Capítulo 45

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P.s:Muito  obrigado  pelos  10K!!!♡♡Eternamente  grata!!!!

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OLÍVIA  NARRANDO

    Meus passos  incertos. Meus olhos  cheios  de lágrimas,transformando  as imagens  em um borrão.
    Não  me dei conta que havíamos  chegado ao hospital.Os maqueiros descem a maca a qual Vicenzo  está  deitado,imobilizado totalmente.
    As coisas estão rápidas  demais,correndo  numa velocidade  que faz meu cérebro explodir  em mil fragmentos.

—Fique aqui,Senhorita Sarabelly.— uma voz masculina barra minha entrada.

    Obedeci,parando antes de entrar na sala.
    Parei em frente  a porta.De onde estava podia ver apenas  seu rosto.
   Vicenzo aparentava  estar em paz,sem dor,com os olhos  fixos em mim enquanto  médicos  cirurgiões começaram a tentativa  árdua de salvar sua vida.
   Aperto  os lábios,ignorando  minha dor gritante.Só queria  poder  parar,poder ter interrompido...

—Eu te amo...— murmurei,movendo apenas  os lábios.

   Ele sorriu. Em paz.Tive que ser tirada da porta,por uma enfermeira  conhecida.
   Olhei uma última  vez para trás  e acho que ele estava em efeito  de anestesia pois já  tinha  apagado.
     Eu tinha tantas  coisas  para  lhe dizer.Ia dizer que o perdoava,que não  precisava  de porcaria  de prova de amor  nenhuma,pois o simples fato de ter permanecido  ao meu lado quando as coisas ficavam complicadas  era uma prova diária.  
    Por  que as pessoas  deixam para dizer  coisas importantes no momento  de adeus?
   Estou com medo de não  poder dizer isso para  ele.Novamente.

    Leonardo era o médico especialista por aquele tipo de procedimento,havia chegado e se preparava  para  iniciar a corrida contra o tempo.
   
—Eu quero ir.—murmurei.

   Seus olhos me sondam por segundos.

—Acha que consegue  encarar?Não é muito indicado  quando se é  parente  ou alguém  próximo. —cruza os braços na altura  do peito.

    Funguei.

—Eu preciso...Preciso ficar  perto dele.

   Leo se aproxima,solidário.

—Você  é  a melhor da minha  equipe. Eu preciso  de sua concentração,e seu esposo  precisa da sua mão  amiga,de seu amor  e cuidado. Será que consegue  fazer  isso?—Leonardo indaga com  as duas mãos  em meus ombros.

—Sim,eu irei conseguir. —digo,engolindo  o choro. —Por ele.

    Leo  anuí  e manda me preparar para a cirurgia. Não  precisava  ser uma expert para saber que a situação  estava  ruim.
  Os médicos  que o atenderam conseguiram colocar sobre controle,parando a hemorragia,mas o pior sobrava para  nós e não  era opcional.
    Adentrei na sala de cirurgia,devidamente preparada fisicamente e psicologicamente.
    Meu coração  se partiu  ao meio ao ver meu lindo  Vicenzo naquela forma.Frágil como um bebê,dependendo  de aparelhos e da sorte para sua sobrevivência.
    Minhas  pernas  adquirem a consciência  de gelatina,mas ainda assim paro  ao seu lado.
   Observo  seu rosto  másculo,pálido.Toco seus cabelos pretos brilhosos e sedosos.
   Me inclino na altura  de sua orelha. Inspirei e aperto  os olhos,sentindo  que a qualquer  momento  iria desabar no chão.

—Oi...Sou eu.—digo baixinho,pois sabia  que alguma  parte  dele estava me ouvindo — Estou aqui,meu amor...—me controlo  emocionalmente para  não  desencadear novas  lágrimas —Vai ficar tudo bem.Mas,preciso que lute comigo,okay?Não irei desistir  e não  deixarei fazer  o mesmo. Eu quero você ao meu lado,preciso de seu amor para  ser quem sou.Eu te amo e eu o perdoei  por tudo.—uma lágrima rolou —...Eu te amo...

  Ele precisava de mim. Sua vida dependia  dessa cirurgia,tinha fé  que ele sairá  dessa.Intacto.
    Começamos  a operação. Internamente,implorava aos Céus por um milagre.
    A situação  era grave.A bala havia atingido uma área complicada,a remoção  poderia desencadear diversas  consequências,inclusive sua morte.
   Fecho os olhos com tal pensamento e um arrepio sobe na espinha. Ignoro  e foco no que um dia acreditei  ser meu dom.
  
—Pinça,por favor. —Leonardo pede  e obedeço,entregando-lhe o instrumento.

    Com habilidade,Leonardo  tirou o projétil  da arma,fazendo  todo mundo dar um suspiro  aliviado.
   Suspiro  este que logo se transformou  em pânico  coletivo.
  O monitor que marcava seu batimento cardíaco começou a apitar,sem parar.
  Sua saturação  despencava,indicando que seu coração  ia parar de bater em minutos.
 
—CARREGUEM EM 200!— Leonardo  grita e de repente o corpo de Vicenzo sobe com o choque.

   Meu peito doi.Quando eu era uma criança,mamãe  me perguntou  o motivo  de querer cuidar de outras pessoas,lembro de ter respondido  que não tinha o poder de fazer desaparecer  a dor,as doenças,os hospitais.
    Agora,eu queria poder estar em seu lugar.

—Vamos....—sussurro.

—Mais uma vez!—Leonardo ordena,com os lábios  em linha fina de preocupação.

    Por favor....Não me deixe.
   As tentativas  continuaram. Nada de melhorias.
   Girei o calcanhar  e corri para  perto de seu ouvido.Seu cheiro  ainda era dele.Pego sua mão morna,que ainda era sua.

—Volte para  mim,Vicenzo. — acho  que desmoronei em lágrimas.

—Uma vez mais!Se afaste,Liv.—Leo pede e assim o faço.

    O corpo dele recebeu mais choque.Olhei com expectativa para o monitor. Nada.Seu batimento cardíaco  estava fraco,ele podia  ir embora.
    Pelas regras  do Código  de Ética,tínhamos  um limite  para  tentativas de ressucitação e  uma hora iríamos ter que parar.
   Mas,para mim não era justo,não iria parar  de lutar por  ele.Mesmo que ele tenha caído  no chão,eu iria carregá-lo e lutar por dois.
   Ele podia ter escolhido  não se atirar  em frente  a uma bala. Seria eu a estar aqui.Não quero continuar  sem ele!

—Eu sei que está cansado  e que seu coração quer desistir. Está  fraco,mas ainda assim bate....querendo viver. Não é  sua hora,meu amor. Não é...Então,por favor....Lute e retorne  para nós...—disse,com esperança  na voz.

    Leonardo  me manda afastar,dizendo ser a última  vez.
   Cruzo as mãos  em preces,orando do meu jeito,assim como meus amigos de equipe.
    Fechos os olhos e escuto a máquina  ser carregada  na maior intensidade.
  Seria tudo ou nada.
  
—Afastem!—alguém  diz.

    Silêncio ensurdecedor. O zumbido de sangue  em meu ouvido  aumenta.
Abro os olhos,parando-os no monitor.
   A linha fraca para.Havia indicado...
   Não  raciocínio direito apesar  de ter presenciado tantas vezes.

—Hora da morte...—Leonardo olha no relógio  —8h54.

—Ele se foi...?— indago anestesiada.

   Leonardo  meio que pediu perdão  pelo seu olhar.

—Algumas coisas  não  estão  em nosso controle,querida. — murmurou com pesar.

   Não...
    Não....

—Ele não  se foi....Não...—direcionei meu olhar para a máquina que tinha sua linha reta.

   Em minha profissão,observávamos de perto os paradoxos da vida.A beleza do nascer de uma nova vida e a tristeza  da perda.
   E agora....até eu mesma  iria sentir e era...insuportável.
   Como se arrancassem meu próprio  coração  e me obrigassem a continuar.

—Olha! —uma voz sobressae por cima de meu choro  compulsivo.

  Ergui  o olhar,embaraçado  pelas  lágrimas.
   A linha continuava reta.Entretanto,ela volta  a correr. Forte.
   Meu rosto se ilumina com a esperança.

—Temos  batimentos!— Leonardo comemorava. —Vamos  fazê-lo ficar fora de perigo por enquanto.

    Meus joelhos  se dobram e cai ao chão,com as mãos  pra cima,agradecendo por este milagre.

—MUITO OBRIGADA,DEUS!— chorei aliviada.

     
  

                          ~~💟~~

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