s e i s • D a n i e l

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CAPÍTULO SEIS 

- Pai? – Chamo entrando no quarto.

Adentro o quarto e sinto meu coração se partindo ao ver meu pai na cama novamente. Eu implorei tanto para que ele não abusasse. Ao me ver ele abre um lindo sorriso, um sorriso do qual eu sentia falta.

Meu pai tinha câncer no pâncreas, não tinha cura estava em um estado avançado. Eu fazia o possível para ele se sentir bem e confortável. Sempre foi ele e eu juntos, já que minha mãe me abandonou quando jovem, pois meu pai não era rico na época e ela é uma mulher desprezível e interesseira, mesmo que meu pai tente me provar o contrário.

De uns anos para cá sou eu que estou tomando conta da sua grande rede de hotéis e resorts, faço o possível para que ele não se esforce e não se preocupe com nada, mas ele é um homem teimoso que muitas das vezes desobedece e vai trabalhar, o que me deixa possesso.

- Oi meu filho, como foi com a pintora? – Ele fala me fazendo suspirar por me lembrar do episódio de hoje cedo.

Acabei perdendo a cabeça por ver meu pai no escritório que acabei descontando na menina que eu nem mesmo conhecia, droga. Eu nem ao menos vi a hora que ela foi embora do hotel, será que eu a assustei tanto assim?

- Um fiasco. – Bufo e me sento próximo dele. – Pai o senhor não pode se esforçar, sabe como eu me senti quando vi você no escritório.

- Meu filho, viva um pouco. Você é muito ranzinza com seu paizão aqui. – Ele sorri.

- Desculpe por me preocupar com o senhor. – Reviro os olhos.

- Viu só, um completo chato. – Ele continua rindo.

- O senhor ficará bem aqui sozinho? – Pergunto já querendo desistir da ideia de voltar para meu apartamento.

- Daniel para de me usar como desculpa e vá logo para sua casa. Eu ficarei bem. – Ele diz e liga a enorme TV.

- Não uso o senhor como desculpa. – Bufo. – Eu só me preocupo.

- Até demais. Agora vá! – Ele balança a mão mandando eu sair e ri da minha cara. – E da próxima vez que vir traz seus amigos, sinto falta de dar risada com o palhaço do Simon.

Saio do quarto bufando descontente com o fato de deixa-lo aqui nesse casarão sozinho. Eu moro em uma cobertura com meus amigos. Josh me ligou avisando que iria ocupar o último quarto vago do meu apartamento e eu não fiquei extremamente feliz com a notícia, eu queria usar aquele cômodo como escritório.

Entro em meu apartamento e contemplo o silêncio que eu sabia que não duraria muito, pois era só eles chegarem que a bagunça começava. Eu até gostava disto, eles são ótimas companhias me distraem de toda a merda que está a minha vida, são amigos quase irmãos.

Tomo meu banho e decido que é hora de relaxar, a água quente caia sobre minha pele parecendo massagear cada canto do meu corpo. Saio do banho, enrolo uma toalha na cintura e vou em direção a cozinha.

Paro abruptamente ao ver uma garota, com seus cabelos cor de mel ondulados até a cintura, com um olhar penetrante me olhando com os olhos arregalados com uma colher de iogurte parada no meio do caminho até a sua boca.

Fico a encarando tentando lembrar de onde eu já tinha visto essa mulher, até que me lembro da artista que foi comigo hoje até o hotel. Não acredito que ela é uma daquelas mulheres que perseguem... reviro os olhos. Tão bonita mas perdeu totalmente o encanto.

Depois da NevascaOnde histórias criam vida. Descubra agora