Capítulo 15

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Meu domingo passou tranquilo, quer dizer, tranquilo em partes. Além de ter me indisposto com Anderson que não me permitiu levar meu filho no aniversário de Larissa, pois não queria, como ele falou, "seu filho em um local com pessoas que ele não conhecia".

Até parece, quem vê pensa que ele é um pai hiper preocupado, ele nunca se preocupou onde levava Gabriel, o que ele queria era arrumar um impedimento para eu ir, porém, fui mais esperta. Já que ele não queria que levasse nosso filho, ok, ele ficou cuidando de Gabriel, enquanto eu fui aproveitar um pouco minha vida.

Outra coisa que fez meu domingo não ser assim tão tranquilo foi ter encontrado com Fernanda lá no aniversário. Tudo bem que adorei como nosso "envolvimento" se deu, mas não esperava que ela fosse surtar por eu estar tão à vontade com Leandro, irmão da minha amiga de trabalho. Fiquei meio atordoada com a forma como ela estava desconcertada por ele ter dito que "se apaixonou" por mim à primeira vista, o que me fez até chegar a pensar que ela estava com ciúmes. Que idiota eu sou! Até parece que ela, uma mulher culta, bem colocada financeiramente e profissionalmente, sentiria ciúmes de mim, uma secretária, separada e com um filho pequeno para criar.

Tudo bem que a forma que ela veio falar comigo após ver como estava íntima de Leandro foi passível de dupla interpretação, mas, no fim, acabou esclarecendo que era só uma preocupação de amiga. Achei fofo e, devo admitir, excitante. A forma como ela me arrastou para o banheiro e me possuiu, nossa! Estou bamba até agora.

Apesar dos pesares, acabei aproveitando a festa de Larissa. Leandro é um amor de pessoa, simpático, divertido e com um ótimo papo, adoraria ter mais contato com ele, pena que ele vive em Santa Catarina, onde faz faculdade de Relações Internacionais.

Enfim! No final das contas, me diverti, consegui relaxar, ter um momento íntimo com Fernanda, que estava mais tranquila do que sexta-feira – apesar que, acredito, ainda teremos que conversar sobre o que aconteceu, mas tudo bem – conheci uma pessoa muito legal, ou seja, tive um domingo maravilhoso.

Fui para casa num Uber chamado por Leandro, que fez questão de eu retornar em segurança – não é fofo?! - me sentindo leve e disposta para aguentar a semana que se iniciava com o humor lá em cima. O que eu não esperava era que, ao chegar em casa, meu alto-astral fosse para as cucuias graças a meu hóspede, se é que posso chamar Anderson assim, afinal, a casa é da irmã dele.

Assim que o carro parou em frente a minha casa e eu desci, já o encontrei no portão, me olhando com cara de poucos amigos, me encarando de maneira descontente. Passei por ele sem falar nada, seguindo para casa, mas, se não vamos até a confusão, ela vem até nós, não é mesmo? Pois foi isso que aconteceu.

- Quem era esse cara que te trouxe, Paola?! - Anderson veio andando atrás de mim, mancando e apoiado em uma muleta que Isabel havia arrumado para ele não forçar o pé.

Fingi não ouvi e segui meu caminho, entrando em casa e me deparando com Gabriel sentado no chão, colorindo um livro que eu havia dado para ele, enquanto a TV estava ligada em um DVD da Patrulha Canina.

- Oi amor da mamãe! - Falei me abaixando e estendendo os braços para meu pequeno que, ao me ver, levantou e veio me abraçar.

- Mamãe! - Meu pequeno exclamou me abraçando apertado, comigo me mantendo abaixada com ele em meus braços.

- Se comportou direitinho com seu pai?! - Perguntei, ainda ignorando a presença de Anderson que estava às minhas costas. Ele havia acabado de entrar, pois, infelizmente para ele e felizmente para mim, a porta possui dois degraus que dificultaram sua subida devido a perna quebrada.

Gabriel balançou a cabeça e me deu um beijo estalado no rosto, me fazendo fechar os olhos e sorrir com a sensação gostosa de ter meu filho me dando carinho.

Sombras do Desejo (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora