IX

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   - Deve ser o Hood. - Ele disse abrindo a porta e saindo. Eu to ferrada. Ele não ia chegar daqui uma hora?

  Os segundos que Andrew levou para entrar com Hood pela casa pareceram uma eternidade enquanto eu sentia meu braço ficando dormente. Até ele aparecer na porta com alguns engradados de refrigerante e cerveja barata atrás de Andrew. Quando ele entrou pela porta, com uma regata que deixava os braços expostos eu senti tudo: minha boca secando, o sorriso se formando em meu rosto e o maldito frio na barriga.

   - Quer ajudar, Dri? - Andy me tirou do transe. Concordei e levantei seguindo o caminho dos dois.

   - O que precisa?

   - Pode levar esses engradados para aquela mesa alí na cozinha? - Sinalizou a mesma com o queixo. Tirei das mãos deles e segui caminho até a mesa. Senti uma presença atrás de mim e não me virei por receio de ser ele.

   - Eu disse para os garotos que você não viria para a festa hoje e se tivesse apostado teria perdido uma boa grana por sua causa. - Comentou rindo. Me virei sem entender. Ele deve ter notado a cara de perdida, e decidiu explicar enquanto colocava algumas cervejas na geladeira. - A festa do Andrew, ele ta planejando faz uns dois meses e falou hoje que iria te chamar, eu deduzi não ser seu estilo por nunca te ver em uma das festas do colégio antes. - Enquanto ele falava eu apenas observava seus braços e boca, eu nunca tinha o visto tão de perto com algo tão, hm, casual.

   Eu pensei em responder um "Nunca fui pois nunca se incomodaram em chamar" ou "Não é o estilo dos antipopulares se misturar" mas apenas concordei com a cabeça. Sentei em uma das cadeiras dali.

   - Então, como ele te convenceu? - Com essa pergunta eu percebi o quanto Hood era só mais um garoto comum como todos os outros do colégio. Mas engano de todos pensar que por conta disso minha respiração estava regulada e minhas mãos paravam de suar. Eu só pensava "Respira fundo e se controla, não pense no trabalho.", mas a única coisa que eu fazia era pensar na porcaria do trabalho. E em onde Andrew tinha se metido. Dei de ombros e decidi responder com sinceridade.

   - Bem, ele me enganou.

   - Como? - E lá vai Hood me deixar mais nervosa se sentando perto de mim. Olhei para as minhas mãos e comecei a tirar o que restava de esmalte alí nas unhas.

   - Ele me disse que você concordou em conversar sobre o trabalho aqui.

   Calum riu. O olhei sem entender. O que era engraçado?

   - É bem o tipo dele. Desculpa por isso. - Concordei com a cabeça. - Podemos conversar sobre isso quando tudo estiver pronto, em um canto sem barulho ou agito, o que acho difícil acontecer hoje. - Concordei novamente com a cabeça e me levantei saindo da cozinha. Senti Hood vindo atrás de mim. Por algum motivo eu queria chorar mas não sabia dizer o motivo. - Ou podemos aproveitar amanhã para fazer, na minha casa. - Me virei para ele e mais uma vez apenas concordei com a cabeça. - Vamos para minha casa depois da aula então, que tal?

   - Te espero nas arquibancadas.

   - Fechado. Vou procurar o Andrew agora, ele deve ta pegando mais cervejas no carro.

   Quando Calum saiu pela porta peguei minhas coisas do sofá e segui para fora da casa, passando pelos dois distraídos.

   - Onde vai? - Ouvi o tatuado gritar quando estava prestes a sair pelo portão.

   - Estudar, coisa que não vou fazer aqui. - Hood me olhou e Andrew veio correndo até mim.

   - Por quê? Fica, por favor, vai ser legal.

ghost of you | 5sos | Andy Biersack Onde histórias criam vida. Descubra agora