Lauren merece mais.

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Comecei a chorar no instante em que entrei no carro. As lágrimas vinham com força, não pela humilhação, mas pelo sentimento de traição. Não acredito que confiei em Camila Cabello.

— Ei, calma bebê... — Alexa disse afagando meus ombros. — Aquela idiota vai pagar caro!

Claro que ela não entendia porque eu estava soluçando tanto. A porta de trás bateu com força e Dinah passou, jogando-se no banco traseiro. Os olhos arregalados de ódio e o cabelo um pouco desgrenhado.

— Vamos. — Ela disse dando dois tapinhas no banco que Alexa ocupava.

A mesma sorriu triste para mim e segurou minha mão o caminho todo até minha casa. Insisti para que me deixassem sozinha, mas nenhuma delas ligou muito.

Tomei um longo banho, repassando todos os momentos que tivera com Camila até agora, se em algum deles eu havia sido má.

Mas não era esse o caso.

Não consegui entender quais motivos ela tinha para fazer aquilo comigo, e com certeza, não queria perdoá-la.

Embora soubesse que ela não desapareceria do meu pé tão cedo, ou precisava da minha ajuda com o teste de química.

Queria mesmo que ela bombasse depois do que me fizera. O meu grande problema era perdoar facilmente.

[...]

Dinah e Alexa foram embora por volta de meia noite, fora preciso meia hora de debate para que elas entendessem que eu estava bem e podia dormir sozinha. Dinah não dissera nada, mas eu sabia que provavelmente ela teria dando uma bronca em Camila, quem sabe até não estivesse mais falando com a latina por enquanto.

Deitei em minha cama, no escuro do meu quarto absorvendo o silêncio. Caí em um sono profundo sendo acordada horas depois pelo som da porta do meu quarto batendo.

Meu primeiro instinto tinha sido prender a respiração, abri os olhos lentamente notando a figura esguia que andava pelo quarto silenciosamente. Agarrei a almofada ao meu lado, pronta para atacar quando a pessoa se inclinou ligeiramente perto demais, atirei o objeto com força, ouvindo o grito agudo.

— Mas que merd... — Comecei a dizer, ascendendo o abajur. — Camila?

A mesma me olhava com o rosto vermelho de susto e os cabelos desgrenhados. Ela usava o pijama de flanela.

—Não sabia que podia machucar alguém com almofada! Ai! — Ela resmungou afagando os cabelos.

Trinquei o maxilar, contendo um espirro. Semicerrei os olhos.

—O que você está fazendo aqui?

Ela olhou ao redor, parecendo perdida.

—Vim pedir desculpas pela minha idiotice de ontem. — disse abaixando a cabeça. — Eu não devia ter feito aquilo, nós somos amigas.

Amigas não humilham uma a outra. Quis gritar com ela, expulsá-la da minha casa.

—Eu desculpo você — disse suspirando. Camila ergueu a cabeça com um leve brilho de esperança no olhar. — mas, eu não quero ser amiga de Camila Cabello.

De fato não queria mais ser humilhada por alguém que eu pensei ser diferente, era difícil aceitar que eu a considerava uma amiga, quando ela mentia todo o tempo.

Camila abriu e fechou a boca diversas vezes, me encarando com o cenho franzido.

—Ainda vou te ajudar com o seu teste. — Continuei saindo da cama. — Mas é só. Eu agradeço por toda a sua ajuda.

Conqueror  G!POnde histórias criam vida. Descubra agora