Capítulo 9 - Novos Caminhos

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Agora seria o momento da verdade, não teria como Ricardo fugir, eu estaria em desvantagem por estar no terreno do inimigo, mas estava tentando não pensar nisso. Depois de andar quase por 20 minutos dentro do meu apartamento com o prato de Dona Cleide na mão, decidi criar coragem e ir. Enquanto estava pegando minha chave e meu celular, minha mãe chegou em casa.

- Boa Noite, posso saber onde o senhor está indo? – Disse minha mãe tentando se mostrar uma mãe preocupada e zelosa, mas só tentando.

- Boa Noite Visitante, seja bem-vinda ao nosso lar. – Disse brincando com ela. – Estou indo devolver esse prato aqui para a Dona Cleide. – Disse mostrando o prato.

- Mas a essa hora? – Disse minha mãe olhando seu relógio de pulso. – Ela já deve estar dormindo.

- Mas aí eu deixo com o filho dela. – Disse e minha mãe ergueu a sobrancelha direita e me analisou dos pés à cabeça.

- Agora eu entendi o motivo de querer entregar o prato a essa hora da noite. – Disse minha mãe segurando a risada.

- Aí mãe, não é nada disso, eu só vou.... – Nem consegui terminar de falar.

- Eu não disse nada, você que está se explicando sem motivos aí. – Disse minha rindo. – Só me responde uma coisa: é boy magia?

- Mãeeeeeee, para com isso. – Disse já ficando vermelho, e ela com aquela cara de que não me deixaria em paz até eu falar. – Ta, é sim.

- Nesse caso então vai lá "entregar o prato" – Disse minha mãe fazendo aspas com as mãos. – Só cuidado para você não entregar mais que o prato. – Disse minha mãe rolando de rir no sofá.

- Você não presta sabia? – Disse jogando uma almofada nela.

- Sabia. – Disse ela se recompondo. – Só mais uma coisa.

- O quê? – Disse me virando novamente para ela.

- Leva camisinha, porque nunca se sabe né. – Disse ela voltado a rir novamente. Nem dei ouvidos a mais nada que ela falava e sai do apartamento.

O caminho do meu apartamento para o de Ricardo parecia muito longo naquele momento, apesar de quase sermos vizinhos. Meu coração estava muito acelerado, minha respiração estava começando a ficar intensa. Eu tentava repetir para mim mesmo: "calma Gabriel, você só vai entregar um prato. "

Fiquei mais ou menos uns 5 minutos parado na porta do apartamento de Ricardo tentando criar coragem para tocar a campainha, nesse meio tempo eu tentei voltar para casa, pensei em desistir e parar de ver coisas onde não tinha, mas também estava na hora deu tomar vergonha na minha cara e tomar uma atitude e saber se realmente eu tinha chances com Ricardo. Então toquei a campainha.

- Pois não. – Disse uma mulher abrindo a porta enquanto secava seus cabelos. Minha ponta de esperança em ter alguma coisa com Ricardo tinha ido embora naquele momento.

- Oi, desculpa atrapalhar, eu só vim... – Nem consegui terminar.

- Quem é que está na porta. – Disse Ricardo aparecendo logo atrás da tal mulher, agora eu tinha certeza que algo tinha acontecido entre os dois. Ricardo estava com um short de futebol, sem camisa, exibindo aquele abdômen e peitoral maravilhoso e com seus cabelos molhados.

- Como eu dizia, só vim entregar o prato que a Dona Cleide deixou lá em casa. – Disse estendendo o prato para a moça, mas Ricardo foi mais rápido e pegou o prato.

- Obrigado! – Disse Ricardo, ele estava diferente, de alguma forma ele estava mais educado, acho que o mal dele era sexo, e ele deve ter feito com essa mulher. – Gabriel você não deveria ficar andando assim, você tem que repousar.

O PERIGO MORA AO LADO (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora