Primeiro dia.

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- Como eu odeio ir para à escola mãe - digo mim recusando mim levantar da cama.

É seis horas da manhã, minha mãe Débora na porta do meu quarto tentava mim acordar.

- Vamos Hadassa - minha irmã mim chama sem muito ânimo - Hoje é o primeiro dia de aula, do segundo ano... É importante.

Ester Maia, minha irmã gêmea, mas de iguais só tínhamos a aparência.

- Ódio é um sentimento muito ruim, não diga isso. - minha mãe mim repreende - e vem logo, estou esperando.

Sei que minha mãe finge está irritada, mas ela era como eu nunca ficamos com raiva de verdade de nada. É irritante ser assim.

Como não tem jeito, tenho que ir para o colégio EFM Pinheiros, hoje é o primeiro dia de aula, pode ser legal certo?

Ester se apronta rápido, faltava uma hora para fechar os portões da escola, mas como a gente não mora perto da escola, temos que sair no mínino vinte minutos antes, para chegar cedo.

Meu pai, Marcos, sempre faz questão de dizer que Chegar cedo, e não na hora, nós faz ser um Maia. Ele diz que a questão não é ser pontual, é ser adiantado, está sempre na frente. Confesso que não concordo com essas "teorias" do meu pai.

- Hadassa? Vai assim para seu primeiro dia no segundo ano?! - Ester faz drama pela roupa que eu uso

Estou usando a farda, tem duas blusa do colégio, de cor branco com preto, a de mangas compridas, que estou usando, e com mangas curtas, além da camiseta da educação física, mas essa eu nunca uso, e vestia calça jeans preta, e Alts Star, como costume, vermelhos.

- Estou de farda Ester. - digo sem dar atenção, sentada na mesa para o café. - Bom dia pai. - o cumprimento, ele já estava na mesa.

- Bom dia, filha. - ele responde com um sorriso alegre.

Retribuiu o sorriso, o que eu mais gosto no meu pai é isso, ele sempre está de bom humor.

- Tudo bem então. - Ester fala vencida pela minha falta de estilo.

Como disse ela é diferente de mim, usava a blusa da farda, é obrigatório, com mangas curtas, por dentro de uma saia vermelha com pregas, tamanho médio, com uma jaqueta preta, com tênis branco. De cabelos soltos como os meus.

- Animadas para o segundo ano, do ensino médio? - Meu pai pergunta fazendo festa.

- Não.

- Sim.

Eu e Ester respondemos juntas, fazendo nossos pais rirem, Ester mim olha com os olhos quase fechados, mas que só faz amentar as risadas, de todos nós na mesa da cozinha.

Depois de tomar café da manhã, pego as chaves do carro vermelho, tenho 17 anos, e já dirijo por toda cidade sem problemas, esse é um dos benefícios de morar em uma cidade pequena. O carro era meu e da Ester, mas minha irmã não sabe dirigir, então... é meu, só não posso dizer para ninguém, minha mãe não ia gostar nada disso.

Minha mãe Débora, conta que sempre quis ter gêmeas, e Deus realizou o sonho dela... Com um ano de casamento, com muitos planos, muitas dividas com a compra da casa, mas aos poucos todo foi ficando no lugar.

Ontem no auditório do colégio Pinheiros, foi a apresentação das "turmas complementares", a escola oferece aulas de arte, música, teatro e dança, todas no período da tarde, eu participava da turma de música, no piano, Ester no vocal.

Eu adoro tocar, mas não gosto nenhum pouco de platéia, e o pós-apresentação é torturante, todas aquelas pessoas falando sobre mim, me fazendo lembrar da meia hora mais angustiantes da minha vida.

E neste dia em especial, o pós-apresentação, mim esperava, no momento que eu colocasse os pés no estacionamento do colégio.

- Hadassa! Parabéns estava linda ontem na apresentação - sr. Paulo mim aborda. Eu ainda estava no volante, estacionando o carro.

Paulo é o vigia do colégio, ele ficava sempre na guarita, é um senhorzinho simpático, baixinho, gordinho, é um amor de pessoa.

- Obrigada. - digo sem jeito - Que bom que gostou - sorriu timidamente.

- Se gostei?! Amei! - fala mais perto, passar um braço pelos meus ombros, mim dano um abraço de lado - Deixei até meu posto na guarita pra te ver - sorrir para mim - não conta pra ninguém, Rainha.

Ele pisca, mim soltando do abraço.

Aceno para ele, e tento acompanhar minha irmã, ela já estava no pátio da frente.

- Hadassa... - ela começa, tinha cara de que vai aprontar- Sabe uma coisa que eu observei?

- O que?

- Não mim interrompa.

- Mas você perg...

- Não mim interrompa - fala rápido brincando - Você tem mais amigos funcionários do que alunos.

É a mais pura verdade.

- Que nada Ester. - dou de ombro, fazendo pouco caso.

- Nada disso, é verdade. - ela para e olha em volta -  como é o nome daquele aluno? - Ela aponta um garoto alto, loiro, ele estava sorrindo para a tela do celular.

- Ehh - penso um pouco, eu conhecia ele, era do segundo ano A. - Fernando.... - arisco com coragem.

- Errado. - ela aponta uma garota de capelos castanhos avermelhados.

- É do primeiro não conheço.

- Tudo bem, essa não valeu.

Até chegamos na porta da nossa sala, segundo ano D, Ester apontou mais dez alunos, do segundo e do terceiro, só sabia o nome de quatro deles, e todas as zeladoras e guardas que via pela frente, sabia o nome de todos.

Ester estava certa, eu não tenho muitas amigas entre as alunas, mas isso não que dizer muita coisa, a garotas daqui de 19 anos para baixo, só pesão em besteiras e futilidades, a presidente do comitê de organização, Sabrina Jim, e a irmã menor dela Samira Jim, é o meu ponto de referência para futilidades, e todas as alunos de todas as turmas querem ser como elas.

Menos as gêmeas Maia's.

Ester não ligar para muita coisa que acontece na escola, ela estuda, tem amigos, participa da turma da música, sempre tira boas notas, o diretor, é nosso amigo, sempre que pode, almoça com a gente no refeitório. 

O diretor Sr. Duarte é um homem jovem, tem no máximo quarenta anos, que aparenta trinta, pele morena clara, sempre anda rindo de alguma coisa, e sempre tem algo de engraçado pra contar

Sr. Duarte, mas conhecido pelos internos como Amigão, isso porque todas as festas e comemorações, seja qual for, deixa tudo para o comitê, formados só por alunos, os alunos faziam da forma que queriam, a única regra é, não pode ter nada ilegal, como bebidas alcoólicas.

O mais legal na minha escola é isso, os professores não são autoritários, a maior parte é amigo dos alunos, almoçam no refeitório com os alunos, pega a fila como todo mundo.

Mas claro tem sempre uma maçã podre nessa cesta.

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