{FOUR}

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Soonyoung's POV

Abri a porta da enfermaria com força e gritei pela enfermeira, que veio correndo ao meu encontro. Coloquei Jihoon cuidadosamente na maca, vendo-a examiná-lo.

— Aparentemente foi apenas uma queda de pressão. — disse ela, passando cuidadosamente a mão pela testa dele, checando a temperatura. Suspirei, jogando-me na cadeira ao lado de sua maca, escutando o celular da enfermeira tocar.

— Quando ele acordar, pode mandá-lo para casa? — ela sorri. Afirmo com a cabeça e ela se retira, indo atender o telefone.

Seguro na mão fria de Jihoon, não encontrando a pulseira que eu havia o dado de presente.

Deve ter arrebentado quando se chocou com a parede.

Sinto um aperto em minha mão e olho para cima, de encontro ao seu rosto, vendo-o acordar.

Jihoon's POV

Abri os olhos, vendo tudo rodar. Fechei-os com força, sentindo um carinho gostoso em minha mão. Abri os olhos, sentindo a tontura passar e olhei para o lado, vendo Soonyoung, segurando minha mão e olhando triste para meu pulso, que estava sem a pulseira. Apertei sua mão quente e macia, levantando-me.

— O que houve? — indaguei curioso.

— Você desmaiou na sala de aula e eu te trouxe para a enfermaria. Está melhor? — sorrio e murmuro um "sim". — A propósito, você tá dispensado pelo resto do dia, a mando da enfermeira. — ele se levanta, soltando minha mão e se espreguiçando. Faço um bico discreto.

Queria que ele continuasse segurando minha mão.

— Mas eu, infelizmente, não. Vou voltar para a aula, tudo bem? Se cuida e me liga quando chegar, por favor. — ele se abaixa e beija minha testa, e se arrasta até a porta, parando um pouco antes de a fechar, lançando-me um sorriso carinhoso e se retirando de vez do quarto.

Ele parece cansado. Será que eu dei muito trabalho?

Tirei esses pensamentos da cabeça, saindo da cama e indo embora da enfermaria, escutando o sinal do intervalo bater. Voltei para a minha sala para buscar minhas coisas e ir para casa.

Porém, quando estava abrindo a porta para ir embora, Joshua aparece e eu me assusto, dando um pulo e colocando a mão no peito, sentindo meu coração acelerado.

— Que susto! Parece um espírito. — disse baixo, mas ele escutou sorrindo largo.

— Quase isso. — falou e eu franzi as sobrancelhas, tombando a cabeça para o lado, confuso. — Enfim, sei que parece estranho um professor fazer isso mas, pode me passar seu número? — ele perguntou e eu fiz uma careta. — Calma, calma. Eu tô pedindo para todos os alunos. Não tenho redes sociais e caso algo mude, eu falte ou algo aconteça, eu preciso me comunicar com vocês. — se explicou, e eu suavizei a expressão.

Estendi a mão, num pedido silencioso para que ele me entregasse o celular. Após colocar meu número e o meu nome, entreguei o aparelho, pedindo licença e indo embora daquela instituição.

Algo naquele professor me deixa inquieto.

Como por exemplo, o fato de não poder enxergar sua aura direito e, ela mudar. Isso é extremamente estranho.

Fui puxado de volta para a realidade, sentindo a colisão com alguém. Senti o forte perfume amadeirado e olhei para cima, vendo Vernon, um dos meninos com a alma "invisível". Endireitei-me rapidamente, abaixando a cabeça e pedindo desculpas, andando em passos rápidos até o portão, indo finalmente para casa.

~//~

Assim que cheguei, tranquei a porta e corri para a minha cama, jogando minha mochila em algum lugar, mandando uma rápida mensagem para Soonyoung.

         Soon

[4/2 10:10] Jihoon: Acabei de chegar em casa. Estou bem, vou dormir agora. Boa aula para você.

Bloqueei o celular e fui dormir.

~//~

Acordei todo suado e ofegante. Outro sonho, o mesmo sonho.

Olhei as horas no celular, vendo que já eram meia noite e que haviam cinco mensagens do Soonyoung.

Eu dormi tanto assim?

Peguei meu celular indo para o banheiro, lavando o rosto.

Quando abri os olhos, vi aquela mulher pelo espelho, de novo. Lembro-me rapidamente das palavras de Joshua.

Flashback On

— Jihoon? — a voz conhecida me fez olhar para cima. Era ele, chamando-me. — Fico feliz de não ter errado seu nome. Posso conversar com você? É rápido, prometo. — dei um sorriso pequeno para ele, e olhei pra Soonyoung, que deu de ombros, mostrando que também não havia entendido.

— Bom, eu tenho uma aula agora, mas, se vai ser rápido, por que não? — dei-o um sorriso pequeno, apoiando-me na mesa.

Soonyoung fez um sinal que estaria me esperando do lado de fora da sala. Assenti com a cabeça e ele saiu. Assim que ele se foi, o professor foi até a porta e trancou-a.

Mãe, queria dizer que foi um prazer te conhecer, porque é hoje que eu morrerei.

— Eu só queria te perguntar se você está bem. — fiz um enorme esforço para não deixar ele desconfortável, mas que raio de pergunta foi essa?

— Desculpe, perdão? — será que ele sabe do sonho? Tombei a cabeça, confuso.

— É que você ficou boa parte da aula de cabeça baixa. Está doente, algo aconteceu? — estou é ficando paranóico. Foi só um sonho. Não consegui conter o suspiro de alívio, e foi sua vez de ficar confuso. Mas minha felicidade foi diminuindo quando comecei a pensar como explicaria a ele.

— É difícil explicar. Mas não aconteceu nada, estou bem. Eu preciso me apressar, vou me atrasar. Adeus, senhor Joshua. — coloquei somente uma alça de minha mochila e quando estava prestes a sair, ele me segurou pelo braço, o que fez com que eu me virasse de frente para ele.

— Tenha cuidado. Ela é muito perigosa. Saiba com quem está lidando. — assustado, soltei-me dele e recuei. Olhei para o mesmo e sua aura havia se tornado escura. Ainda era fraca, porém estava escura. O que ele esconde?

Flashback Off

Então é ela, só pode ser ela.

Minhas mãos começam a tremer e eu agarro no mármore da pia, com força, não conseguindo desviar o olhar.

Por mais que eu tenha medo, algo nela me acalma. Engulo em seco, vendo-a sorrir e desaparecer. Solto o ar preso e escuto meu celular tocar.

Número desconhecido?

Depois de alguns segundos refletindo se deveria ou não atender, deslizo o dedo pela tela, atendendo-o.

— Alô? — perguntei, trêmulo.

— Jihoon? Sou eu, Joshua. Está tudo bem? — arregalo os olhos, sentindo minhas pernas tremer e os meus olhos se embaçarem com lágrimas. Sentindo as lágrimas descerem, escorreguei em direção ao chão e me sentei, apertando o aparelho em minhas mãos.

— Não. — disse com a voz embargada. Por algum motivo, eu não consegui me segurar e me abri com ele. — Eu estou com medo. — solucei e encolhi minhas pernas, abraçando meus joelhos.

The Destiny ChildOnde histórias criam vida. Descubra agora