Ultraviolence;

Shades of Cool

He lives for love, he loves his drugs, loves his baby too.

Você, que parecia viver em uma palheta de azul, tons e contrastes. Barrie, meu querido. Seus olhos eram azuis e de seu Chevy Malibu sempre vazava música jazz. Na época eu vivia na Califórnia, perto de você, perto de tudo ao seu redor. Mesmo que você não estivesse sempre comigo, eu sabia que sua preferência se dirigia a mim, e não à ela, a que te esperava. Você amava seu garoto. Você era cercado por seu mundo triste. Você era o sol de seu próprio mundo. Você era o centro do próprio universo.
Eu gostava de sua atitude, de suas ligações, de seu amor. Você vivia para isso, para o amor, amar a mim, amar suas drogas. Você se envolvia, você se afundava como no mar, cada vez mais se perdendo em diferentes tons de azul, a cada metro que as águas o engoliam. Você era incorrigível, diferente, imutável. Você era o mesmo de ontem, de hoje e de amanhã. Eu não podia fazer nada. Era seu jeito, sua escolha, e eu apenas me conformava e aceitava. Pois você, querido, é totalmente irreparável. Eu não alcançava seu mundo, estava distante de mim.
Vivia para amar, até mesmo mulheres, por mais que quando fosse ligar para alguém, era para mim que você ligava primeiro. Você dirigia até mim, clamando por um pouco de amor, paz e, quem sabe, outra pessoa em sua vida. Era sua escolha, eu não podia alterar, seus tons de azul se misturavam. Você era bom demais, durão demais. Você era o sol, quente, quente e mais quente ainda no verão. Eu não podia fazer nada além de dançar até cair ao seus pés, de joelhos à sua frente. Nadar na piscina da casa que você pagava para mim, deixar seus olhos cor de céu me perseguirem suaves. Eu deixaria você sempre ir e vir, se afundar em mim, seu azul. Você era inatingível e eu apenas me submetia ao seu modo.
Inalcançável e negligente, este era você. Oh Barrie, amar você foi difícil, assim como deixá-lo também foi. Eu precisava. Eu necessitava. Aprendia aos poucos que devia ignorar gente como você.