Querida babá

Capítulo 10

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OLÍVIA  ON:

   O caminho do retorno foi moldado ao silêncio. Vincenzo dirigia  tranquilamente  pelas  ruas mortas  de Milão.
   Minha Bella dormia serena,rendida após  a noite inteira brincando  no Playground.
   Meu cansaço chegava lentamente. Encosto a cabeça  no vidro da Land Rover Discovery.
     Baixo os olhos,olhando-o por debaixo  dos cílios. Vincenzo  tinha os olhos  concentrados na direção,alheio aos pensamentos de seu coração.
   As luzes dos outros  carros incendeiam  seu rosto,revalando o quão bonito  este bastardo  é.
   Meia hora depois,estamos saindo do carro e entrando silenciosamente  na mansão.
   Subo as escadarias  direto  para  meu quarto provisório. Respiro  devagar,soltando o ar que meus pulmões  haviam prendido sem me dar conta.
    Tomo coragem  e vou  até  o quarto  de minha loirinha.Dou-lhe um beijo  de boa noite  e a enrolo deixando-a feito um temaki.
   Fecho a porta,em silêncio.O alívio  desapareceu  assim que abro a porta do meu quarto  e vejo  um Vincenzo  plantado no meio do meu quarto.
    A parte  de cima do smoking  havia sumido,dando assim um grande  destaque aos seus músculos  definidos  e visíveis  debaixo da  camiseta.

—Liv...Olívia. — ele limpa a garganta.

  Era impressão minha ou é  a segunda vez que ele ia pronunciar meu apelido  carinhoso?

—O que aconteceu  mais cedo...—Vincenzo  estava eufórico,um bom porcento culpado.

   Ele ama Rosie.Ele vai se casar com ela.

—Foi um erro.— o interrompi com o olhar  gélido. —Não ocorrerá  nunca mais.

   Confirmar a mim mesma  que ele era noivo de outra pessoa  fez meu peito inflar de raiva.
   Maldito bastardo!

—Se não  se importa,eu gostaria  de descansar. Tive um dia puxado,nunca fui a um evento desse calibre e estou totalmente  desgastada,Senhor  Montanini.— friso o Senhor não  conseguindo  controlar  minha ironia  mista de raiva.

   Vincenzo  franziu  a testa,formando  uma ruga de preocupação.

—Okay,como quiser,Senhorita  Olívia.Tenha um bom descanso. — ele se retirou  do meu quarto.

   Arqueio o corpo  para  frente. Eu não  posso permitir  que me apaixone por Vincenzo. Merda!
    Com cuidado,retiro o vestido  e penduro no cabide.Através do espelho,vejo meu reflexo.
    Fecho as pálpebras  devagar.Minha mente  viaja e volta  à  dança  com Vicenzo. A forma que segurou meu pescoço,medindo entre o prazer e a dor.
   Meu Deus...
   Mordo  o lábio inferior,maneando a cabeça.Minha mente traidora esfrega  as lembranças  em minha cara,meio que dizendo um "ELE SABIA O QUE FAZIA".
    Me jogo na cama,enrolando e cobrindo meu corpo  com edredon fofinho.
   Aquele homem  tinha que andar com uma frase  tatuada  na testa:"Sou problema,não,sou um big problemão."

   Eu era um ser humano  racional,não  seria a merda do meu coração  que mandaria em mim,e sim o contrário!

—Maldito  bastardo!— gruhi.

     Em meio a minhas  lembranças,adormeço com  consciência  acusando,mas em contrapartida,um sorrindo  iluminado brilhava  em meus  lábios.

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Não  sabia o que era pior: ver Vincenzo  depois  do ocorrido  ou não  vê-lo e domar minha ansiedade.
   Ele não apareceu  a semana inteira em casa,não  deu o ar de sua graça  nem para filha. Sei que eu tinha boa parcela  de culpa,mas eu também  não  era a única ali.
    Nós  dois erramos.
    O que fiz foi errado eu podeira  ter falado  "não ". Vincenzo é noivo,não  posso começar a nutrir sentimentos  românticos  por ele,porque seria o mesmo  que dar um  tiro no pé...ou no coração.
   Sendo assim,ligo para  a única  pessoa  que me atenderia às 3 e meia da madrugada.