Ela estava parada em frente ao seu armário e encarava o garoto a uns bons minutos sem o mesmo nem perceber. Patética, você é patética. Era o que a voz em sua cabeça dizia repetidas vezes durante os dois últimos anos quando ficava parada muito tempo encarando o garoto por quem era apaixonada.
- Terra chamando Drica - Sua melhor amiga dizia enquanto balançava a mão em frente ao seu rosto, roubando assim a atenção do moreno para sí. - Por que você simplesmente não para de babar, pega esses dois gravetos que chama de pernas e vai falar com ele? Ta na hora já.
- Porque ele é simplesmente o garoto mais lindo do colégio e eu sou só eu, uma garota qualquer comparada as líderes de torcida com quem ele namora, Lya. - Respondeu desanimada fechando a porta do armário com mais força do que realmente era necessário. Graças ao barulho que o corredor fazia na troca de aulas o estrondo não chamou muita atenção para elas.
- Você esta lendo muita fanfic, isso sim. - Lya disse revirando os olhos e virando para pegar o livro de matemática em seu armário. - Ele é um garoto como qualquer outro, carne e osso, sabe? Se ele for babaca ao menos você desencana. Se ele for legal você aproveita e tira uma casquinha. - concluiu com um sorriso safado. Drica rio da cara da amiga e deu de ombros, ela nunca teria coragem de conversar com ele e nem chance.
- Fazem dois anos que tenho aula com ele. Sento perto sempre que possível e ele nunca me notou. Você acha mesmo que vou simplesmente chegar para ele e dar oi? Você só pode estar louca, Ly. - Drica disse acompanhando a amiga assim que ela fechou o armário e começou a caminhar para a sala. Abaixou a cabeça assim que passou pelo Hood. - Você melhor que ninguém sabe o desastre que sou com garotos e a vergonha que passo ao tentar dialogar com estranhos! Imagina chegar perto dele. - Começou a suar só de pensar. A amiga soltou um risinho mas concordou com um pouco de dó. Drica era um desastre quando o assunto era fazer amizades novas e ninguém podia negar. Ela queria ser atriz mas a vergonha sempre a impedirá, principalmente depois de um incidente em uma apresentação de colégio na infância.
- Mas já fazem 2 anos, garota! Você continua nessa paixonite, babando enquanto espia ele escondida como uma psicopata. Não me diga que tem um mural com várias fotos e montagens de vocês dois juntos também? porque só falta isso. - Lya fez piada e foi empurrada pela amiga que estava vermelha. Ela arregalou os olhos - AI MEU DEUS, você tem?
- CLARO QUE NÃO - Respondeu num grito. - Eu só salvei algumas fotos do Instagram dele no meu celular, mas isso é normal. Não é como se eu fosse uma psicopata fissurada que imagina toda uma história de amor com ele.
- Ok, essa eu deixo passar porque tenho aula de matemática agora e se eu chegar atrasada de novo o professor me mata. - Lya se despediu assim que chegou a porta de Artes onde Drica tinha aula. - Até mais tarde. Fale com o Calum logo, antes que eu mesma fale.
- Tchau. - Foi a única coisa que Drica pode responder para amiga antes de uma bolinha de papel com cola voar em sua direção e prender em seus cachos. Ela olhou com raiva para dentro da sala de Artes, procurando o responsável por aquilo.
- Porra Clifford, você abaixou e me fez acertar a garota! - Ouviu uma voz rouca gritar com o ruivo ainda do lado de fora da porta. Entrou e procurou pela voz. Se deparou com Michael agachado em sua frente.
- Você queria que eu ficasse parado feito estátua para me acertar, é? Você só pode estar de brincadeira com a minha cara! EU NÃO SOU BURRO - Michael gesticulava com as mãos ainda agachado enquanto gritava. Ela quis rir, porém se segurou mantendo a postura e cara de brava.
- Desculpa por isso. - O garoto da voz rouca se aproximou, era praticamente um poste ambulante de tão alto e, com tatuagens pelo braço todo, incluindo uma ou duas do Batman. Ela o xingaria caso não estivesse hipnotizada por seus olhos grandes e azuis. - Era para acertar no Mike mas ele se agachou.
- Ainda bem, né? - O garoto ainda no chão comemorou e foi encarado pelos dois em sua frente. Encarado com um certo deboche da parte do tatuado.
- Cala a boca, Clifford. - Devolveu rindo. - Sério, me perdoa, não queria te acertar.
Drica voltou a encarar o garoto, piscou algumas vezes, gaguejou um "ok" e saiu rápido indo se sentar antes que tivesse que falar algo mais com o estanho. Ela não queria pagar mico gaguejando e acabar sendo motivo de zoação como já foi antes. E ele era lindo demais pra receber um xingão dela.
Na sala de artes as cadeiras eram colocadas uma ao lado da outra, formando um círculo enorme. Geralmente o professor lia algo e os alunos debatiam sobre. Drica amava escutar mas raramente dava sua opinião sobre os assuntos. Gostava de ler quando o professor pedia, mas só por não precisar encarar ninguém enquanto citava os clássicos literários.
Ela jogou a bola encharcada com cola na cadeira ao lado sem pensar em quem poderia sentar alí e passou os dedos pelo cabelo na tentativa inútil de tirar aquela coisa grudenta que já começava a secar. Seus cabelos eram castanhos, cacheados e volumosos, davam um trabalhão para arrumar e agora um idiota com olhos claros e voz sexy sem nada pra fazer da vida havia literalmente jogado cola neles.
Bufou desistindo e viu as cadeiras em sua frente serem ocupadas. Clifford sentou ao seu lado e o estranho tatuado ao lado dele. Assim que o professor entrou pela porta foi seguido por mais alunos, entre eles: Calum.
Ela trancou a respiração de nervosismo assim que o viu caminhar em sua direção.
Nota da autora: OI GENTE AMIGA, turo bom com vocês? espero que sim!
Nossa Drica é uma garota tímida como podem perceber, MAS, muito querida também. Espero que gostem dela como eu estou gostando! Me deixem suas opiniões aqui, digam caso tenham visto algum erro e deixem críticas construtivas pois aceito tudo que agrega.
Não esqueçam de deixar o votinho pra ajudar. xoxo bye ❤️
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ghost of you | 5sos | Andy Biersack
FanfictionAs vezes a vida gosta de nós pregar uma peça, né? Foi o que Drica pensou assim que descobriu estar em dupla no trabalho de artes com Calum Hood, por quem era apaixonada a mais de dois anos sem sequer ter trocado uma palavra. A menina com síndrome...