{ONE}

156 9 1
                                    

Jihoon's POV

Onde eu estou? Por que está tudo tão escuro? Desesperado, comecei a tatear meu corpo, em busca do meu telefone. Assim que o acendi, fui para o meu primeiro objetivo. Olhar a hora. Exatas duas e quarenta da manhã.

O que raios eu estou fazendo na sala de estar a essa hora?

Liguei a lanterna do celular e me assustei. O que aconteceu com esse lugar? Isso não é a minha casa. Por que tudo está destruído desse jeito?

— Olá? — gritei, na esperança que alguém me respondesse. Nada. — Tem alguém aqui? — definitivamente não.

Já tendo a certeza que estava só, comecei a andar pelo local. Está tão diferente. Muito escuro, cinza, acabado. Os móveis estão despencando ao mínimo movimento que faço. A tinta das paredes está descascando, o chão sem brilho, as portas quebradas. Ao tentar subir as escadas, ouvi os degraus rangerem. O primeiro deles se desfez debaixo dos meus pés, impedindo-me de seguir ao segundo andar. A quantidade de poeira dentro da casa está fazendo minha alergia se manifestar.

Desde que minha tentativa de subir falhou, virei-me para voltar e fiquei paralisado. Consigo claramente visualizar uma mulher, parada em frente a janela, olhando para fora de casa. Ela não sai daquela posição, está tão imóvel que mal parece respirar. Não sei se o mais certo seria ir até ela ou simplesmente dar meia volta e tentar ir embora daqui, embora eu não saiba se lá fora está melhor do que aqui dentro.

Para ela não perceber um movimento muito brusco e tentar algo contra mim, dei dois passos para trás, para conseguir analisá-la com mais cuidado. Ela possui cabelo curto e
ruivo. Não sei se é efeito da luz, mas é bem branca. Parece ter pouquíssimos centímetros a menos que eu.

Não sei o motivo de estar fazendo isso, mas estou indo até ela, é mais forte que eu. Chegando bem perto, e cada vez com mais medo, coloquei a mão em seu ombro. Ou, pelo menos, era isso que pretendia fazer, se ela não tivesse desaparecido.

Writer's POV

A mulher desapareceu como num passe de mágica. Jihoon se perguntava como aquilo tinha acontecido, e, enquanto não pensava na pergunta mais importante, que era para onde havia ido, ela apareceu atrás dele. Rapidamente o empurrou contra a parede com uma força descomunal.

Mas ainda era pouco para a desconhecida.

Levantou-o do chão e o levou para o segundo andar, arremessando- oem direção a uma porta de vidro, que dava acesso ao terraço de seu apartamento, a qual atravessou com facilidade, e caiu desacordado no chão.

Mas não no mesmo cenário caótico.

Voltou ao lugar bonito e com cor, no qual vivia. Ainda desmaiado, um homem mais alto que ele, apareceu ao seu lado. Abaixando-se, sacudiu-o, na esperança de que Jihoon despertasse.

Jihoon's POV

Levantei assustado, sentando-me rapidamente na cama. Minha respiração estava acelerada, sentia como se meu coração fosse sair pela minha boca. Minha roupa estava colada ao meu corpo e eu estava morrendo de calor, conseguia ver o suor pingando do meu cabelo.

Sentindo uma mão em meu ombro direito, virei para ver quem era.

Soonyoung?

Olhava para mim preocupado, de pé em frente a uma cadeira, ao lado de minha cama.

—Jihoon? Tá tudo bem com você? Eu acordei com os seus gritos e vim o mais rápido que pude. — disse ele, com sua cabeça tombada para a esquerda, tentando entender o que acabara de acontecer. E ele não era o único.

Eu estava de volta ao meu quarto, mas agora estava diferente. Nada destruído, nada despencando. As cores estavam de volta, e a poeira havia desaparecido totalmente. Corri até a porta, abrindo-a e analisando a casa. Tudo voltou... ao normal?

Voltei a sentar-me na cama e passei a mão em minha testa, jogando meu cabelo molhado para trás.

— Jihoon, o que tá acontecendo com você? — assim percebi que ainda não tinha o respondido.

— Hyung, ou eu tô ficando louco, ou eu tive um pesadelo. — respirei fundo, na tentativa de regular minha respiração.

— Outro pesadelo? Jihoon, isso tá ficando preocupante, é um atrás do outro. — disse se sentando e recostando na cadeira.

— Parecia tão real, hyung. E isso me dá medo, porque pesadelos não eram pra ser assim. Eu estou sentindo a dor da surra que levei em um maldito sonho. Isso parece normal para você? — deitei-me novamente.

— Não, não é nem um pouco normal. — ele fez uma pausa, o que gerou um silêncio estranho. Colocou a mão dentro do bolso do short de seu pijama, e a tirou fechada. — Eu pensei bastante, e eu mandei fazer isso aqui para você. Acho que devia usar — ele me estendeu sua destra com uma pulseira prateada nela. Tinham pequenas pedras brancas presas nos espaços da corrente.

— Hyung, que bonito. — levantei e peguei-a, colocando em meu pulso.

— É uma pulseira com a pedra mais bonita que já vi. Talvez isso te proteja, pra não ter mais sonhos ruins. Eu pedi uma pro meu pai, já que ele tem várias e nunca descobri de onde ele as tira. Ele disse que te ajudaria, eu só não sei como. — ele abriu um sorriso inocente, sorri de volta involuntariamente.

— Obrigada, eu vou usar sempre. — fiquei observando ela por alguns segundos. Era realmente bonita. Assim que Soonyoung deixou meu quarto, permaneci sentado por algum tempo.

Aquilo foi realmente só um pesadelo? E se sim, por que meu corpo dói como se eu realmente tivesse sido jogado?

Só tem um jeito de descobrir se foi real ou não.

Despi-me e fui direto para o espelho, somente com a roupa íntima. Como eu imaginava, meu corpo estava todo cheio de cortes e hematomas, e o pior disso tudo é que eles estavam se curando na minha frente. Desviei o olhar para o que estava começando a ofuscar meu reflexo. A pulseira brilhava como uma estrela.

Isso é humanamente possível?

Vesti-me novamente quando ouvi alguém se aproximando de meu quarto. Bati a porta e corri para minha cama. Já estou muito traumatizado por hoje. Fiquei de barriga para cima e tentei dormir novamente.

Não consigo entender o que aconteceu essa noite, mas estou com um sentimento que isso não vai ser uma coisa boa.

Com certeza não vai.

The Destiny ChildOnde histórias criam vida. Descubra agora