34 - A história do Jellal

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Erza Pov's ON

-Obrigada. - Falei-lhe começando a comer o bolo de morango.

Como eu amo bolo de morango.

Assim que acabamos o pequeno-almoço ajudei-o a arrumar a mesa e voltamos os dois para a sala.

-Então... - começou ele quebrando o silêncio. - Acho que sabes que precisamos de conversar.

- Não sei do que é que estás a falar.

- Sabes sim. Erza, eu amo-te, eu não aguento mais ficar assim.

- Eu não posso...

- E porque não?

- Eu não te quero magoar...

- Tu não me vais magoar.

- Não estás a entender. - Começou ela desviando o olhar. - Toda aquela confusão de há uns anos com o Simon... Eu não posso deixar que aconteça o mesmo contigo.

- Erza, não me vai acontecer nada. Se eu já sobrevivi até agora não me vai acontecer nada. Eu posso proteger-te.

- Não. Não podes. Existem pessoas muito perigosas e eu não posso deixar que...

- Ah cala-te. - Interrompi-a - Para começar não disseste que esse louco estava preso? E mesmo que não estivesse, eu já passei por muito então este mundo não se vai livrar de mim tao cedo.

- Nada do que tu possas ter passado te faz imortal.

- Eu não preciso de o ser.

Ficou um silêncio doloroso entre nós quando ele começou a falar, sem me dirigir o olhar.

- Eu não me lembro muito bem da minha idade, mas já de pequeno eu ouvia o meu pai aos gritos com a minha mãe por ela ter saído de casa ou qualquer outra coisa normal para uma pessoa. Eu sempre tentava protegê-la quando o meu pai se passava. Acredito que quando a minha mãe o conheceu Ele não tivesse este transtorno mas depois disso, ele era louco. Sempre teve problemas com a polícia devido a roubos, drogas e assim.

Certa noite, ele tinha chegado a casa totalmente bêbado. Não sei como os vizinhos não o ouviram e não chamaram a polícia. Talvez eles nem quisessem saber o que se passava dentro das nossas pareces por medo do que lhes pudesse acontecer. Nessa noite ele gritava e batia na minha mãe como nunca antes havia feito. Eu era um cachopo magrelo que não conseguia proteger a minha própria mãe e isso atormenta-me até hoje. "Não toques na mãe, seu louco." falei eu sem pensar. – Com o decorrer das suas palavras a respiração dele ia ficando mais pesada. - "Calado pirralho!" foram as últimas palavras que ouvi dele antes de puxar uma arma do bolso traseiro e a apontar à minha cabeça. "Já faz muito tempo que eu perdi a paciência contigo também." Fechei os olhos e o meu coração acelerou. Ouvi um disparo mas não senti nada. Eu não tinha morrido? Senti uma pessoa a abraçar-me e a sua voz doce sussurrou-me calmamente. "V-vai ficar t-tudo bem..." poucos segundos depois a minha mãe caiu no chão inanimada. Eu aproximei-me dela, em pânico, mas de nada adiantou. Ela não respirava e como consequência da bala cravada nas costas o sangue foi se espalhando. Aquela criatura tinha matado a minha mãe como se não passasse de uma formiga e a indiferença na cara dele causou uma enorme raiva dentro de mim. Corri e tranquei a porta do meu quarto. Arrastei o móvel impedindo-o de a arrombar. "Deixa-me entrar pirralho. Não te posso deixar falar a ninguém o que aconteceu!" gritava ele. Eu só o ignorava. Peguei rápido numa mochila coloquei algo que me aparecesse à frente e eu pudesse precisar. Abri a janela e fugi. Corria a mais de 10minutos sem destino até que passei pela casa da minha tia. Irmã mais velha do meu pai, havia cortado relações com ele fazia 4anos, ela era calma e simpática, o contrário dele. Toquei a campainha sem conseguir parar de chorar. Ela abriu a porta assustada e mesmo sem perceber nada nem falar comigo por estes anos ela abraçou-me. O tempo passou. Eu contei lhe o sucedido ela prometeu proteger-me e acolher-me como um filho. Com o passar do tempo cresci escondido com medo do que nos poderia acontecer quando à cerca de um 3anos correu o rumor de que ele tinha sido preso, apanhado ao matar um rapaz. Um rapaz inocente da minha idade. Se a minha tia não me tivesse levado num psicólogo talvez eu fosse um assassino devido à raiva que se formou em mim por causa daquela pessoa. Eu devo muito àquela mulher. Assim que pude arranjei um emprego e sai de casa dela para não lhe arranjar problemas. Tornei-me também mais forte para poder proteger os que amo e entrei na UFT. Jurei a mim mesmo tentar nunca mais me cruzar com aquele homem porque se isso acontecesse eu não me iria segurar. Ele matou a minha mãe nos meus braços...

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⏰ Last updated: Jul 07, 2018 ⏰

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Amor de FadaWhere stories live. Discover now