{EIGHT}

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Jihoon's POV

— Joshua? — perguntei, assustado. — Como eu vim parar aqui? Eu só lembro de ter um surto na rua e de tudo ficar escuro. — pisquei repetidas vezes, tentando acostumar minha visão com a claridade do quarto. — O que eu estou fazendo aqui? Onde estou? — olhei para ele, nervoso.

— Acalme-se, Jihoon… — inclinou-se em minha direção e sorriu. — eu estava voltando da escola e vi uma multidão em volta de alguém. Havia uma vitrine completamente quebrada, vários espelhos quebrados também, então, eu me aproximei para ver melhor e reconheci você, que estava desmaiado, todo machucado no chão. Como eu era o único que te conhecia, quis ajudar. — franzi as sobrancelhas, descrente. É uma grande coincidência ele me ajudar um dia depois daquele telefonema. Balancei a cabeça com a esperança de espantar aqueles pensamentos.

Ele me ajudou, deveria agradecer e não ficar desconfiado.

— Obrigada por me ajudar. — tombei a cabeça, sorrindo.

— Disponha. Já está de noite, acho melhor ficar por aqui, se não tiver problema. — falou olhando as horas. Eram por volta de dez da noite, o que significa que eu fiquei desmaiado por algum tempo .

— Não, eu já atrapalhei demais. — disse, sentando-me. Olhei em volta percebendo a decoração antiga daquele cômodo. Diversos quadros espalhados pelas paredes, estas pintadas de bege escuro dando um ar antigo para o quarto. Em comparação, havia uma enorme TV, rodeada de video-games e jogos da mais alta qualidade. No entanto, era um ambiente bastante aconchegante.
Assim que me coloquei de pé, senti minhas pernas fraquejarem e quase me levarem ao chão, se não fosse por Joshua, que me segurou fortemente. Senti um arrepio ao estar em contato com suas mãos.

Eu conheço esse toque.

Joshua estava extremamente frio em contraste com o meu corpo, que por conta das cobertas, estava quente. Olhei para seus olhos, que estranhamente, haviam virado azuis.

Nossos olhares ficaram conectados e eu senti a energia do meu corpo se esvair, passando por minhas veias e indo direto para suas mãos, vendo seus olhos ficarem cada vez mais azuis.

Tão belos.

Soltei um resmungo ao sentir meu coração doer e minha respiração falhar a cada segundo que se passava. Joshua, que antes estava paralisado, havia acordado de seu transe e seus olhos, antes da cor do céu, estavam em sua coloração normal, pretos. Ele me soltou e coçou a garganta, dizendo logo em seguida:

— Acho melhor você ir, esqueça o que aconteceu aqui e por favor, não conte para ninguém. Boa noite, Jihoon. — retirou-se, as pressas, deixando-me confuso, com dores e sozinho.

Soonyoung's POV

Olhei mais uma vez em direção a porta da casa de Jihoon, na esperança que, daquela vez, ele aparecesse. Jihoon não havia voltado de seu almoço e desde então, não tenho notícias dele.

Respirei fundo pela décima vez e decidi fazer algo para comer, visto que iria passar a noite por ali, a espera do baixinho.

Abri a sacola de compras, que havia feito antes de vir, e encontrei os vários saquinhos de macarrão instantâneo. Peguei um e fui prepará-lo.

— Ele deve ter quebrado. — murmúrio enquanto tentava, inutilmente, ligar o fogão. Já tinha tudo preparado para fazer minha  comida, porém, não acho que ele queira ser usado hoje. — LIGA PORRA! — gritei e as chamas acenderam como mágica. Cocei a cabeça em confusão, procurando a origem do problema. Dei de ombros.

Não deve ser nada demais.

Após preparar, fui para sala aproveitar o sofá e televisão enormes do cômodo, para assistir Naruto, anime favorito do Jihoon. E meu também.

Após comê-lo, coloquei o prato na mesa de centro e me cobri, adormecendo ali mesmo.

~//~

Jihoon havia chegado noite passada e esqueceu a chave, acordando-me para abrir a porta. Encontrávamo-nos no sofá, assistindo a algum filme, que eu não estava nem ao menos prestando atenção. Eu estava mais interessado no que aconteceu com ele, que chegou mancando, apoiando-se em tudo, quebrando um vaso, e precisou da minha ajuda para subir.

— Você vai me contar agora o que houve? — cruzei os braços e o olhei. Desde de sua volta de sabe-se lá onde, já que ele não me conta nada, o baixinho havia ficado quieto e emergido em pensamentos.

— Já disse que não foi nada, hyung! — respondeu irritado. Já era a quarta vez que eu lhe fazia a mesma pergunta e ele respondia que não tinha sido nada, mas eu sei que aconteceu algo!

Jihoon está cheio de curativos e com hematomas, como ele tem a audácia de me dizer que não foi nada?!

— Olha Jihoon, eu sou seu amigo e me importo com você, olha o seu estado! — disse passando minhas mãos por seus curativos, observando suas caretas de dor.

Queria tirar essa dor dele.

— Soon, eu já disse que não foi nada, tudo bem? Eu só me machuquei... — suspirei.

— Olha Jihoon, se você quer ficar escondendo coisas de mim, tudo bem, mas eu não sou obrigado a te ver machucado sem saber o porquê. — peguei minhas coisas, indo embora, escutando a porta atrás de mim bater, devido a força de meus movimentos. Apoiei a testa na porta e, irritado, soquei a mesma, seguindo para o meu apartamento.

Jihoon's POV

Senti as lágrimas embaçarem meus olhos ao ver Soonyoung ir. Algo dentro de mim diz que não se deve contrariar Joshua, e foi isso que eu fiz. No entanto, acabei brigando com o hyung.

Sequei meus olhos e ouvi um estrondo na porta. Não dei muita importância e subi para meu quarto, afim de deitar na cama e dormir, logo caindo em um sono profundo.

~//~

Acordei com o corpo molhado de suor. As janelas fechadas me separavam da grande tempestade que estava tendo naquela noite. Os raios que caiam, iluminavam o céu e por consequência, meu quarto, que estava escuro e solitário. Exceto por uma sombra, que se aproximava cada vez mais.

— Jihoon... — chamou-me. É aquela voz. É aquela mulher. A que eu ouvi na rua. Senti minha garganta secar e minhas mãos tremerem a cada passo mais perto de mim que ela dava. Agarrei o cobertor firmemente, sentindo as dores voltarem, dessa vez, mais fortes. Estava em puro choque e não conseguia fazer nada além de observar a sombra negra e de aura extremamente ruim se aproximar. — sentiu saudades?

The Destiny ChildOnde histórias criam vida. Descubra agora