Capítulo 37

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OLÍVIA NARRANDO

    Abro as pálpebras,devagar

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    Abro as pálpebras,devagar. A claridade  machuca  minha  visão   e volto a fechar os olhos.
   Solto uma respiração  pesada  e abro os olhos numa outra tentaviva.
   Sinto uma mão  morna  entrelaçada a minha,ambas  pousadas sobre minha barriga.
    Vicenzo havia baixado  a cabeça e parecia  estar dormindo.
    Me movimentei sobre  a cama  hospitalar  confortável.Ergo a mão livre e vejo uma agulha  espetada,onde recebia  soro fisiológico.
   O que aconteceu?Parecia que recebi  uma pancada  em minha mente.
    Então,as lembranças  foram sendo trazidas  a mim,simultaneamente  e em resolução HD.
   Por um ato involuntário,passo  a mão  entre  os fios negros de Vicenzo.Gemi ao sentí-los deslizando  entre meus dedos.
   Seu cheiro  espalhou-se por meus pulmões.Era tão bom estar perto  outra vez e poder tocá-lo.
   Eu não me importava  que esse encanto durasse segundos.
Estamos tão  perto,estamos  nos tocando. Mas,eu não  posso tê-lo  do jeito que quero.
    Desço  a mão  para  minha  barriga,fazendo sem querer Vicenzo  despertar.
   Seus olhos  sondam minha alma e seu semblante se alivia.

—Vicenzo...Hm...— gemi  dolorida  ao lembrar  do sangue.— A bebê...?

—Calma,shhh...Ela está  bem. As duas  estão  fora de perigo,Mio Diamante. — ele assegura.

   Respirei  aliviada.

—Graças  à  Deus...—murmurei,levando  minha  mão  à minha barriga. —Eu fiquei...morrendo  de medo.— admiti,passando  a mão  por meu cabelo.

    Odiava a forma humilhante  que  minha  voz  saiu.

—Nossa Principessa está  bem,Olívia. —ele diz,me acalmando.

   Sua mão tateia sobre o lençol  quadriculado  e encontra a minha.
   Ele a segura.Me fita nos olhos,estabelecendo  uma contato visual inquebrável.
    O silêncio  sobrevoa  sobre o ambiente.

—Por que não  me contou?— ele indaga,findando o silêncio ruidoso.

    Levanto  os ombros.

—No começo,fiquei  aterrorizada  com a ideia  de que me tirasse ela.Depois...Eu simplesmente não conseguia  dizer.Você  estava  tentando  refazer sua vida,Vicenzo. Nada mais natural  que  eu  seguisse  a minha...sem você. Mas,depois  que  soube que me  escondeu  sobre minhas origens,eu quis fazer  com  que sentisse  a dor que senti.De que algo bom foi arrancado de ti.— expliquei-me.

—Nunca tiraria  nossa filha  de você  ou impediria  qualquer contando  entre ambas.— ele pareceu chateado,seus olhos demonstravam  claramente —Posso ser  um canalha,um verdadeiro  saco di merda,mas nunca seria capaz  de tamanha maldade contigo. Entendo  que estava ferida,e que na realidade  ainda está...

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