Capítulo 4

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Meus olhos fecham com o cansaço e é  naquele momento que sinto todo o enfado da briga com o Sebastian me atingir.

Ele é amigo da família?

Era muita coisa para um único dia. Minha cabeça estava exausta e o corpo mais ainda. Sentia que o coração ainda batia acelerado pelas enxurradas de sensações que a simples presença daquele ser me trazia.

Eu sentia, mas não podia.

Esse “coisas” eram um caminho sem volta e eu não queria entrar nele. Na verdade não _podia_ entrar nele.

Minha cabeça estava como um furacão e ainda tinha a pessoa ao meu lado que piorava toda a minha vida. Na verdade, o ser humano que  jogou  toda ela em um buraco bem fundo.

E eu só conseguia me afundar mais e mais.

Abano a cabeça tentando dispersar aqueles pensamentos e finalmente encaro o homem ao meu lado.

Meu “pai” estava com as feições sérias e suas mãos apertavam o volante do carro até ficar com os nós dos dedos pretos.

Pigarreei incomodada.

— Então casou-se mais uma vez. — falei fingindo interesse.

Ele não me olhou, mas também não queria que visse o ódio estampado em meu rosto. Eu não poderia demostrar sentimentos!

— Realmente, sou filha de um homem sem vergonha na cara. — disse sem me conter.

Ele bufa e eu achava que ele poderia me bater se não tivéssemos em uma estrada com o carro do pai do Sebastian logo atrás.

— Não fale assim comigo! Sou o seu pai! — disse irritado e eu não contive a gargalhada sarcástica.

Ele continuava olhando a estrada com as feições duras. Eu ri novamente e balancei a cabeça em negação como se fosse a piada mais engraçada de todos os tempos.

— Você meu pai? — Rio novamente. — Passou anos sem olhar na minha cara, sem me fazer uma ligação, mas agora quer reivindicar o papel de pai? — indaguei furiosa. — Até o vizinho da casa da minha tia é  mais pai que você! — queria gritar, mas me contive.

Engolindo o choro em seco, eu fechei os olhos para buscar a calma em meu ser. 

Ele continuou calado, sem reação, como se não se importasse com o meu sofrimento.

— O que ela tem que minha mãe não tinha? — a pergunta sai como um sussurro frágil e eu sinto vontade e morrer por isso.

Eu não posso demostrar sentimentos! Mas parece que meu corpo não entende que estou em uma zona de guerra, ele não entende que isso aqui não è fantasia! No final nada irá ficar bem, ou melhor, pode até ficar, mas apenas quando ele me mandar de volta para a casa da minha tia.

Único lugar onde terei paz novamente.

Engulo o seco.

— Sabe, _papai_, nem todos os homens sabem valorizar a mulher maravilhosa que tem ao seu lado, as vezes eles preferem simples prostitutas mais novas, interessadas apenas no dinheiro. — minha voz transbordava de sarcasmo. — Eles gostam de mulheres artificiais e superficiais. — fiz uma pausa dramática. — Assim como você, _papai_. — sorri inocente.

Senti o carro freiar bruscamente e meu corpo foi totalmente para frente. Minha cabeça girou e segurei-me para não encolher-me com o medo que aquela atitude brusca me causou.

— CHEGA, JÚLIA, CHEGA! — ele grita batendo as mãos o volante. — Eu não irei tolerar suas atitudes infantis contra a minha esposa! Eu a amo e... — não ouvi o resto.

Facas foram cravadas no meu peito e instintivamente senti o ar faltar, resfoleguei.

Ele ligou novamente o carro e eu escorei minha cabeça na janela, concentrando cem por cento de mim em não chorar em sua frente.

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Olá!
Capítulo tenso...

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A paz do Senhor!

A EXCLUÍDA- Romance CristãoOnde histórias criam vida. Descubra agora