oi meus amores. alguém vive aí ainda?
vocês gostam mais dos momentos da narrativa ou das colunas?
beijos. boa leitura 💜
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Tony nunca foi muito de sair. Sempre preferiu manter as “amizades” no trabalho e (raramente) algumas sociais na casa dos outros. Por isso, é no mínimo curioso que Bruce tenha tido a cara de pau de bater na sua porta plenas nove horas da noite com jantar — vegano, pelo menos.
“Achei que poderíamos fazer um programa de amigos hoje”, Bruce se explica, entrando sem ser convidade. Tony conhece Bruce há um tempo considerável, mas ainda assim lhe parece muito estranho que o ser humano à sua frente tenha tido apenas uma epifania e vindo visitar a pessoa mais antissocial do Fairy Tale. “Ah, não me olha assim. Já é mais do que hora de você se entrosar um pouco mais com o jornal!”, conclui.
Tony reprime a vontade de revirar os olhos. “Outra treta com a Nat?”
“Não”, Bruce dá de ombros. “Não exatamente, de qualquer forma. Mas não é por isso que vim, só precisava deixar um pouco minha solidão de lado.”
Tony assente, fazendo menção de ir ao sofá. “Dor de cotovelo?”, Bruce meneia a cabeça, mas não parece tão convicte. “Bruce, fala logo.”
Bruce suspira e oferece a comida a Tony. “Tem uns meses que saí com um cara. Não nos falamos há algum tempo, mas soube que ele partiu pra outra. Sei lá, não sei por que isso mexeu tanto comigo.”
“Você não me contou que estava apaixonadinhe”, é o que Tony diz, mastigando um pedaço de abacate.
Bruce o olha entediade. “Não me apaixonei por ninguém, idiota. Só... não sei o que eu sinto, só sei que vê-lo com outra pessoa me doeu. Dói.”
“O que vocês tinham era sério?”
Bruce sorriu minimamente, meneando a cabeça. “Não. Nem perto. Ele só era uma companhia legal, mas me apeguei a ele. Meu fogo de sagitário só me fode e nem é do jeito que eu gosto”, termina a fala em um suspiro.
Tony ri. “Qual nome dele?”
“Thor”, Bruce murmura, sorrindo ao lembrar de algo. “Eu nunca contei a ele que era fluido, então ele ficou comigo achando que era um cara.”
“Por quê? Ele era um daqueles viados transfóbicos?”
Bruce meneia a cabeça. “Não, não. Ele é um amor de pessoa, tão doce. Se você o conhecesse se apaixonaria também. Tenho certeza de que ele me aceitaria, até porque ele está com alguém fluido agora também.”
Tony arqueou as sobrancelhas. “Ele tem tipo um radar ou coisa assim?”, Bruce ri. “Mas como você sabe disso tudo se não fala com ele faz tempo?”
“Eu o encontrei por acaso ontem, quando fui entrevistar outras pessoas na comunidade da Line. O namorado estava lá com ele ajudando a reformar uma parte do abrigo.”
“Prestativos”, Tony comenta. “Os dois são voluntários lá?”
Bruce dá de ombros. “Acho que somente o namorado. Loki, se não me engano.”
Tony fica em silêncio e os dois terminam o jantar sem dizer mais nada sobre o assunto. A conversa fluiu da forma mais natural, o que já é um costume quando Tony está com Bruce. Falaram do trabalho, de política, riram amargamente das novas vergonhas que o presidente passa a cada dia e falaram mais de relacionamentos — Stephen, por exemplo. Não que Tony ainda possuísse algo a resolver nesse quesito. Afinal, já tinha em mente que Stephen só não é da sua mesma vibe em questões afetivas e tudo bem — acontece, é a única lição que Tony permite aprender com isso. Bruce, por sua vez, disse-lhe sentir inveja de quão rápido Tony conseguia achar a razão e ficar bem consigo mesmo, ao que o mais baixo apenas revirou os olhos e respondeu que “infelizmente, a prática leva à perfeição”.
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AUTOACEITAÇÃO | 𝘀𝘁𝗼𝗻𝘆
Fiksi PenggemarTony é um jornalista. Steve é um evangélico. *incompleta e provavelmente nunca vou terminar; leia por sua própria conta e risco