Capítulo 15

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Eu amei os comentários que eu recebi aqui hoje!

Resolvi soltar um bônus para vocês e gostaria de pedir uma coisa, comentem!

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Queria saber se alguém que me acompanha aqui, estará na Bienal.

Beijos!


Capítulo 15

Eu olhava para o reflexo no espelho, amarrava meu cabelo em um rabo de cavalo rígido, soltei um suspiro.

 Desde o dia em que Khal esteve na minha casa, pareceu que eu havia envelhecido uns 10 anos. Parecia que algo havia sido arrancado de mim e isso me irritava cada dia mais. Mas na verdade só havia se passado três meses.

Três meses de um silêncio e sumiço.

Três meses que eu tive que achar respostas para as perguntas de Sol sobre o seu sumiço. E me dia cada dia mais, porque no fundo eu sabia que havia a possibilidade de ele fazer isso conosco. Eu queria me bater algumas vezes por ter permitido ele entrar na nossa vida e ter feito essa bagunça terrível.

Odiava a cada noite quando ia em direção ao meu quarto para me deitar, quando passava pela sala e passava um filme na minha cabeça. Aquele homem sentado na minha cadeira, a qual era pequena demais para comportá-lo. 

A sua presença não apenas preenchia aquele espaço físico mas também preencheu algo dentro de mim, bem aqui, no meu coração.

 Eu sabia que poderia ser considerado pouco tempo para algumas pessoas, mas para mim cada instante que eu estive com ele, cada minuto na sua presença parecia ter sido uma eternidade.

Relembrava as semanas que trocamos mensagens. Como foi a primeira vez que eu o vi e a minha reação, o errado, o novo, que um dia me pareceu tão errado, mas em um momento pareceu se encaixar tão bem e se foi como um sonho.

E na verdade era isso que tinha sido. Um sonho, duas realidades distintas. E foi melhor o sonho ter acabado antes que as esperanças se tornassem demais. Antes de Khal ser capaz de causar algo mais além do que meu mau humor.

- Mille! Vamos, ou vou me atrasar para o primeiro dia! - Coloquei meus pés na havaiana e peguei as chaves de casa, fechando a porta da nossa casinha, já sabia que Sol tinha se adiantado. Ela estava mais ansiosa do que nunca, todo ano era isso. Ela ficava um pouco insegura, mas eu logo fazia questão de tranquilizar a ela, lembrando do quanto ela era capaz e que ela podia conquistar o que quiser se houvesse o esforço necessário.

Eu tinha tomado uma decisão. Esse ano eu iria tentar um vestibular, eu sabia que poderia haver a possibilidade de eu conseguir um financiamento e começar a cuidar um pouco de mim, dos meus sonhos. A vida que eu tinha levado até que Annelise nos acolheu, tinha sido simples, economizava o máximo para emergências, manter a casa e pagar a escola de Sol. Era necessário poupar.

Essa é a alternativa que resta quando se é só. E eu era grata, por tudo que estava acontecendo e já tinha acontecido. Me fez mais fortes e ter motivos para lutar pela minha pequena todos os dias.

- Vamos! - Quando passei por ela, indo em direção a porta da frente da livraria, peguei a sacola de feira para na volta passar no supermercado e fazer algumas compras que estava precisando para a casa e para a cantina da livraria. Levei Sol para a escola e na volta quando estava carregando a sacola do supermercado decidi parar na banca do seu Jurandir.

Uma das revistas me chamou atenção.
Khal na capa dela com a loira que eu vi naquele que ele foi buscar Sol comigo na escola.

KHAL, UM DOS MAIORES BILIONÁRIOS E MODELO SARAI, ESPERAM SEU PRIMEIRO BEBÊ!
A bela já apresenta uma barriguinha e nos conta como tem sido os quatro primeiros meses dessa gravidez.

O mister de sensações que se passavam dentro de mim, era impossível de definir. Eu queria gritar, queria esmurrar algo. Poderia parecer infantil, mas eu estava irritada comigo mesmo, pensando no papel de boba que eu poderia ter feito.

Cumprimentei seu Jurandir e tentei seguir direto para a livraria, quando cheguei fiz questão de me ocupar, eu precisava disso. Precisava tentar minha mente no lugar e não dar espaço para as ideias de que Khal nunca iria se interessar por uma pessoa como eu. Porque eu sou o que eu sou.

Temos realidades diferentes? Sim! Isso o torna melhor que eu? Não.
Minha vez iria chegar.

Eu sabia disso, um passo de cada vez.


 E se martirizar não era a decisão mais sábia a tomar. 

KhalOnde histórias criam vida. Descubra agora