n o v e • A b i g a i l

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CAPÍTULO 09

Suspiro frustrada, eu estava olhando para tela em branco a mais de trinta minutos e nada vinha a minha mente, eu estava com meus pensamentos todos bagunçados e nada saia daquele emaranhado de informações.

- Como estamos aqui? – Ouço a voz de Joaquim invadir a enorme sala de pintura que ele me ofereceu para trabalhar.

Bufo frustrada e me viro para ele deixando os pinceis de lado e tirando meu avental.

- Não consigo pensar em nada. – Murmuro desgostosa.

- Acho que precisa de alguma inspiração. – Ele sorri de lado e vejo então que ele tem dois copos de café na mão e me oferece um.

- Obrigada. – Agradeço.

- O que acha de conversar com o dono do local para saber mais da sua personalidade? – Joaquim sugere e eu penso no que ele diz.

- Já falei com o Senhor Donan. – O relembro e ele sorri de lado.

- Não estou falando de Donan, você podia conversar com o filho dele. – Meus pensamentos trazem a imagem de Daniel e eu olho para Joaquim assustada.

- Hmm... – Murmuro sem saber o que dizer.

- E Belinda... – Joaquim fala sem graça.

- O que tem ela? – Pergunto sem entender.

- Como ela está?

- Bem, Belinda sabe se virar. – Dou de ombros e me pego pensando que faz tempo que não falo com ela e nem com Jesse.

- Sim ela é. – Ele fala sem graça e pede licença e me deixa sozinha com minha confusão.

Fico o dia inteiro pensando no que criar, pensando por onde começar e nada sai. Frustrada pego minhas coisas e deixo o estúdio de pintura de lado. Já são cinco horas da tarde, olho em volta e sinto vontade de passear pela cidade.

O tempo estava bom, as pessoas passeavam contentes e despreocupadas pelas ruas olho para elas e as invejo, a muito tempo eu não me sinto leve e sorrio dessa forma, eu sinto falta da antigo Abby as vezes e isso é doloroso.

- Abigail. – Ouço alguém me chamando enquanto tomo meu café em uma pequena cafeteria afastada de todas as pessoas.

Olho para os lados procurando pela pessoa que estava me chamando e petrifico ao ver que era o Pedro, ele estava parado a alguns metros a minha frente e me olhavam com um pesar que me incomodava.

- Posso me sentar? – Quando percebo ele já está a passo de mim e eu sinto o gosto do café amarga minha boca.

- Não acho que...

- Por favor, eu só quero conversar. – Ele me interrompe.

Fico estática olhando para ele esperando que ele desista dessa ideia, mas não acontece. Pedro fica me encarando esperando uma resposta.

- Está bem, sente-se. – Falo e peço para a garçonete me ver um chá.

Pedro está com uma calça jeans preta e uma blusa despojada branca, seus olhos pretos me fitam intrigados, desvio o olhar sem graça esperando que ele fale algo já que insistiu em se sentar junto de mim.

- Faz tempo que voltou para Portland? – Pedro pergunta tranquilo como se fossemos amigos de anos.

Perdida eu olho para os lados e vendo que não tenho para onde fugir ou alguém para me tirar dali eu suspiro e decido responde-lo.

Depois da NevascaOnde histórias criam vida. Descubra agora