Sua mãe é uma boa pessoa.

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Primeiro: desculpem a demora.
Segundo: votem e comentem. Amo vcs <3

——

— Você consegue mesmo ser tão burra a ponto de pensar que Camila estaria apaixonada por você? — Alexa ri debochadamente enquanto despeja seu veneno sobre mim. O meu corpo que antes tremia por causa do choro, agora se sacode em desespero. — Ela não vai ficar com você por muito tempo. Vai enjoar e te jogar fora!

— Pare, fique quieta. — Eu grito tampando os ouvidos. — Por favor.

Então ela começa a rir de maneira doentia. É nítido como se diverte com a minha dor.

Abro os olhos sentindo uma fina camada de suor cobrir o meu rosto, ou talvez são resquícios de lágrimas.

Não me lembro quando peguei no sono, mas não deveria ser há muito.

Os cadernos ainda estavam no chão, e a porta ainda estava aberta, lembrando-me que Alexa não havia saído há tanto tempo.

Respiro assustada, tentando apagar o pesadelo da minha mente. Não havia sido muito diferente das palavras reais de Alexa. Seu olhar decepcionado ainda estava gravado em mim.

Dinah também não havia me olhado muito diferente, talvez estivesse um pouco mais conformada, pois já sabia da minha "situação" com Camila.

Camila.

A que eu temia que não fosse voltar para os meus braços tão cedo. Ela havia saído irritada e também confusa do meu quarto, com um tapa na cara para selar tudo.

E agora eu estava me sentindo uma inútil. Por ter deixado Camila ir, por não ter coragem de ir atrás dela agora. Por ter mentido para minhas melhores amigas. Por ter traído Alexa, e ter admitido isso.

Então saio da cama sentindo minhas pernas bambearem, e logo depois desço as escadas em direção à cozinha.
Noto que um feche de luz vaza do escritório de minha mãe, um lembrete que ela está em casa, mas está trabalhando e longe de terminar.

Apenas relevo isto, não posso chatea-la com minhas besteiras adolescentes. Chega a ser engraçado como minha vida se tornou tão agitada em dois meses, menos do que fora por dezesseis anos.

Vou até a geladeira e procuro por uma garrafa de água.

— Por que você não acaba com esta droga e nos deixa em paz? Se você quer se afundar, Alejandro, faça isso sozinho! Não leva a droga da sua família para o buraco!

Ouço a gritaria na casa vizinha. É Sinuhe.

— Cale a boca! Fique quieta! — Alejandro esbraveja.

Abandono a garrafa sobre a bancada r dirijo-me até a janela da cozinha, bisbilhotando a casa ao lado. As luzes estão acesas e gritaria continua.
Uma infinidade de xingamentos sempre equilibrando as palavras confusas de ambos. Como conseguem viver assim? Como...

— Lauren. — Ouço minha mãe chamar atrás de mim. — Não fique bisbilhotando! — Repreende.

Afasto-me da janela, encolhendo os ombros.

— Não consigo dormir. — Suspiro, pegando a garrafa mais uma vez.

Analiso a expressão de minha mãe, parece esgotada, os olhos estão sempre acompanhados de olheiras escuras e fundas. Acho que ela também não consegue dormir.

— Estão brigando há horas. — Ela diz com pesar.

Minha mãe, melhor do que ninguém, sabe o que é viver o próprio inferno num casamento. Ela passou o mesmo com meu pai.

Conqueror  G!POnde histórias criam vida. Descubra agora