Camille
Capítulo 13
Estava sentada na mesa olhando para Khal comer metade do pastel já que Sol tinha obrigado ele a dividir o pastel de carne dele. Comecei a rir ao me lembrar da cena que ela fez quando o salgado chegou, sentido-se totalmente traída por termos pedido o lanche sem que ela estivesse presente. A sensação que eu estava sentido agora, era impossível de se descrever, a paz, a sensação de ter família.
A casa estava cheia.Completa.
Feliz.
E ver Sol interagindo com Khal desse jeito, fazia com que meu coração se alegrasse de uma maneira única.
- Me dá um pedaço?
- Unrrun... - Olhei para o meu pastel de Romeu e Julieta e parti um pedaço, ao tempo que meu dedo tinha ficado melado com uma parte do recheio. Quando estendi o pedaço de Khal, ele pegou e segurou minha mão, lambendo o dedo que estava com goiabada, seus olhos encontraram os meus. E eu sabia o que ele estava tentando dizer e fazer desde o início da noite. Parecia que os dois estavam começando a jogar a clara, era tudo ou nada.E parecia que esse jogo estava cada vez mais perigoso.
Era um jogo de vontades, de incertezas. Em que para vencer, era preciso ousar e acima de tudo saber qual era o seu objetivo final. O que me fazia questionar o que realmente queria com Khal, aonde eu queria chegar.
- Eca! - Sol soltou um grito vendo a cena que Khal estava fazendo e eu comecei a rir. - Você não pode lamber ela! Ela pode estar com as mãos sujas!- Verdade Khal... Você não pode. - Puxei minhas mãos. Olhando bem no fundo dos olhos dele.
- Desculpa... Ei mocinha! Você já me enrolou demais. Já comeu meu pastel, tomou do meu suco. O que você vai querer mais em? Já está na hora de meninas irem para cama.- Eu quero ir pra Disney.
- Sol!
- O que foi?
- Pare com isso! Eu sei bem o que você está fazendo, conheço você na palma da minha mão, já conversamos sobre ficar pedindo as coisas para pessoa e você sabe que eu proibi isso!
- Mille.- Não! Levante-se e e vá escovar os seus dentes e cama. - Tentava manter minha voz calma, sabia que eu tinha sido dura com ela. E me dia quebrar um momento tão doce, com uma reprimenda. Mas parecia que quanto mais ela crescia, ela tinha esse desejo de ter as coisas. Eu sabia que era algo normal para uma criança, você olha para todas as outras crianças da escola e as vê com bolsas caras, bonecas, coleção de lápis, enquanto você tem que se contentar com emprestados, com brinquedos velhos, doações.
Eu sei bem como você pode se sentir, porque durante toda a minha infância eu passei por isso. Mas eu precisava ensinar a Sol qual era a realidade dela e que apesar de tudo e por tudo ela deveria manter um coração grato por tudo que já conquistamos. Ela precisava ter orgulho do lugar que ela veio, do que ela era. Porque nessa vida quanto mais cuidamos daquilo dentro do nosso coração, externamos isso de algum modo, influenciando tudo ao nosso redor, nós podemos ter um futuro melhor.
Doia... Mas eu precisava ensinar ela a desde já.
Segurei na mesa. Respirando fundo.
- Você não precisava ser tão dura com ela.
- Sim, eu precisava.
- Não.
- Sim. Afinal, o que você sabe sobre nós? - Eu sabia que estava sendo completamente grossa e chata com Khal, mas eu odiava o fato de as pessoas acharem que por eu ser nova eu não sabia nada sobre a vida. Pelo contrário, eu já tinha visto as piores coisas na vida e tinha certeza das coisas que haviam lá fora e que poderiam abalar minha irmã de algum modo. Se eu pudesse, eu a protegeria de todo o mal, mas como não posso o que me resta a fazer é prepará-la.
- Eu não sei muito. Você está certo. Mas eu quero aprender, quero conhecer... - Antes que pudéssemos continuar a nossa discussão o telefone de Khal começou a tocar e eu sabia que naquela noite, ele havia derrubado mais um tijolo frente a muralha que existia dentro do meu coração.
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Khal
RomanceTatuagens. Corpo definido. Possessivo. Charmoso. E odioso. Camille, uma amante da leitura. Sonhando como todas, com um belo romance. Até que o destino trata de dá o seu. Admiradora dos romances antigos, de época. Ela nem imagina o quanto u...