d e z • A b i g a i l

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Estar na mansão sabendo que meu pais estavam presentes era assustador, só de saber que a qualquer momento minha mãe iria descer e me cumprimentar eu sentia meu corpo suar de nervoso.

Meu pai era vereador e de uns tempos para cá tem investido na sua campanha para se tornar governador. Minha mãe como sempre adorava toda a atenção de dama da sociedade e me odiava por perto pelo fato que eu trazia rumores que ele fez de tudo para afastar, até mesmo mandar a própria filha embora de casa.

Fico preocupada com o que ela pode fazer com Ceci. Minha irmã é muito sentimental e delicada e Mayara tinha muita influência sobre os pensamentos de Cecilia e era isso o que mais me preocupava.

Me sento no sofá e me remexo inquieta. Josh subiu para falar com Marcel e eu me neguei a ir para o meu antigo quarto, primeiro porque eu não queria reviver aquilo e segundo porque eu não queria esbarrar com meus pais estando sozinha.

Ouço passos na escada e rezo para ser um dos meus irmãos e sinto que posso respirar melhor ao ver Ceci descendo a escada. Sua cara estava emburrada e ela bufava irritada.

- Está tudo bem Ceci? – Pergunto preocupada.

- Eu a odeio. – Minha irmã fala com os olhos marejados. – Eu odeio a mulher que me colocou no mundo.

Caminho até minha irmã e a abraço, Ceci encosta sua cabeça na curva do meu pescoço e chora. Eu sabia que minha mãe se esforçava para ferir as pessoas e ela sempre conseguia, eu até permitia ela me ferir, mas fazer isso com Ceci me deixava possessa.

- Não de ouvidos para o que ela fala. – Digo.

- Ela quer que eu me case com David.

- Não, você não fará isso. – Digo séria.

- Posso saber o que ela não fará, Abigail? – Escuto a voz da mulher de quem eu corri por muitos anos.

Olho para a escada e vejo a mulher que fez tudo para manter a imagem dela, até mesmo expulsar a filha de casa.

- Te fiz uma pergunta, Abigail! – Mayara diz. – Quanto tempo minha filha, vejo que não mudou nada.

Minha mãe se aproxima e me abraça sem jeito e eu fico imóvel com o contato.

- Cecilia não irá se casar só porque a senhora quer. – Digo e vejo minha mãe fazer uma careta para mim.

- Abigail, eu pedi para que viesse para cá para colocar juízo na cabeça da sua irmã e não para opinar em minhas decisões.

- Mãe! – A repreendo.

- Como está sua tia? – Ela pergunta e meus pensamentos vão para tia Demi.

- Tia Demi está ótima e tenho certeza que ela aceitaria Cecilia em sua casa.

Cecilia me olha de olhos arregalados.

- Está em ameaçando, Abby? – Mayara me pergunta prepotente.

Penso em responder à altura, mas somos interrompidas por meu pai.

- Minha filha! – Ele chega se aproximando com os braços abertos e me aperta em um abraço de urso. – Que saudades que eu tive, Abby. – Beija o topo da minha cabeça.

Freiton me abraça forte e por cima do seu ombro vejo Marcel e Joshua nos olhando. Vejo Cecilia se juntar aos meus irmãos e observar meu pai que não me soltava.

- Pai. – Falo tentando me mexer. – Está tudo bem?

- Senti sua falta. – Ele diz com a voz imersa em mágoa.

Depois da NevascaOnde histórias criam vida. Descubra agora