capítulo 16

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Dirigi por algumas horas sem mesmo notar para onde estava indo até chegar em uma pequena cidade. Eu já havia parado de chorar a algum tempo. Chorar não mudaria tudo o que aconteceu.

Parei no primeiro posto de gasolina que encontrei, desci do carro e pedi para o frentista encher o tanque. Ele me falou o valor e quando me preparei para entregar o dinheiro a ele, o homem sorriu.

-- Pode pagar lá no caixa. – Falou.
Assenti.

Fui até a conveniência com portas de vidro, ao entrar um sino preso a ela tocou. A garota do caixa levantou os olhos em minha direção.

-- Boa noite. – Ela falou sorridente.

-- Boa noite. – Forcei um sorriso.
Olhei para o espelho atrás dela, meus olhos estavam vermelhos e inchados.

-- Esta tudo bem? – Ela quis saber.

-- Sim. – tentei ser convincente. – Noite difícil.

Senti meu estomago vazio, eu precisava comer alguma coisa. Fui até a prateleira de salgadinhos e verifiquei os sabores, depois de escolher oque eu queria levei os produtos até o caixa.

-- Esta uma bela noite. – Ela tentou puxar conversa.

-- É tenho certeza que esta. –Eu ainda estava um pouco aéreo.

Ela me informou o valor e eu passei o dinheiro.

-- Você poderia me dizer onde fica o hospital mais próximo? – Perguntei pensando em Calebe.

-- Sim, claro...

O noticiário na pequena televisão pendurada na parede me chamou a atenção e acabei ignorando a moça.
O repórter informava que foram divulgadas as imagens do suspeito de atear fogo em um colégio e que este estava foragido.

“Todos ficamos chocados com a morte de vinte e dois alunos no começo deste mês, quando um jovem, trancou os colegas em uma sala e ateou fogo no prédio.”
Uma imagem surgiu na tela.
“Foi revelado agora a pouco a imagem do suspeito.”

-- Droga. – Falei baixinho.
Era Jeremy na imagem, ou melhor, era eu. O meu nome estava no rodapé.

Eu tinha de sair dali. Agora eu era suspeito de um crime, que provavelmente Jeremy cometeu. Era mais uma das armações de Catarina com certeza. Ela estava com raiva.
Olhei para fora e notei o frentista com o rosto colado na janela, provavelmente viu Calebe.

-- Pode ficar com o troco. – Falei pegando as sacolas e saindo.
Assim que cheguei ao carro o homem me olhou preocupado.

-- Esta tudo bem com ele?

-- Esta sim. – Abri o carro e entrei. – Apenas bebeu demais. – Menti e sai dali.

Eu não podia ir ao hospital. Iriam fazer perguntas e eu não saberia responder uma boa parte delas. Sem contar que iriam me prender.
Eu precisava voltar para casa, Diógenes saberia oque fazer, ele era ótimo para resolver problemas. Não! Catarina sabia onde eu morava. Eu tinha que me afastar de tudo por um tempo.
Claro!

Eu iria para a casa de Ed.

Catarina não iria me encontrar lá.
Olhei para Calebe mais uma vez.

-- Você vai ficar bem Calebe. – Voltei a olhar a estrada silenciosa e vazia. – Você vai ficar bem.

A Casa de Jeremy rily Onde histórias criam vida. Descubra agora