Karla C. C. E.
Amigos.
Qual sua verdadeira função? Cuidar? Dar amor? Ser da família sem ser família? Aconselhar? Blá blá blá. Claro que não! Nada disso. Sua função é atormentar! Dinah me mostra isso sempre que pode.
Dramática eu? Claro que não. Okay, fim de surto. Explicação? Simplesmente, Dinah está me forçando a sair, me chantageando, e o pior? Ela está conseguindo
Droga.
- Mas Dinah... -choraminguei em uma tentativa falha de tirar essa ideia da cabeça dela.
- "Mas Dinah" nada Camila, a gente vai nessa boate hoje sim. Amanhã eu prometo que vamos assistir séries e se entupir de pipoca, ou pizza que seja...-suspirou - Você tem que aproveitar seus últimos dias de férias! - suplicou - Você não vai poder sair por um bom tempo, e você vai nem que eu te carregue. - Não sei dizer quem é mais dramática aqui.
- Na verdade eu ainda tenho mais um fim de semana e não é como se eu fosse trabalhar nos fins de semana quando começar a trabalhar...
- Não interessa! Cala a boca Camila - ela queria rir. A gente tem dessas de não conseguir manter um ambiente sério por muito tempo. Somos maravilhosas de mais pra isso. Ou talvez infantis... só talvez mesmo.
- Tudo bem, nós vamos. MAS - dei ênfase - Você vai escolher minha roupa, arrumar meu cabelo e fazer minha maquiagem. - Bufou fortemente. Quis rir.
- Insuportável, você é insuportável! - revirou os olhos- Mas é por uma boa causa então... Eu faço. Não me resta opções mesmo...
{...}
- To começando me arrepender... - sussurrei assim que vi o quão cheia estava a boate. O lugar estava lotado. Luzes coloridas davam um ar festivo e convidativo. Tinha uma fumaça pelo ar, pra dar aquele efeito.
Grupos separados. Cada qual com sua personalidade. O grupo dos menores de idade que acham um máximo falsificar identidades. O dos que já estavam bêbados antes mesmo de entrar aqui. O dos que estavam comemorando algum acontecido. Os que apostavam quem pegaria mais até o fim da noite. Os triste que só querem esquecer que vivem...
- Se arrepender nada. - me puxou pelo braço - Vem, a Mani deve estar ali naquele barzinho.
Andamos em meio a multidão esbarrando em algumas pessoas. Os caras estavam literalmente babando em mim e em Dinah. Tadinhos. com a minha amiga eles até tem uma chance, mas comigo... Digamos que eu não me interesso muito fácil por homens, sou mais chegada em mulheres. E isso não significa que eu não ficasse com nenhum cara, pois eu bem fazia isso. Minha bissexualidade é só um pouco desequilibrada.
Continuando a andar em meio a multidão avistei uma garota loira, bem bonita por sinal. E não que eu chegasse já procurando uma presa, só me interessou o jeito que ela estava me olhando.
Ela estava com um vestido rosa que combinava com seu jeitinho "princesinha perdida". Seus olhos eram um azul vivo que de longe conseguir ver, era branquinha. Ela realmente chama atenção, tanto quanto de homens quanto de mulheres. Continuava olhando ela, que parecia estar me dando bola. Com certeza estava. Ela piscou pra mim. Deus do céu como é oferecida. Quando eu ia devolver a reverência...
- Mani, quanto tempo - Dinah falou a abraçando. Ela usava um vestido preto tão colado que parecia uma segunda pele. Moldava seu corpo e realçava suas curvas divinas. Usava um salto não tão alto nos pés e algumas joias. Ela estava simplesmente divina.
- Oi - falei abraçando-a também. - Como está cheirosa essa minha amiga. Hoje tem. - fiz graça.
- Quanto tempo nada Dinah, a gente se viu não faz nem 24 horas - falou revirando os olhos - E você? Não para de crescer uh? - Apontou pra minha bunda e deu uma leve apertada. Corei na hora - Você nem é tímida pra corar. Ta querendo me jogar charme? Não vai funcionar sou Hétero, você sabe.
- Claro que sei. Dinah também fala isso, mas sempre fala de você também... e "morre de saudades" - falei com a voz fina a última parte na intensão de imitar Dinah, coloquei a mão no coração pra enfatizar o drama.
- A Mani igualmente - Vero apareceu não sei da aonde falando. Estava com um vestido beje, na cor da pele até o meio das coxas e colado e um salto enorme. Como é que consegue? Um batom vermelho na boca totalmente convidativo, um vermelho que até aparentava sangue. A maquiagem estava forte marcando presença e dando um ar de mistério ao mesmo tempo - Acho que elas não são tão héteros assim uh?
- Exatamente. Estão vendo? Por isso eu amo ela, ela repara nas coisas, e me entende não é tapada como algumas ai - pisquei para Normani e Dinah, que fecharam a cara fingindo estarem bravas. Abracei Vero apertado, e fiquei ali por uns segundos - Que saudades Velcronica.
- Saudades? Você nunca me visita, e vem falar que está com saudade? E respeite minha reputação, com esses apelidos - deu um tapa na minha bunda, enquanto ainda estavamos abraçadas e rindo.
- Parou com a viadagem vocês duas, daqui a pouco a Lucy chega aí e vai da merda - Dinah fala me separando de Vero - E eu não tenho culpa se a Mani é mais legal que vocês duas juntas, e ela ama a queen B, como acham que eu não a amaria?
- Awn também te amo - abraçou Dinah - e então, falta so a Ally a Lucy e a Lauren - Ally, okay. Lucy, okay. Lauren... Lauren eu não conheço.
- Nah. A Lauren não vem teve que cuidar das cria, e isso é péssimo, eu queria apresentar ela pra essa sapata aqui - apontou pra mim - Elas formariam um casal da porra. - Camren uhul.
- Nossa, verdade.- Ally e Lucy falaram já abraçando as garotas como comprimento, aparecendo não sei da onde assim como Veronica.
- Eu nem conheço essa pessoa, como assim a gente formaria um "casal da porra"? - falei com uma cara incrédula - sem contar que "casal" não é minha praia.
- Sei lá, vocês duas se combinam. Esquece. Quando você ver ela vai concordar, e sua praia vai virar casal. -gargalhou
- Se você tá falando isso não vou discordar.
{...}
Normani e Dinah estavam no meio da pista dançando com dois garotos morenos, até que bonitinhos. Algo me diz que aquilo não fucaria só em dança. Talvez seja as mãos bobas ou o jeito com que seguram a cintura delas puxando contra seus... suas cinturas, argh. Acho que hoje alguém não volta pra casa.
Lucy e vero estão em um cantinho no escuro se pegando como sempre e Ally... eu não a vi desde que ela saiu pra dançar com o seu amigo barmen, Troy.
Falando nela...
- Ei, Mila. Aquela garota ali - apontou pra mesma loira que piscou pra mim na entrada - ta te comendo com os olhos, e ela é linda. Aproveita sua noite - piscou pra mim e saiu andando.
- É, vai ser uma noite longa e divertida... Eu acho - falei pra mim mesma, já indo em direção a pista de dança onde a garota se encontra.
Ao final da noite, eu sabia que nenhuma de nós voltaria sozinha pra casa. Eu com toda certeza não. Tenho certa necessidade em suprimir meus desejos carnais. Sei que isso não é o mais certo e nem o mais respeitoso, mas também não é errado.
Desejo e pecado. Duas palavras tão diferentes mas que muitas das vezes andam juntas. Normalmente, você só deseja profundamente algo que não pode ter, ou acredita não poder. Porque se está a seu alcance é um desejo saciável. Os desejos mais ardosos são os que andam colado ao pecado e ao inalcançável. Te faz querer e ansiar por aquilo. Te faz pensar, sonhar e imaginar.
Eu tenho um desejo. Mas ele não vem ao caso agora.
Aquela loira seria mais uma. Mais uma entre tantas outras que levei pra cama. Mais uma que usarei e permitirei me usar. Tudo por desejo e prazer. Desejo e prazer passageiros. Desejo e prazer momentâneo.
Sem eu ao menos querer, acho que estou me cansando disso. Sei que depois de foder a noite inteira, vou acordar com dor de cabeça. Sei que ao acordar não vou lembrar o nome da garota da vez. Sei que vou perguntar se quer tomar banho ou comer algo. Sei que vou pedir gentilmente para que vá embora. Sei que vou esquecer como se fosse algo banal. E é, algo banal.
Por enquanto, o que tenho é isso. Necessidades e pessoas para sacia-las. Desejos e prazeres. Porém, tudo passageiro. Tudo momentâneo.
Mas essa é minha vida, até que mude.
...
Vou postar até o quinto cap, por hoje.
Depois veremos...

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Wrong To Hit
Teen FictionLauren Jauregui, arquiteta com carreira promissora, que mesmo com uma vida considerada mil maravilha por outros, não se sentia completa. Sentia-se pela metade e queria mudar isso. Camila Cabello, professora de crianças de 5 aos 7 anos, baladeira, na...