Ultraviolence;

Black Beauty

Life is beautiful
But you don't have a clue.

Você era triste. Vivia na escuridão, na melancolia, você não tinha vontade por aquele estado. O vivo. E eu apenas me misturei ao seu mundo, pois, o que mais eu podia fazer? Nada. A vida era bela, mas você não via isso. Eu me afoguei no escuro por você, deixei que tudo ao meu redor se tornasse negro. Tudo por você.
Meu céu se tornou preto. Minhas roupas, minha casa, minha alma e meu coração. Meus lábios ainda eram avermelhados como cerejas na primavera. Como você gostava de beijar meus lábios. Eu me sentia tão impotente, Barrie. Eu não podia mudar você, trazer você para meu lado da vida. Não, você apenas me puxava mais e mais para perto de você, para onde não havia luz. Beleza negra. Era o que vivíamos: Uma beleza negra. A vida era escura, e você afundava ainda mais nessa ideia. Melancólico, depressivo, triste, era o que era. Esse era você. Nada fazia sentido para você, tudo era escuro, cinzento, triste, cabisbaixo.
Eu estava sendo dragado pelo seu mundo de fumaça e lágrimas, era seu jeito de mostrar seu amor, me infectando com sua tristeza. Eu me perdi no lúgubre de nosso modo de amar. As noites em claro, a quietude toda vez que você sentava na cama e ficava em silêncio por horas, me olhando. Você se dizia um fardo, como se me atrasasse. Sentia que estava impedindo meu caminho de vida, e estava. Eu tive de deixar você. Estava me prejudicando de mais, mesmo que tenha sido um belo romance, a fatalidade se sobressaía ao amor. Eu me fui, e deixei seu mundo para trás, onde você ficou sozinho, em uma realidade que pareceu ficar ainda mais escura sem mim. Me desculpe, mas eu precisei ir. Me desculpe, Barrie.