Lauren M. J. M.
Confiança. Confiança não é uma coisa que eu dou fácil, muito pelo contrário. Só confio em quem se mostra totalmente confiável. E quantas pessoas são totalmente confiáveis hoje em dia? Poucas. Mas agora, nesse momento, me vejo obrigada a confiar. Confiar por necessidade. E isso trás outras coisas também. Ter medo, ter fé, ter paranóias, ter desconfianças etc. Mas isso parece um processo necessário em toda confiança né? Então, que seja.
Vou confiar.
Uma semana se passou desde o primeiro dia de aula de Cameron. Contratei uma babá da confiança de Ally pra cuidar de Charlotte. Da confiança de Ally, não minha. Como eu disse: confiança não é uma coisa que eu dou fácil. Mas é só o que me resta.
Seu nome é Bethany. É uma garota bonita e jovem. Logo de cara me perguntei: o que ela está fazendo aqui, se tem toda uma vida pela frente? Vamos combinar que, babá não é uma profissão de escolha. Mas minhas duvidas desapareça quando ela me explicou que era pra pagar seus estudos. Medicina. Isso sim é uma profissão de escolha!
Não gosto nem um pouco de ficar longe dos meus filhos. Mas eles vão ficar bem. Dentro do possível claro. Eu realmente espero que sim.
Cameron, no seu primeiro dia de aula estava meio tristinho, fazia dengo quando me afastava, chorava com qualquer coisinha que eu falasse pra ele. Isso estava me quebrando. Eu até imagino o motivo de ele estar assim. Mas isso não durou muito, uma vez que uns dois dias depois, por volta de quinta-feira, ele estava alegre, e na sexta-feira isso se dobrou. Falou animadamente de sua professora. Animadamente demais. Até no sábado quis ir pra escola. Passou o dia inteiro falando da professora. Era ela pra cá, ela pra lá, ela aqui, ela ali. Talvez eu deva me preocupar com essa tal Karla. Ou como diz meu filho Cami, é assim que ele chama ela. Muita intimidade não é mesmo?
E não pense em me taxar de possessiva. É MEU filho lindo. Tem que me amar além de tudo e todos. Foi na minha barriga que ele ficou quentinho. Foi nos meus braços que ele chorou e chora. É na minha cabeça e no meu coração que ele está o tempo todo. Então, nada mais justo do que eu ser a mais amada da história né?
{...}
Tirei esse sábado pra passar com meus filhos. Na semana que vem eles não vão ficar comigo. "férias de mãe".
Férias de mãe, isso é um absurdo. Mãe não tem que ter férias, é um fardo a ser carregado mas, é SEU fardo a ser carregado. Não se tem tempo pra pensar em férias quando se tem uma responsabilidade dessas. Apesar de achar desnecessário isso, talvez seja bom. Eles também tem pais certo?
Cody vai passar a semana com Charlie em Amsterdã. No começo, discordei totalmente disso, não queria minha filha tão longe de mim, mas ele me disse que cuidaria bem dela e que seus pais queriam ver a neta. Acabei concordando com essa maluquice que tende me deixar maluca.
Matthew tomou vergonha naquela fodida cara de gay que tem, e vai passar a semana com Cameron em sua casa de Praia. Eu confio nele apesar de tudo pois, sei que ele ama Cam e que não colocaria a vida dele em risco, assim acabando em colocar a sua também como consequência.
Passamos o sábado em um parque de diversões. Vero, Mani eu e as crianças. Eles brincaram bastante. Cameron fez novos amiguinhos, ele tem essa facilidade com as pessoas, não sei se é porque ele é adorável ou porque... com certeza é porque ele e adorável. Quando ele estava brincando de correr, caiu e ralou o joelho, eu avisei pra ele não correr tanto, mas ele escutou? Não. O bom disso foi ele não ter chorado, aquela queda não diminui em nada a vontade dele de brincar o dia inteiro. Acho que isso devo agradecer ao Cody. Ele sempre diz " quando vc cair e se machucar um pouquinho, ignore a dor e não chore. Essa dorzinha chata vai passar, se vc não der atenção a ela. Ignore e aproveite o momento okay?".
Vero com toda certeza, era a mais criança presente naquele parque. Gosto disso nela. As vezes ela exagera mas sempre acaba sendo engraçado. Ela brincou bastante com Charlie. Lambuzou minha filha de sorvete. Isso custou uma blusa, que pelo estado que se encontrava vai direto pro lixo.
Vero e Mani me chamaram pra ir a uma boate semana passada mas eu realmente não podia ir, mesmo querendo não podia. Tenho prioridades agora e estou feliz assim.
E cá estamos nós, depois de um dia exaustivo para todos. Capotados na cama. Cameron no meu lado esquerdo, todo esparramado, Charlie no meu lado direito, deitada sobre meu braço. Ambos com a respiração calma e com expressões serenas de bebês. Meus bebês.
O que seria de mim sem eles afinal? Provavelmente nada... provavelmente, não. Certamente nada.
{...}
Fiquei acariciando os cabelos de Cameron, nem vi quando peguei no sono também. E nem sei o quanto eu durmi. Mas com certeza foi muito. Já está escuro.
Me levanto e caminho em direção a porta sem fazer barulho algum. Vou fazer alguma coisa para ambos comerem, só pra não correr o risco de eles acordarem pela madrugada. Isso acabaria em uma noite em clara, isso definitivamente não está em meus planos, sem contar que não faria bem a eles.
Desci as escadas e estava tudo apagado. Não tem nenhum empregado aqui diferente das outras casas do bairro. Eles só vem nos fins de semana, pra fazer faxina. Gosto de cuidar de tudo pessoalmente. Esse hábito veio junto das responsabilidades.
O que eu vou comer? Não deve ter nada pronto. Vou comer alguma fruta, minha fome não é monstruosa. Preparei sanduíche leve para as crianças. E quando ia pegar uma maçã e algumas uvas. Isso antes do meu telefone tocar.
- não posso mais nem comer sem ser atrapalhada?! - falo seguindo caminho em direção a sala e atendo o telefone.
- Alô? - falo com a voz tediosa como sempre faço ao atender o telefone.
- Laur? - reconheço a voz de Vero.- Amanhã a gente vai sair a noite e você não tem resposta pra escolher, é sim ou claro. Já combinei com as meninas, já combinei com a babá, enfim... Você vai. - falou tudo em um fôlego só, respirando fundo no final.
- Uh? Vero? - perguntei só pra ter certeza.
- Sim, Laur. Desculpa por isso, mas as meninas praticamente me ameaçaram pra te fazer ir. A Dinah teve que entimar a Camila também, mani ta pirada dizendo que vocês precisam se conhecer porque ela quer ser a criadora do shipper algo assim - gargalhou. Não entendi porra nenhuma.
- Camila? - perguntei não lembrando de nenhuma amiga com esse nome.
- Você não conhece, mas em breve vai...- falou com um tom que eu não identifiquei.
- Okay, tenho escolha ? - falei bufando.
- Não, você não tem. Tchau branquela - desligou. Viada desgraçada.
Peguei a maçã, os lanches e subi pro quarto. Meus anjinhos estavam do mesmo jeito que deixei. Nem parece que são aquelas mesmas pestinhas de algumas horas atrás.
Acho que to preciso de um banho pra relaxar, meus músculos estão tensos. Vou em direção ao guarda roupa e pego uma muda de roupa. Uma cueca feminina e uma blusa folgada. Após terminar meu banho fui acordar meus bebês para comer.
- Já vamos durmir okay? A mama só precisa que vocês comam pra barriguinha não doer durante a noite - falei olhando para meu filho um tanto sonolento enquanto segurava Charlie em um dos braços e usando a outra mão para segurar o prato.
Depois de alimentados coloquei cada qual em seu quarto e segui para meu quarto na intensão de durmir até uma princesa encantada me despertar com um beijo. Ou seja, nunca. Se eu bem entendi, iriamos sair só pela noite. Então, ninguém vai atrapalhar minha noite/dia de sono dos sonhos.
{...}
O próximo é o último de hoje e... Tem Camren. Não sei se demorou mas eu queria desenvolver a história dos dois lados um pouco pra não ser logo de cara. Talvez tenha sido tediante maaas é pro bem da hist... Mente iludida de nós.
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Wrong To Hit
Genç KurguLauren Jauregui, arquiteta com carreira promissora, que mesmo com uma vida considerada mil maravilha por outros, não se sentia completa. Sentia-se pela metade e queria mudar isso. Camila Cabello, professora de crianças de 5 aos 7 anos, baladeira, na...