Capítulo 23

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OLÍVIA  NARRANDO

     A cafeteria calma  do centro  de Milão  foi onde  Lexie e eu marcamos  de nos encontrar.

—Pode ir,menina.—Letizia abraça  a netinha. —Vai tranquila.

   Ouvindo  essa frase de Letizia,sinto confiança o bastante para ir ao encontro  de Lex.

—Volto rapidinho,Leh.— beijo sua  bochecha  e saio andando.

  Letizia se tornou  uma espécie  de mãe  para mim. Foi uma das primeiras  pessoas a qual eu abri meu coração  sobre tudo o que tinha acontecido.
   Ela me garantiu  que Vicenzo  deveria estar confuso e seria melhor pensarmos  melhor no que queríamos  no momento.
   Me sento e peço  meu café  com chantilly por cima.
   Lexie chega em seguida,com uma bolsa de uma loja cara,provavelmente de uma das suas  compras compulsivas.
   Ela falava ao telefone,se sentou  e começou  a cantar uma música  da Ludmila para a criatura com quem conversava.

—Tá  com ciúme ,tá  com ciúme ?Pega na mão e assume!—canta e prendo a risada.

    Lexie desligou e guardou o telefone.

—Amém,né. —reclamo.

—Sabe que eu te amo so much.— ela ajeita o óculos  preto  no alto da cabeça.

—Tá  bom,senta lá Cláudia. —faço bico  e meu celular  acende com a chegada de uma  nova  mensagem.

   Era ele.
  
    Engulo em seco,sentindo minha  garganta  secar. Lexie percebe meu semblante  cabisbaixo.

—Ei, amiga, senta aqui...—ela diz em tom sério,me fazendo  levantar  a cabeça —Que cara é essa aí?— sim,ela estava me respondendo  apenas com trechos de músicas  —Será que alguém morreu?O que aconteceu?O que quer me dizer?Por que cê tá chorando?Eu não tô entendendo.Cê tá me assustando.

—Marília  Mendonça,miga?!— ri,mas a vontade  de chorar  é  maior. —Tô no status que eu não queria,eu não sabia a falta que fazia,até que eu queria alguém,mas quem disse que eu mando?Se eu tô solteiro e o coração tá namorando— me rendei a brincadeira.

—Eu sou um merda mermão!— caímos  na risada 

    Ela é  uma idiota. A minha idiota.

—Sai dia,entra dia e você  se supera. Me surpreende...— dei uma risadinha.

    Ela engata  conversa.Conversa sobre o que estou  sentindo,feito  uma psicóloga...só que o bônus de ser uma irmã para  mim.
      
Não tenho  vocação  para o morno,Lexie.Ou é  frio ou pega  fogo.Tem que ser intenso ou  é  melhor nem ter.— sou direta.

    Lexie e eu somos assim.Não precisa de rodeios.

—E como tem sido na mansão  agora que resolveram dar um time?— ela se mexe na cadeira.

—Infernal. —suspiro —Horrível,doloroso....É difícil  encontrar  uma palavra  que defina com exatidão  o que é  estar lá  e não  poder  abraçá-lo...

     Terrivelmente  trágico.Parecia que não  conseguia  respirar direito  naquela casa embora  ela fosse enorme,tinha como se as paredes  se fechassem  em torno  de mim e me sufocassem.

—Ele tentou  conversar com você?— pergunta  Lexie.

—Aham,inúmeras  vezes,miga.Mas,não quero Vicenzo  pela metade.Quero seu inteiro  para  mim.— digo,tomando um pouco do café.

    Lexie anuí e seu rosto brilha feito  uma criança. Ai,Jesus!Sei que vem pergunta  difícil pela frente.

—Mas,rolou?— ela indaga  com expectativa.

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