Capítulo 4 - Cor Favorita

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Quando o meu celular despertou o relógio marcava ser 7:30 da manhã, levantei fui pro banheiro, tomei um banho morno e escovei meus dentes, fui ora cozinha tomar agua, já que eu não gostava de comer de manhã, minha mãe estava terminando de tomar seu café da manhã.

- Senhor, me fala que o mundo ainda vai durar por mais algumas horas, me fala que ainda tenho tempo de ir no salão antes de tudo acabar. – Disse minha mãe fazendo cena.

- Já pensou de mudar de profissão, seria uma ótima comediante, liga para o Zorra Total e vê se eles estão contratando. – Disse tirando a xicara de café de sua mão e tomando um gole.

- É que ver você acordado a essa hora, eu pensei que Jesus estava voltando. – Disse ela tomando a xicara da minha mão.

- Não, ele ainda não está voltando, só acordei cedo porque vou começar a malhar na academia aqui do prédio. – Disse abrindo a geladeira e pegando minha garrafinha de água.

- Você malhando de manhã, e com essa disposição? – Disse minha mãe virando da cadeira para me encarar. – Aí tem, o que você está aprontando agora. – Disse ela levantando a sobrancelha direita.

- Eu aprontando? – Disse me fazendo de vítima. – Quer dizer que eu não posso querer voltar a malhar e deixar de ser sedentário?

- Gabriel Muniz Trindade, você acha que eu nasci ontem. – Disse minha mãe debochando da minha cara. – Quem é o rapaz?

- Mãeeeeeee.... – Disse dando risada. E milha mãe com cara de quem não ia parar de perturbar até saber quem era. – Está bem, o nome dele é Ricardo, ele é um gato de aparência, mas um ogro no jeito de tratar uma pessoa, eu estava na casa dele ontem porque a mãe dele me chamou para fazer torta com ela. – Disse contando tudo de uma vez só.

- Como assim você não me conta nada, eu que tenho que perguntar as coisas. – Disse minha mãe realmente muito incomodada.

- Mãe, você mal fica em casa, como vou te contar as coisas. – Disse isso e ela percebeu que era verdade, até porque não tinha nem como argumentar.

- Tudo bem, eu reconheço que não estou ficando em casa, mas você pode me ligar, me mandar um whatsapp, sei lá, acende uma fogueira e manda sinal de fumaça. – Disse minha mãe se colocando de pé e indo na minha direção. – Só não quero que nossa parceria esfrie, lembre-se que agora somos eu e você e devemos estar mais unidos que saco de drag queen.

- Hahaahaha, mãe você não existe. – Disse abraçando minha mãe.

Eu sou muito fã da minha mãe, ela sempre foi muito guerreira, e sempre muito minha amiga, quando eu me assumi ela não falou ela simplesmente olhou para minha cara e disse: "ah vá que você é gay, meu filho eu sempre soube que você era viada. ", pois é, eu e minha mãe sempre tivemos uma amizade de liberdade, mas acima de tudo sempre tinha o respeito e a questão de respeitar o espaço um do outro, eu sabia que minha mãe precisava se afogar no trabalho, essa era a fonte de escape dela para tudo o que estava acontecendo.

- Bom, vai lá atrás do Boy, e eu vou trabalhar. – Disse minha mãe me dando um selinho e saindo para trabalhar. Eu já estava pronto, só peguei meu fone e meu celular e sai do apartamento. Peguei o elevador e segui direto para a academia. Quando cheguei a academia estava vazia, comecei a me aquecer e me alongar, depois fui direto para a esteira, quando estava correndo es que surge meu alvo, sim Ricardo apareceu mais gostoso que tudo, ele estava com um Nike azul com preto, um short de futebol folgado, e uma regata bem colada em seu peito e abdômen. Ele estava de fone de ouvido assim como eu, e nem notou a minha presença ali.

Depois que corri por 25 minutos na esteira, estava quase morrendo já que fazia um tempo que não malhava, fui direto para o aparelho de pernas, o leg press, mas para ir nesse aparelho eu tinha que passar na frente do Ricardo, então eu fiz a egípcia e passei sem nem dar bola para ele e fui fazer meus exercícios, sentia o tempo todo ele me olhando, mas fingi que nem conhecia, é aquele ditado kkkk, é só mais um na multidão.

Depois que fiz todos os aparelhos de pernas, resolvi experimentar um aparelho que eu não conhecia, e por esse não conhecer, eu não sabia como usar, então fiquei olhando a forma do aparelho e tentando adivinhar como poderia usar ele.

- Se você perguntar acho que ele responde como usá-lo. – Disse um rapaz, pouquíssima coisa maior que eu, olhos castanhos bem claro, cabelo corte de militar, musculo na medida certa e uma boca maravilhosamente perfeita e desenhada por Deus que me mostrava seu melhor sorriso.

- Pois é, quando eu ia perguntar você chegou. – Disse entrando na brincadeira.

- Prazer Pedro. - Disse o rapaz me estendendo a mão cordialmente.

- Prazer Gabriel! – Disse apertando sua mão.

- Eu nunca te vi aqui, você é novo aqui no prédio? – perguntou Pedro.

- Sou sim, me mudei essa semana para cá com minha mãe, moro no oitavo andar. – Disse.

- Que legal, seja muito bem-vindo Gabriel, eu moro no sétimo andar. – Disse Pedro pegando sua garrafinha e tomando um pouco de água.

- Quer dizer que estou em cima de você. – Disse tentando engatar uma conversa com ele, mas obvio que não me expressei bem. Ele levantou a sobrancelha como quem diz "oi? " – Desculpa, não foi isso que quis dizer, disse que moro em cima do seu andar. – Disse ficando muito vermelho.

- Não se preocupa eu entendi, só estava brincando com sua cara, e não precisa ficar com vergonha, você está parecendo um tomate. – Disse Pedro rindo da minha cara.

- Vão ficar de conversa aqui, ou eu posso usar o aparelho? – Disse Ricardo atrás de mim, me fazendo virar e encarar ele.

- Claro que pode, já estava de saída, fique à vontade. – Disse fazendo minha melhor cara de sínico. Dei as costas para Ricardo e comecei a andar em direção a saída com Pedro. – Bem, eu já vou subir, hoje eu abusei dos exercícios e a dor que vou sentir amanhã vai me fazer lembrar disso.

- Eu também já vou subir, já acabei de fazer minha série de hoje, só me espera, vou pegar minha toalha que deixei ali no aparelho e já volto. – Disse Pedro indo em direção ao aparelho, olhei de relance para analisar a academia e acabei encontrando o olhar de raiva de Ricardo, olhei com deboche para a cara dele e virei de costas.

- Vamos. – Senti Pedro falando ao meu lado.

- Vamos sim.

Enquanto esperávamos o elevador Pedro fazia gracinha o tempo todo parecia um adolescente, sempre me fazia rir, dentro do elevador a mesma coisa, eu segurava minha garrafinha e resolvi beber água, até que não vi que a tampa estava meio que solta me molhando todo e o elevador, Pedro ria da minha cara e eu automaticamente fiquei completamente vermelho por ter feito merda e passado esse pequeno mico.

- Cara não precisa ficar com vergonha. – Disse Pedro controlando o riso.

- Eu fico vermelho com muita facilidade e acabo entregando que estou com vergonha ou sem jeito né. – Disse tentando disfarçar meu nervosismo e tirar sarro da situação.

- Pois saiba que minha cor favorita é Vermelho. – Disse Pedro me fazendo arrepiar por inteiro, aí que de vermelho eu fiquei roxo. O elevador parou no sétimo andar e ele saiu do elevador e quando o elevador ia fechar a porta ele segurou.

- Gostei muito de te conhecer Biel, quem sabe isso não se torne algo rotineiro. – Disse ele com um sorriso safado nos perfeitos e carnudos lábios vermelhos e por fim soltou a porta do elevador que se fechou, e eu pude soltar o ar que estava preso.

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Olá Pessoas,

Espero que estejam curtindo o começo do livro, ainda tem muita coisa para acontecer, vocês vão entender porque Ricardo tem esse jeito fechado e arrogante de ser, essa história ainda tem muita água para rolar.

Votem e Comentem.

Beijo meus gatos!

O PERIGO MORA AO LADO (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora