e... Eu estava...

— A gente foi no Arco do Teles comprar umas coisas pra comer, desculpa — disse Bruna, saltando do banco. — Eu que falei pra gente ir lá rapidinho.

— Ah, não tem problema Bruna. Poxa, podia ter me avisado — Breno suspirou, levantando uma dúzia de livros numa sacola branca. — Já comprou tudo? A mãe deve estar maluca por tanta demora.

— Eu... Não, ainda não. Ainda preciso comprar uns pergaminhos, uma pena nova e meu caderno — respondeu Hugo.

— Então vai, vai logo. Vou estar no Cafés e Poções Mágicas, te encontro lá pra ir embora.

Assentindo, Bruna o puxou para longe do rapaz e cruzou os outros corredores em direção a papelaria.

Hugo pegou um caderno novo, um pacote em promoção de trinta rolos de pergaminho por um Vintém e um Jimbo, tinteiros novos e penas de pato comuns.

— Eu não acho que aquele cara seja importante — disse Bruna, enquanto aguardavam na fila. — Mas você tem razão. Orlando pode estar dentro da República. O maluco do Humberto tem opiniões bem parecidas e Marquinhos Sampaio pode estar querendo a mesma coisa.

— Talvez eu devesse me inscrever em Xamanismo também. Não sei se existe isso de marcas poderem me indicar algo.

— Existe sim. Eu li alguma coisa parecida num livro de Defesa Contra as Artes das Trevas, mas acho que esse ferimento não funciona do mesmo jeito. Parece algo que foi feito literalmente pra você carregar a marca do sofrimento, não pra sentir tudo que ele sente.

Saga Castelobruxo - Pratas e Opalas Vol. IIOnde histórias criam vida. Descubra agora