Meu final de semana demorou demais para passar, mas, felizmente acabou. Devo ser a única pessoa na face da Terra que está feliz com a chegada da segunda-feira.
Depois do telefonema de Fernanda, fiquei cheia de expectativas para nossa conversa hoje. Percebi que ela ficou mais atenciosa também, pois, tanto no sábado quanto no domingo, ela me mandou mensagens de bom dia, perguntado como eu estava, o que, confesso, me deixou mais boba do que sou.
Passei meu final de semana na casa de Plínio, pois, não queria ter o desprazer de encarar Anderson novamente. Aproveitamos que nosso sábado estaríamos livres e ele me levou para ver a casa que estava para ser alugada.
Não lembro se falei com vocês, mas, meu irmão é 4 anos mais velho que eu e, felizmente, teve cabeça para pensar em seu futuro, conseguindo estudar e se formar em Administração, trabalhando atualmente como gerente operacional em uma fábrica de móveis para escritório.
Segundo ele me disse, a casa que estava para ser alugada, ficava no bairro de Bonsucesso e era ideal para mim e meu filho. Plínio me contou que a casa pertence a mãe de uma moça que trabalha com ele, mas, como a senhora estava passando por problemas de saúde, a filha resolveu levá-la para morarem juntas e alugaria a sua residência para ajudar nas despesas.
Conversei com meu irmão e ele conseguiu marcar com a jovem. Assim fomos conhecer a casa, que era pequena – um quarto, sala, cozinha e banheiro, além de uma pequena área – mas, pelo que pude notar era uma rua "calma". Outro fator positivo era o fato da casa estar, praticamente, toda mobiliada, só precisando de algumas coisas.
Como Plínio detesta Anderson, ele me ajudou a negociar com a garota e, para me auxiliar nos primeiros meses, me disse que me arcaria com uma parte do aluguel, para que eu pudesse me segurar até estar totalmente ajeitada.
Apesar de saber que ele tinha uma situação razoável, financeiramente falando, nunca gostei de abusar dele, afinal, ele estava para se casar e também tinha sua vida com Vanessa, sua noiva que já dividia o teto com ele há alguns anos.
Ela nunca reclamou das ajudas, ao contrário, sempre que podia, ela me oferecia suporte também, mas, sejamos sinceros? Não era confortável saber que eles "paravam" ou se privavam de algo na vida deles por minha causa, por causa da minha irresponsabilidade quando mais jovem. Enfim... queria resolver aquilo o mais rápido para ter mais independência.
Apesar de estar assustada com Anderson, resolvi poupar meu irmão de mais esse problema também, afinal, eu já estava decidida que não voltaria mais para meu ex mesmo, era só questão de tempo para sair e deixar aquela vida para trás.
Mas, vamos ao que interessa, acordei um poço de alegrias nessa segunda-feira, fiz nosso ritual da manhã, peguei meu pequeno e levei para a creche, como sempre fazia e segui, com o coração parecendo a bateria da Mangueira, para o trabalho. Eu não via a hora de poder ver Fernanda, falar com ela, me abrir e deixar ela conhecer meus sentimentos. "Tô com medo também, mas nossa conversa pelo telefone me ajudou a relaxar um pouco."
Durante todo o trajeto, imaginei várias coisas que poderiam acontecer. Talvez me decepcionaria e descobriria que ela só sentia falta de sexo comigo? Ou me encheria de alegria por confirmar que ela está apaixonada por mim como eu estou por ela? Eram tantas coisas que passavam por minha mente.
Cheguei na agência e ela ainda não havia chegado, como era de se esperar. Larissa, assim que me viu, pulou em meu pescoço, me dando um abraço de urso, o que me fez gargalhar. Acho que nem no tempo de colégio eu tive alguém como ela em minha vida.
- Que saudade, amiga! - Ela exclamou me dando um beijão no rosto. - Você fez falta.
- Também senti saudades de você. - Respondi rindo de sua espontaneidade. - Como está?
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Sombras do Desejo (Romance Lésbico)
Roman d'amourPaola é uma mulher de 22 anos que, devido a uma gravidez aos 17 anos, viu sua vida virar de cabeça para baixo. Casada com Anderson e mãe do pequeno Gabriel de 4 aninhos, tem que se virar para conseguir segurar os apertos de casa, pois seu marido vi...