Capítulo 22

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OLÍVIA  NARRANDO

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OLÍVIA  NARRANDO

  "Vicenzo,

     Eu preciso de um momento para  pensar. Em tudo.Sua mãe me prometeu  cuidar  de minha Bella e deixou tranquila o bastante para sair.
   Em breve  retornarei.
                   
                                      Com carinho,
                                                Olívia.

    A opção  enviar  surge na tela.Clico e ela foi enviada.Olho para a janela de meu apartamento.
   Escosto a cabeça no vidro da janela da sala,olhando a grande  Milão.
  Uma música  tocava  baixinho no som.Era em inglês e presto atenção  na tradução.

🎧🎵
Me ajude, eu me perdi de novo
Mas eu me lembro de você
Não volte, isso não vai acabar bem
Mas eu gostaria que você me dissesse também

Nosso amor está a sete palmos abaixo da terra
Eu não posso deixar de me perguntar
Se o nosso túmulo fosse regado pela chuva
Rosas floresceriam?
Poderiam rosas florescer
Mais uma vez?

Refazer meus lábios
Apagar o seu toque
É demais para mim
Soprar
Como fumaça no ar
Como você pode morrer descuidadamente?

Nosso amor está a sete palmos abaixo da terra
Eu não posso deixar de me perguntar
Se o nosso túmulo fosse regado pela chuva
Rosas floresceriam?
Poderiam rosas florescer?

Estão tocando o nosso som
Colocando-nos para baixo hoje à noite
E todas essas nuvens
Trazendo-nos de volta à vida
Mas você está frio como a noite

Sete palmos abaixo da terra
Eu não posso deixar de me perguntar
Se o nosso túmulo fosse regado pela chuva
Florescer
Florescer
Mais uma vez

Me ajude, eu me perdi de novo
Mas eu me lembro de você

   Estou sozinha. Do jeito que precisava  ficar.
   Embaixos de meus olhos tem terríveis  olheiras juntadas ao inchaço  devido  ao choro.
   Preferi ficar um tempo  sozinha.Queria ter o silêncio  como o Conselheiro e observador de minhas lágrimas.
   O clima decaia,os céus se fecharam cinzentos indicando  que em horas um temporal  ia desabar.
   Me levanto com a cabeça  pesada. Em meu celular há milhares de ligações  de Vicenzo.
   Eu não  atendi  nenhuma.
   Ele tinha que entender que não era o melhor  momento  para se discutir ou pedir desculpas.
   Dei a Montinini a oportunidade  de me ter nas mãos,frágil  e totalmente  exposta.Ele transformou  a oportunidade  em algo mortal para  mim.
   Mostrou  para  ver que ele na verdade  só  queria sentir algo mais próximo  do que sentia por Sophie,pois seu coração  ainda era dela.Será que ele me beijava como fazia com ela?Será que sonhava  com ela assim como eu sonho com ele?
   Odeio a insegurança,gosto  de ancorar-me em pessoas  estáveis, e não em pessoas  que mudam como a velocidade da luz.
   Ficoo mais que nítido  a devoção  e amor que Vicenzo sente  por ela.Não se trata de ciúmes,não.
   Somente não quero  morar  de aluguel em um coração,cuja já tem dona.
  E essa situação  toda é  uma merda!Um saco!
   Passei a noite  pensando  e refletindo  sobre o que era melhor no momento.
   Por mim.
    Por ele.
 
     Me arrumei e pego o primeiro  táxi  na rua.A chuva ameaça  cair,mas mesmo  assim insisti sair de casa.
    Não  ia dormir  enquanto não  me resolvesse  com Vicenzo.
   Ultrapasso  a porta enorme da mansão,avaliando o lugar quieto.
  Os saltos das minhas botas provocam  ruídos  pelo chão.Ando em direção  ao escritório  de Vicenzo,sei que ele deve estar por lá.
    Abro a porta,devagar.Meu coração salta pela boca  ao vê-lo  ali.
   Eu subestimava o poder desse olhar.Tem um efeito intenso  sobre mim.
 
 — Liv?— ele logo se levantou  da poltrona.

    Os punhos da camiseta  arregaçados,mostrando sua pele bronzeada.

   Tentação em forma de pessoa.Minha mente o proibiu,mas meu corpo se rebela. Traidor!

—Vicenzo.—meu tom de voz saiu naturalmente  frio feito o Alasca.

    Sua cara se contraiu de desgosto. Ergo a cabeça  e encaro  seus olhos.

—Me desculpa,sei que exagerei  ontem a noite com você. Eu simplesmente  odeio que mexam nos pertences  de Sophie...—disse na tentativa  de me explicar.

   Não se sinta pior ao fazer o que é  melhor para  você.
   Eu tenho  consciência  me manter longe de quem eu quero que esteja mais perto de mim.

—Olívia...

Interrompi sua  fala  com  um  gesto.  Maneio a cabeça  negativamente.
  

—Agora você  vai me ouvir falar.— corto-o.

   Respiro  fundo  e solto pela  boca. Meus pulmões  pareciam  falhar.
  
—Eu sempre  me perguntei  o motivo  das  pessoas  sofrerem  ao gostar  de alguém,tipo...Amar e sofrer  são idéias opostas no  final  das contas. Acho que  passei a noite inteira  procurando  uma resposta a altura...—sorri tristonha —...E agora,acho  que  encontrei uma.Não é  necessário  entender  de física  para entender  que duas coisas  não  ocupam  o mesmo espaço.Eu não posso tentar entrar em seu coração  enquanto você faz força para fechar  a porta.E sabe por que faz isso?Seu coração ainda está enlaçado a um outro,que Céus...Eu queria com toda minha alma que fosse o meu.Mas,nem tudo  é  o que queremos,não  é mesmo?— uma lágrima  caiu de meus olhos e rapidamente  a limpei.

    Era humilhante  chorar  na frente dos outros.Sou uma mulher  forte.

— ...Odeio o fato de ter me apaixonado  por ti tão  rapido quanto  cair no sono.Queria me jogar,mas você  estava de braços  cruzados. Então...— deslizo o anel de meu dedo anelar e coloco sobre a palma de sua mão  —...você  precisa encontrar-se e  quando  não  tiver ninguém  ocupando seu coração,me procura  que talvez  eu me mude  para  ele.

—Liv...— suspirou derrotado.— Por favor...

—Eu não  aceito  metades de nada e nem de ninguém,mesmo que esse alguém seja você. — viro as costas  e deixo o escritório.

      Deixei tudo por conta  do tempo,se fosse para ser,no fim seria. Caso contrário,o vento levaria embora tudo  aquilo  que trouxe.

🌼🌼🌼🌼🌼🌼🌼🌼🌼🌼🌼

POR FAVOR  NÃO  ME MATEM!KKKKM

Querida babá Onde histórias criam vida. Descubra agora