Eu dormia debaixo daquele edredom branco. Era madrugada. Senti um sopro frio no rosto, como se alguém respirasse bem próximo a minha pele.
Abri os olhos.
A minha frente estava um par de olhos brancos que me fizeram pular. Era eu ali, ao lado da cama. Não. Era ele.
Jeremy Rily.
Sua pele estava pálida e o rosto sem expressão. Ele se ergueu, mas não tirou os olhos de mim. De pé me fitava e eu devolvia um olhar assustado. Respirei fundo.
Era apenas um fantasma.Apenas um fantasma.
Fantasmas não machucam.
São como fotografias, lembranças de um passado.
Eles apenas aparecem e vão embora logo depois.
Apenas um fantasma.
Apenas um fantasma.
Era idêntico a mim. O rosto o corpo. como estar de frente a um espelho.
Estava petrificado, imóvel. Me olhava com seus olhos brancos, mas podia me ver. Estava usando roupas normais, uma camisa cinza escondida debaixo de um moletom verde e calças jeans.
Convencido de que não era nada demais acendi o abajur e quando a luz iluminou o quarto ele simplesmente desapareceu.
Apaguei o abajur e voltei a deitar. Fechei os olhos.
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.Silencio.
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Ouço o barulho de ranger das dobradiças da porta. Ligo o abajur e a porta estava aberta. Eu tinha certeza de tê-la fechado. Sim, eu a fechei.-- Jimi... – Uma voz cantou meu nome no corredor. Era a minha voz.
Me levantei receoso, sabe lá o que me esperava lá fora. Nunca um fantasma falou antes, isso não parecia normal, não era normal.
Fantasmas não falam.
Eles são silenciosos, nunca emitem som algum e a porta... Como ele abriu a porta? Fantasmas não abrem portas, eles não tocam nas coisas.
Que tipo de fantasma era Jeremy Rily?A meia luz do corredor me deu calafrios, a porta do quarto de Ed estava fechada, assim como todos os outros quartos.
-- Jeremy? – Chamei baixinho.
-- Jimi... – Sua voz era calma e melódica, suave, mas não diferenciava muito da minha que o chamava com voz baixa no corredor.
O corredor era grande, varias portas de ambos os lados, quartos desnecessários a julgar pelo tamanho da familia. As paredes eram verde, o teto creme e o assoalho de madeira marrom assim como todas as portas. A ultima porta porem era um pouco menor que as outras. Estava entreaberta.
-- Jimi. – Dessa vez a voz não foi melódica, foi como um sopro no meu ouvido, um sussurro alto que me fez pular.
Novamente o bagulho de ranger de dobradiças. A porta que antes estava apenas entreaberta agora estava totalmente aberta. Jeremy queria me levar ate lá. Dei alguns passos na direção da porta, me aproximei lenta e cuidadosamente pra não acordar ninguém.
-- É bom ter você aqui! -- Novamente aquele sussurro, que me fez pular mais uma vez.
Meu coração pulsava tão forte que parecia querer sair do meu corpo. Fiquei irritado. Continuei indo em direção à porta quando outra se abre e por ela sai Odel vestindo uma camisola branca de seda.
-- Esta tudo bem? -- ela perguntou quando me viu no corredor.
Forcei um sorriso e assenti.
-- Pensei ter ouvido um barulho.
Ela olhou para a porta aberta foi ate lá e fechou rapidamente.
-- Não se preocupe, casas velhas costumam fazer barulhos estranhos às vezes. – falou sorrindo, mas um pouco nervosa.
-- Tudo bem... Eu... Vou voltar para o quarto.
-- Vou pegar agua você quer?
-- Não obrigado. – falei indo em direção ao meu quarto. – Boa noite.
Entrei e fechei a porta.
Andei de um lado ao outro do quarto algumas vezes tentando imaginar o que havia atrás daquela porta. O que Jeremy queria me mostrar? E afinal como ele era capaz de falar e abrir portas? E por que Odel pareceu nervosa?
Alguma coisa muito estranha estava acontecendo.
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A Casa de Jeremy rily
Mister / ThrillerDois irmãos gêmeos, uma família estranha, uma fazenda distante em algum lugar esquecido. Um mau outro bom. Um humano e um fantasma. Jimi é um garoto que acaba de perder o pai e descobre que a mãe, que pensava estar morta, vive em uma fazenda no int...