◽ Diciassette

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A virtude da paciência era algo que eu não dominava

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A virtude da paciência era algo que eu não dominava.

E muito menos a arte de se manter calmo em momentos de espera.

Podia sentir minha respiração instável e minhas mãos suando sem parar, porém nesse exato momento eu precisava manter o controle da situação, pois estava sentado ao lado de Fiorella na recepção do hospital, esperando a vez que minha esposa fosse ser chamada para fazer a primeira ultrassom.

Naquela semana Ella já havia tido uma consulta na obstetra que escolheu para acompanhar a gestação. Após fazer alguns exames, incluindo o de sangue para ver como andava suas taxas e a ultrassom transvaginal, finalmente a hora de fazer a primeira ultrassom pela barriga tinha chegado.

Nem é preciso dizer que passamos a noite em claro.

Nenhum dos dois conseguiu dormir direito, afinal esse momento era de suma importância para ver se estava tudo bem com o bebê.

— Acho que vou desmaiar... — a voz saiu fina da boca de Fiorella quando ela apertou seus dedos ao redor dos meus, segurando com força minha mão.

Minha esposa parecia assimilar melhor a ideia da gravidez a cada dia que passava.

No começo foi complicado, pois estávamos tentando agir com naturalidade, como se nada de novo estivesse acontecendo. Foi apenas depois da conversa franca que tivemos, quando eu dei o primeiro presente do bebê, que as coisas começaram a caminhar de uma forma mais natural.

Compreendia o seu choque inicial e ficava feliz ao ver o progresso que fazíamos gradativamente, seja cochichando de madrugada sobre como contaríamos essa notícia para nossas famílias ou quando inseríamos o bebê nos nossos planejamentos futuros.

Planejamento esse que por enquanto seria nosso casamento. Eu estava decidido que até o final do ano nossa pequena cerimônia ia acontecer, mas agora esse contexto dependia de várias outras circunstâncias.

— Não diz isso, porque eu também tô passando mal. — respondi nervoso, arrancando uma risada baixa da italiana, que levantou nossas mãos entrelaçadas até sua boca, depositando um beijo rápido em cima da minha aliança.

— Você nem ouse dar um chilique em pleno exame, senhor Paulo Dybala. — disse, logo adquirindo um tom mais preocupado. — Eu só espero que esteja tudo bem, com ele ou com ela...

— Vai estar, mi amor. — tentei tranquilizá-la. — O monstrinho ou a monstrinha vai estar crescendo muito bem e sem nenhum problema.

— Você sabe que sua mãe vai pirar quando souber desse seu apelidinho pro futuro neto ou neta dela, não é mesmo? — riu, encostando a cabeça no meu ombro.

Pensar na reação de dona Alicia era algo que esquentava meu coração.

Minha mãe sempre foi louca pelos seus filhos e netos. Gustavo, meu irmão mais velho, foi o primeiro a dar essa honra para Alicia. Meus sobrinhos Lautaro e Dolores eram muito mimados pela mulher.

Daylight • Paulo DybalaOnde histórias criam vida. Descubra agora