capítulo 13

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Eu corria desajeitadamente em direção a arvore. Tropecei algumas vezes, e em muitas delas acabei caindo, mas não parei.

Ed vinha um pouco atrás de mim, ele gritava o meu nome querendo saber para onde eu ia. Ignorei sabendo que ele iria me seguir. Se eu tentasse explicar ele não entenderia, não acreditaria, eu não tinha tempo para isso. Calebe precisava de mim.

Alguns minutos depois e eu já podia ver o corpo dele caído próximo ao tronco acinzentado da arvore.
Sorri inevitavelmente.
Eu o encontrei.
Ele estava ali.

Calebe estava jogado no chão, havia sangue, sua pele queimada do sol. Ele  passou todo o dia ali, sem sombra.

Assim que o alcancei levei o ouvido até seu peito seu coração batia fraco, nada diferente de sua respiração.
Ed chegou logo em seguida e me olhou incrédulo.

-- Você o encontrou. – Falou baixo. Parecia pensativo.

-- Me ajude a levantar ele. – Eu tentei puxar Calebe, mas ele era pesado demais para mim.

-- Isso não esta certo. – O tom de voz de Ed ainda era baixo. – Coisas assim não deveriam acontecer.

-- Ed! – Gritei.

Ele piscou despertando de seu transe.

-- Eu não consigo levantar ele. – Conclui com a voz mais baixa.

Ed deu a volta e segurou o outro braço, conseguimos então levanta-lo. Saímos andando com dificuldade, Calebe era muito pesado.

-- Tudo bem... – Ed falou. – Agora me fala como isso aconteceu.

-- Do que esta falando? – Fingi desentendimento.

-- Você sabe do que estou falando Jimi. – Ele me repreendeu bravo.

-- Ed... É complicado...

-- Tenta me explicar. – Ele praticamente gritou.

Ed soltou Calebe tive de me manter firme para suportar o peso e não deixá-lo cair.

-- Chega desta palhaçada. – Ed bufou. – Até a semana passada tudo era normal e do nada o seu pai morreu, você pulou do topo de uma cachoeira, sua mãe apareceu depois de anos, você flutuou, estamos no meio de um bando de gente louca, você falou com... Sei lá com oque você falou e agora estamos carregando um cara quase morto...

-- Ed, por favor... – Eu não iria suportar aquele peso por mais tempo.

-- Começa a falar Jimi.

-- Então me ajuda. – Falei com dificuldade.

-- Fale primeiro. – Ele me chantageou.

-- Ed! – Gritei com fúria e desespero sentindo todo o meu corpo tremer.

Ed revirou os olhos e voltou a segurar Calebe aliviando o peso para mim.

-- Agora começa a falar. – O tom autoritário de sua voz permanece, mas agora sem gritar.

-- Tudo bem. – Respirei fundo. – Ed... Eu nunca fui como as outras pessoas. Eu vejo fantasmas. Quando você me viu flutuando era o fantasma de Jeremy que estava me machucando. Calebe me salvou dele. Quando eu cai da cachoeira, foi Jeremy quem me jogou. Eu nunca contei a ninguém, mas isso é uma coisa que eu sempre pude fazer.

A Casa de Jeremy rily Onde histórias criam vida. Descubra agora