A Casa de Jeremy rily

capítulo 8

Era escuro.

-- Olá! – Gritei.

Minha voz ecoou como se eu estivesse dentro de uma caixa de metal.
Não houve resposta.

Eu não sabia se o que eu sentia abaixo dos pés era o chão, parecia algo liquido e ao mesmo tempo solido o suficiente para me manter de pé.

-- Olá! – Ninguém respondeu.

Eu não conseguia ver nada, a
escuridão tomava conta de tudo. Que lugar era aquele? Onde eu estava? Eu comecei a ficar nervoso, mantive os braços cruzados no peito. Tive medo de dar um passo afrente, tive medo de afundar naquela coisa em que eu estava pisando.

Respirei fundo tentando me concentrar. O silencio era aterrorizante. O pior de tudo aquilo era o silencio. Era como se nada existisse, como se somente eu existisse. Eu estava morto?

Senti duas mãos me segurando pelos ombros.
Meu coração acelerou.

-- Jeremy. – Gritei
involuntariamente.

-- Não. – Disse ele, cuja voz eu reconheci.

-- Calebe?

-- Sim, sou eu. – A voz dele era mais humana.

-- Onde estamos? – Apertei os olhos, não via nada apenas a escuridão. Meu corpo tremia. Não era medo. Era algo diferente.

Eu ainda sentia suas mãos em meus ombros. E podia ouvir sua respiração. Mas não o via.

-- Eu não sei. – Respondeu lentamente, como se estivesse pensando.

-- Há quanto tempo esta aqui?
-- Eu não sei.

Eu sabia que aquele não era Calebe. Não o de carne e osso. Era uma parte dele que não pertencia mais ao meu mundo. Mas... Eu havia caído. E se...
Lembrei-me do frio na barriga. O vento batendo forte em minha pele. A dor ao bater na agua.

Eu estava morto.

-- Como você chegou aqui? – Calebe quis saber.

Permaneci em silencio.
A sua voz parecia sussurros se comparada aos gritos que vinham dos meus pensamentos. Eu não poderia estar morto. Não deveria acabar assim, tão cedo. Eu tinha planos. Eu tinha uma vida inteira pela frente. Pelo menos antes disso.

-- Jimi!

Despertei de meu transe com o seu chamado. Calebe me olhava confuso...

Espera! 

Eu estava vendo o seu rosto.

Ali estava ele, com a mesma roupa de antes, o mesmo cabelo bagunçado.
A mesma belesa indescritivel.

Mas era somente ele, o resto continuava escuro ao nosso redor. Ali poderia ser qualquer lugar, um sonho, a outra vida, ou talvez lugar nenhum. Eu não sabia, mas queria muito sair.

-- Oi. – Respondi ainda desorientado.
Calebe balançava os meus ombros.

-- Você esta bem? – Ele continuava com seus olhos confusos.
Assenti pensativo.