Como todas as quintas as 15h em ponto saio de casa, ando três quilômetros a pé, para visitar meus desconhecidos amigos meus.
Mas neste dia preferir ir de carro, não ia dar tempo, para depois ir para o colégio para ajudar Lorenzo com matemática.
Desta vez minha irmã estava comigo, ela também participava do projetos de tutores da escola, na matéria de sociologia e filosofia.
- Quem é seu novo pupilo de matemática Rainha? - Ester pergunta já no carro, a caminho da lanchonete D'Gosto, - A minha hoje de sociologia, é uma aluna do primeiro C Fabiane Guerra.
- Quem?! Você disse Fabiane Guerra?! - falo assustada.
- É conhece? - Ester pergunta curiosa.
- Não, mas o diretor mim disse pra fala com ela.
- Por que?
- Não farso a mínima ideia - falo sem tirar os olhos da estrada - Mas disse também pra falar com o irmão dela Ícaro Guerra, o diretor disse que eles mim ajudariam no comitê.
- Vou descobri pra você. - Ester fala, digitando no celular. - Não tem nada aqui. Na página da escola e tem nada também no histórico do fundamental, as notas deles não são tão boas, mas não são tão ruins. - Ester fala depois olhar em todos os lugares possíveis, disponíveis na internet sobre a escola.
- Tem foto deles? - pergunto já entrando lanchonete.
- Não sabe quem são eles?! - Ester fala incrédula. - Olha
Ester mim entrega o celular, tinha duas pessoas que poderiam ser irmãos gêmeos, a menina baixinha, gorduchinha, loira de olhos castanhos claros, cabelo liso nos ombros, o garoto era alto magro usava óculos, até na foto podia se ver que era tímido, os cabelos liso loiros soltos na cabeça, ela sorria largo, mas o garoto nem olhava para a câmera.
- Não mim falou quem é seu pupilo - Ester lembra, era assim que a gente chama os alunos das aulas de reforço.
- Lorenzo Dias. - digo sem tirar os olhos do celular.
XxxX
Ester mim acompanhava pala rua entregando os lanches a todos que víamos pelo caminho.
- Moça, qual é seu nome? - um senhor muito magro mim pergunta sem jeito.
- Hadassa, senhor.
Ele começa a rir a vontade.
- O que foi? - digo rindo com ele.
- Você... Mim chamou de... Senhor..! - Ele diz rindo.
- O que tem de errado nisso?
- Nada, só que ninguém normal mim chama assim a muito tempo. - Ele fala parando de rir.
- O senhor vai descobrir que eu não sou normal, e não farso nenhum esforço para ser. - pisco para ele com um sorriso.
Olho em volta, Ester estava no fim da rua distribuindo os lanches, e sorrisos, as pessoas andavam pela praça, todas tão concentradas nas suas vidas.
- A atenção de todos por favor!! - sem pensar duas vezes subo no banco da praça, falando o mais alto possível para chamar a atenção das pessoas que andavam por perto. - Um senhor hoje mim falou uma coisa que mim fez pensar, - digo alto, algumas pessoas parar para mim ouvir, - E eu passo essa pergunta para vocês, que estão aqui, o que seria o normal? O comum? Logicamente você diz "o que todo mundo faz é normal, comum" mas eu discordo de vocês! Existe tantas coisas estranhas que muitas pessoas fazem e nós classificamos de normal! - Digo firme andando sob o banco da praça, gesticulando - Não é normal pra mim ver uma pessoas sofrendo é não ajudar, mas é normal pra você ver alguem sofrendo e dizer; Não é da minha conta. - agora mais pessoas param ao meu redor, Ester mim olhava contente e eu continuou - Não é comum para você ver uma garota em cima de um banco da praça, falando o que pensa, Você diz; Que garota estranha! - consigo fazer aquelas pessoas rirem - Mas o que é estranho para mim é ver toda uma sociedade... Negar seus sonhos, seus pensamentos... Só para parecer Normal, em uma sociedade Estranha, e mesmo usando todas as forças ainda assim é impossível se encaixar, porque simplesmente isso não existe, um padrão de ações, aparência, modo de falar... Não importa se o seu estranho é o comum de outros, ou o meu comum é o estranho de todos vocês.
Desço do banco, as pessoas aos poucos seguem seu caminho.
- O que foi isso? - Ester se aproxima de mim, sentada no banco. Tinha mim esquecido que ela tinha vindo comigo hoje.
- Sabe quando a gente fala que o comitê é o Precioso da Sabrina? - sorriu largo - Essa momento aqui... É o meu.
Ester sorrir e mim abraça com força.
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- Para quem não gosta de atrasos, está bem atrasada. - Lorenzo diz sorrindo.
Depois de tem indo visitar meus amigos desconhecidos meus, acabei mim distraindo com a conversa do Estêvão, na lanchonete, e só conseguir que ele mim deixasse ir, depois de prometer que na outra vez ele iria comigo.
- Desculpa. - falo sem jeito, detesto atrasos.
Quando cheguei foi correndo para a biblioteca da escola, Ester em meu encalço, a escola é aberta para as aulas complementares, e para os voluntários como tutores.
A biblioteca tem três andares, o térreo para o fundamental, o segundo para o médio, e o terceiro para o professores. Só quem fosse tutor tinha passagem livre para o terceiro andar.
- Estava te procurando. - falo
- O professor falou que era aqui no segundo andar. - Lorenzo fala confuso.
- Verdade é o comum. - digo pegando minha mochila de cima da mesa - Se importa... De estudar em outro lugar?
- Ouvir dizer que não pode ser fora da biblioteca. - fala com o cenho franzido.
- Verdade de novo - digo com os olhos quase fechados - Quero ir para o andar de baixo, gosto mais de lá.
- Tudo bem - ele dar de ombro, se levantando pegando a mochila. - Mas por que gosta mais de lá?
Ando rápido, descendo as escadas com Lorenzo atrás de mim.
- Por isso. - digo, sigo para o fundo da biblioteca, tem um espaço grande, é um lugar para as crianças, com pufes coloridos, tem a vidraça que subia até o teto, sendo só ali no térreo. A vidraça mostrava o estacionamento da escola, com árvores espalhadas, como é a tarde se via poucos carros.
- Se dar bem com crianças? - Lorenzo pergunta olhando em volta, mim tirando dos meus pensamentos.
- Acho que são elas que se dão bem comigo...
Mim sento no chão da cerâmica usando os pufes como mesa, Lorenzo faz o mesmo na minha frente.
Na verdade Lorenzo não sabia nada de matemática, as operações simples não são tão fáceis como deveria ser no segundo ano do ensino médio.
- Ruivo onde você estudava antes de vir morar aqui? - pergunto como que não quer nada.
- Uma escola pública na capital. - Lorenzo responde baixo.
- Hum... Morava na capital? Não sabia. - falo devagar, fingindo desinteresse.
Não sou tão curiosa assim, mas não sei nada sobre o garoto ruivo.
- Quer mim contar como você acabou vindo morar aqui? - falo direto ao ponto, estou andando demais com a Ester.
- E-eu é-é....
- Não precisa mim contar se não quiser. - falo rápido, vendo o desconforto dele.
- Tubo bem - ele fala sem mim olhar - É que é complicado, só contei para o Gustavo.
Fico em silêncio esperando ele decidir se podia confiar em mim.
- Se mim responder todo que eu perguntar, eu te contou tudo que quiser saber. - Lorenzo fala animado.
- Feito. - digo firme, estendo minha mão para ele apertar.
Com um sorriso ele aperta minha mão.
Meu sexto sentido apita alto. Devia ter pensado mais?
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SpiritualQuantos pensam que estão livres? Hadassa Maia, sabe bem o que é ser livre, uma garota de disseste anos, no segundo ano do ensino médio no colégio EEFM. Pinheiros, descobre que não adianta ser livre se as pessoas em sua volta não são. Como essa miss...