O PERIGO MORA AO LADO (Romance Gay)

Capítulo 16 - Um Curativo

A proposta do cobertor me deixou um tanto quanto nervoso, eu hesitei por alguns segundos, mas ao avaliar, isso era o que eu mais queria fazer. Eu fui até Ricardo e me sentei ao seu lado, ele jogou uma parte do cobertor em cima de mim, minha respiração já estava a mil, mas disfarcei, nem olhava para ele. Estava parecendo um robô, eu calculava todos os meus movimentos de tão nervoso que eu estava.

- Então, vamos assistir ou não? – Perguntou Ricardo me tirando do meu modo paranoia e percebi que eu ainda não tinha colocado o episódio para rodar.

- Verdade, vamos sim. – Disse me atrapalhando todo, eu nem sabia onde tinha colocado o controle e fiquei igual uma barata tonta procurando em cima do sofá, até que Ricardo aponta para a mesa de centro e o controle estava lá. – Ah, então vamos assistir. – Disse e dei o play.

A serie começou e ficamos atento em todas as cenas, confesso que em certas cenas eu ficava um pouco constrangido, mas elas pareciam não fazer o mesmo efeito em Ricardo, não sei dizer se era por ele já ter visto a série ou por simplesmente não ter nada demais para ele.

A série ficou tão envolvente que foquei mesmo nela e esqueci completamente da presença de Ricardo. Quando o episódio acabou, eu olhei para o lado e vi que Ricardo estava dormindo, achei melhor não dar continuidade e também não o acordei, o deixei descansando e fui lavar a louça.

Eu lavei a louça, limpei o fogão, dei uma geral de verdade na cozinha. Depois que terminei retornei para a sala e Ricardo ainda dormia, ele era lindo, ele era a perfeição em pessoa, eu fiquei o admirando um pouco, mas depois resolvi arrumar a casa já que não tinha mais nada para fazer. Terminei de arrumar a casa, e mesmo eu passando para lá e para cá, Ricardo ainda dormia, olhei no relógio e já passava 20 horas, decidi acorda-lo.

- Ricardo. – Disse me ajoelhando na frente do sofá e sacudindo seu ombro. Ele não acordou. – Ricardo. – Falei novamente, só que um pouco mais alto, e nada. Fui no meu quarto, e peguei uma buzina a gás que eu tinha desde o carnaval. Apertei bem forte e o resultado foi Ricardo se levantando e tropeçando no cobertor e caindo no chão. A cara dele assustado era impagável, ele só se deu conta do que aconteceu depois que cai na gargalhada, ele continuou com cara de confuso.

- Que porra foi essa Gabriel? – Perguntou ele passando a mão no rosto, ele ainda continuava no chão.

- Você é a pessoa mais difícil de acordar que existe. – Disse me recuperando do ataque de riso e me sentando no chão. – Você está dormindo a horas.

- Eu não dormi direito à noite. – Respondeu ele se ajeitando no chão e sentando de costas para o sofá.

- Porque? – Perguntei.

- Consciência pesada pelo que fiz com você. – Disse ele, mas ele não me olhava mais nos olhos. Fui até sua frente e fiquei de joelhos, ele não me olhou.

- Ricardo olha para mim. – Pedi para ele, e ele me atendeu. – Você fez besteira, mas a vida que segue, eu te perdoei, juro que não guardo nenhuma magoa sua. Quem deveria estar te crucificando era eu, mas eu não estou, então para de se crucificar. – Disse e ele me deu um sorriso de canto de boca.

- Ainda vamos sair? – Foi a única coisa que ele me perguntou.

- Vamos sim. – Disse sorrindo e me levantando. – Mas vamos logo porque já são mais de 20h30.

- Beleza, vou em casa tomar um banho e já volto para te buscar. – Disse ele se levantando e tirando a coberta do seu corpo. O levei até a porta. – Mais uma vez obrigado por me perdoar. – Disse ele antes de ir.

Fui para o banheiro e tomei um banho rápido, depois do banho fiquei escolhendo uma roupa, eu queria estar lindo e coloquei a melhor roupa que tinha. Enquanto eu me arrumava meu celular tocou, era Pedro.