{NINE}

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Jihoon’s POV

— O que você quer de mim? — perguntei, sentando-me rapidamente e recuando na cama, tentando ficar o mais longe possível daquela mulher. Acabei chegando na parede.

Estou encurralado.

— Ah, Jihoon… Eu só queria me apresentar — ela disse, sentando-se na cama, ao meu lado. Aproximou-se e passou suas unhas suavemente em minhas bochechas, fazendo-me arrepiar. — Eu sou o seu pior pesadelo. — sussurrou, e, de algum jeito, sua voz ecoou em meu quarto, fazendo tudo ficar mais sombrio. Seus olhos eram vermelhos, e sua aura era tão ruim que não dava para saber onde a mesma terminava e a escuridão de meu quarto começava.

— Eu não te perguntei isso. Quero saber o que veio fazer aqui, e o que quer de mim. — pela primeira vez, minhas lágrimas cessaram. Eu estava com raiva, ela só estava me enrolando.

— Algum dia você vai saber, querido. E treine, Jihoon. Eu gosto de ter um pouco de trabalho para destruir os outros. Se for fácil, não vai ter graça. — e mais uma vez, ela não respondeu. Meu sangue fervia em ódio, eu ansiava por respostas e ela não me dava.

— Saia da minha frente. — ordenei, num tom baixo e grave. Ela não se moveu, apenas riu, em completo deboche. Aproximou-se mais de mim, o espaço entre nós era mínimo. — Saia! — gritei. Não queria mais a olhar, principalmente tão de perto. Tentei a empurrar, mas minhas mãos a atravessaram completamente. Óbvio, ela é um espírito, eu não conseguiria a tocar, somente se ela quisesse.

Minha atitude acabou a enfurecendo. Sua expressão se fechou em raiva e pude sentir sua respiração pesada em cima de mim. Ergueu as mãos rápido e arranhou meu rosto dos dois lados, fazendo-me gritar de dor.

Instintivamente, coloquei as mãos no lugar, para evitar que sangrasse, mas foi em vão. Eu sentia o sangue escorrer entre meus dedos.

Não sei se penso na dor ou em como vou esconder isso amanhã.

Ela se aproximou mais e me encarou profundamente, era como se ela conseguisse ver a minha alma com aquele olhar.

— Você não deveria ter feito isso. Você vai se ver comigo, Lee Jihoon. Vou ter uma conversinha sobre esse seu comportamento com Soonyoung. Será que ele vai gostar de me conhecer? — sussurrou as últimas palavras, e fervi em ódio novamente, mas com um misto de preocupação. Não quero Soon envolvido nisso.

— Não se atreva a encostar no Soonyoung, ou eu te juro que descubro como se mata um espírito. — disse baixo, mas alto o suficiente para ela me ouvir. Afastou-se de mim e, rindo irônica, desapareceu. Levantei-me num pulo, procurando loucamente meu telefone.

Preciso saber se Soonyoung está bem.

Achando o aparelho, desbloqueei-o o mais rápido possível. Disquei o número dele, e a cada toque meu coração se apertava com a demora para ele atender.

— Alô? — a voz sonolenta me acalmou. — Jihoon, são três da manhã. O que você quer?

— Soon, eu sei que nós brigamos, mas eu tive um pesadelo, ela apareceu, e eu só queria saber se você ‘tá bem, ela disse que iria atrás de você. — eu me atrapalhava com as palavras, estava falando muito rápido.

— Eu realmente não ‘tô acreditando que você me ligou a essa hora da madrugada ‘pra me falar das suas loucuras. Me poupe Ji… — ele parou, e ouvi sua respiração pesada do outro lado da linha. — O que é isso? — gritou, e a ligação caiu.

Joguei o aparelho em qualquer lugar e disparei escada abaixo, chegando até a entrada do meu apartamento. Procurei minhas chaves, mas elas não estavam em lugar nenhum.

The Destiny ChildOnde histórias criam vida. Descubra agora