Adormeci no terceiro filme e só acordei com meu despertador na manhã seguinte, com uma leve dor no pescoço por dormir torta na minha cama.
Enquanto me arrumava para aula pensava em como mudar as coisas, como dar o primeiro passo para isso, mas nada me parecia minimamente confortável de se fazer ou falar naquele momento. Juntei minhas coisas pelo quarto e joguei tudo de qualquer jeito na mochila e segui para o andar de baixo, encontrando uma cozinha com resto de um café da manhã na mesa e um total silêncio. Não era surpresa não ter mais ninguém em casa, então simplesmente peguei uma maça e segui para o colégio colocando meus fones de ouvido.
A voz da minha amada Adele foi interrompida na metade do caminho por uma buzina irritante que apareceu muito próxima e insistente perto de mim. Tirei meus fones e olhei em volta, dando de cara com belos olhos azuis.
- Hm, é você. - Fingi indiferença, porque na verdade a minha mão queria muito encontrar aquele rosto perfeito e pálido em um belo tapa e meus lábios aquela boca carnuda e rosada, mas eu não deveria estar em um estado normal para desejar isso, então, culpo meu sono. Comecei a andar de volta e fui interrompida novamente.
- Quer carona? - Perguntou ignorando toda minha arrogância na voz e minha óbvia cara de nojo. Deus, esse garoto não estava com raiva de mim?
- Nisso? - Apontei para sua moto preta, que odeio admitir: era muito bonita. Neguei a oferta com a cabeça. - Nem que me pague.
Ele riu em resposta. Riu de deboche, na minha cara.
- Está com medo? Ela não morde, pode ficar tranquila. - Disse erguendo uma maldita sombrancelha, o que deixava aquele rosto ainda mais atraente e irritante. - Posso pagar seu almoço hoje, se subir aqui. - Bateu com uma mão atrás de sí, indicando onde eu deveria me sentar. - E você escolhe o que quiser, e aí!? E por enrolar tanto, temos apenas 6 minutos agora.
- Eu prefiro chegar atrasada do que subir nisso aí com você! - Disse cruzando os braços, ele já estava me irritando. Ele deu mais uma de suas risadinhas.
- É medo da moto ou de mim?
- Oi? você só pode estar louco, Andrew. EU NÃO TENHO MEDO DE VOCÊ, GAROTO. - Gritei no meio da rua, atraindo olhares que me deixaram envergonhada e o fizeram rir ainda mais. Eu vou estrangular ele!
- Prova - Disparou cessando o riso, em tom de desafio, me entregando o capacete. Peguei contra gosto e subi emburrada na moto, ele não iria ter esse gostinho de achar que eu sentia medo dele, mas não mesmo. Conseguiu ppega no meu ponto fraco: desafios. E claro, comida de graça.
Não era como se eu fosse prova ter medo dele por não sentar naquela moto, mas eu me sentia na obrigação de deixar tudo bem claro para as pessoas, principalmente quando se achavam tanta como ele.
Andrew ligou a moto e eu segurei um gritinho na garganta. Ele seguiu o caminho do colégio com mais calma do que eu achei que iria fazer e eu comecei a me questionar se ele andava assim sempre ou só agora por me ter na sua garupa. Estranhei quando ele passou pela entrada do colégio e não desacelerou.
- Andrew, você passou da entrada. - Falei grudada nele, para ser ouvida por cima do barulho do vento que fazia meus cachos voarem.
- Eu sei. - Foi a resposta. - Se segura em mim.
- oi? não! para a moto! - Nessa hora eu já estava com muita vontade de soca-lo, felizmente sou muito consciente para não fazer nada que possa acabar em acidente.
- Anda, se segura. - Disse com mais firmeza e eu obedeci colocando as mãos na sua cintura, ouvindo o sinal do colégio logo atrás de mim. Ele acelerou, me deixando com um frio na barriga que chegava a fazer cócegas. As mãos que estavam na cintura circularam seu tronco todo. É, eu estava abraçando um estranho.
Ele continuou até as ruas se tornarem quase desertas, sem carros por todos os lados e poucas lojas e mercadinhos abertos. Eu ainda abraçava seu corpo apesar do calor que fazia aquela hora, mas no fundo estava incrédula com a sua ousadia de me fazer faltar aula.
- Fecha os olhos e sem perguntas. - Disparou. Seria ele um serial Killer? Lembrei da fanfic que eu estava lendo sobre um canadense que matava adolescentes loiras. Seria ele um desses? Só que com alvo nas garotas morenas e cacheadas? Apenas obedeci e fechei meus olhos deixando essa ideia louca para lá.
Se passou uns minutos e eu já conseguia ouvir ondas se quebrando. Praia! Ele me trouxe para a praia!
- Já posso abrir? - Perguntei assim que senti a moto parar.
- Calma aí apressadinha. Aqui, me da a mão. Isso. Agora Desce.
- Você me sequestrou e ainda não me deixa abrir os olhos. Vai me afogar na água? - A pergunta o fez rir.
- É uma proposta tentadora mas não, não vou. - Senti ele se aproximar ainda mais - Vou te vender, ok? Só pra ter certeza que não vai espiar.
- Não vai mesmo me matar? Jura pelo bom e velho rock?
- O quê? Não! Quer dizer: não vou te matar.
- Ok, pode me vendar - Senti suas mãos em contato com meu rosto e tranquei a respiração, o que ele queria comigo alí? - Mas saiba que voltarei para te assombrar caso me mate.
- Eu nunca teria medo de você. - Confessou rindo.
- Está sendo bonzinho comigo?
- Talvez. - E lá vem outra risadinha cínica.
- Não deveria. - Falei o mais sério que conseguia. Ele estava tirando sarro de mim?
N/A: Oioioi xuxuzins, turo bom? Espero que sim! Cá está mais um cap que eu AMEI escrever, e a parte 2 vai sair logo logo, então: apertar essa ⭐ aí pra ajudar a amiga! Comentem o que acharam e se viram algum erro que possa ter passado despercebido por mim.
xoxo bye
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ghost of you | 5sos | Andy Biersack
FanfictionAs vezes a vida gosta de nós pregar uma peça, né? Foi o que Drica pensou assim que descobriu estar em dupla no trabalho de artes com Calum Hood, por quem era apaixonada a mais de dois anos sem sequer ter trocado uma palavra. A menina com síndrome...