◽Dieci

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Notas iniciais:

Oi meninas, espero que gostem desse novo conto.

Queria também deixar minhas boas vindas para quem está chegando agora! ❤

Boa leitura!

Eu me sentia devastado, incapaz, impotente

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Eu me sentia devastado, incapaz, impotente.

Não apenas por estar assistindo minha seleção ser eliminada da copa do mundo.

Mas sim por me sentir de mãos atadas, sendo impedido de agir, de tomar alguma iniciativa, de tomar alguma medida para resolver ou ajudar meus companheiros de time em campo.

Isso porque com a eliminação da Argentina, minha passagem pelos gramados no mundial durou exatos vinte e dois minutos.

Em quatro jogos!

Doía ter noção disso. A sensação de fracasso deixava um gosto amargo na boca. Machucava presenciar meus amigos e familiares nas arquibancadas com esperança de me ver jogando e eu ficar apenas no banco, esquecido, desolado, numa espécie de punição.

No momento do apito final do jogo contra a França, controlei minhas emoções, tentando passar algum apoio aos meus companheiros que lutaram bravamente até o último segundo.

Contudo, foi preciso apenas eu chegar em Moscou e me encontrar com a família para as lágrimas de decepção rolarem pelo meu rosto.

Simplesmente não era justo.

- Não chora, mi amor. - Fiorella sussurrou em meu ouvido, agarrando meu rosto entre suas mãos, passando os dedos por ali para limpar as gotas que escorriam. - Você fez tudo que podia. Nada disso é sua culpa.

- Eu sei... Mas queria que você, minha mãe, meus irmãos, sentissem orgulho em me ver no campo... - murmurei. - Até minha sogra veio pra Rússia para me assistir jogar vinte e dois minutos. - soltei uma risada seca, ainda desacreditado, me sentando na ponta da cama.

Depois de falar com todo mundo, pedi para ficar a sós com minha namorada, ou melhor, com minha esposa.

Ainda precisava me acostumar de que agora Fiorella não era mais apenas minha namorada e sim minha companheira de vida.

- Dona Glória amou a viagem. Assim como todos nós. Foi uma experiência incrível que jamais esqueceremos. - confirmou, se aproximando para deitar em meu colo. - E mais importante, nós sentimos muito orgulho de você, Paulo. Não é a quantidade ridícula de tempo em campo que vai mudar isso.

- Tô decepcionado. - expliquei, inspirando o cheiro gostoso do perfume de Fiorella que costumava me acalmar.

- Eu também. A vontade que estou sentindo de descer até o quarto desse técnico imundo e dar na cara dele é enorme. - me fez rir, puxando seu rosto até o meu, beijando seus lábios doces. - Mas a coisa certa a se fazer é tentar seguir em frente, mesmo que sinta seu coração partido.

Daylight • Paulo DybalaOnde histórias criam vida. Descubra agora