Capítulo 7

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Acabei dormindo falando com a Iza, na verdade não lembro se foi eu que dormi quando ela estava falando ou ela que dormiu quando fui fazer draminha por ter discutido com Simon.

 Ao me levantar da cama tento mais uma vez ligar para Simon.

Que? Ele desligou?

Confesso que tentei ser gentil mais ele não colabora.

Vou até o banheiro faço minha higiene matinal, me visto e desço as escadas para tomar café.

E lá estavam eles mais uma vez abraçados e com sorrisos estampados em seus rostos, os dois pombinhos que estão acabando com minha vida.

--Bom dia, queridinha. -Diz Lídia com uma cara mais falsa do que os seus próprios seios de silicone.

O dia mal começou e já estou sendo obrigada a ouvir essa voz ridícula!

Simplesmente a ignoro e começo a tomar meu café da manhã, meu pai calado e com a expressão séria de sempre em seu rosto, e Lídia beliscando a comida e vez ou outra  me encarando.

 Termino de tomar café e subo para meu quarto, estava esperando Iza chegar pois ontem tínhamos marcado que ela ia me ajudar a redecorar meu quarto. Aquela decoração completamente rosa, a cama repleta de ursinhos e bonecas, as paredes da mesma cor, um tapete peludo rosa...

Até as portas eram rosa! Credo, a coisa aqui não tá boa não.

              
                            🌹 🌹🌹

Depois de quinze minutos de espera ela chega. Uffa, Iza não era o tipo de pessoa muito pontual.

--Oiiii! Cheguei! -Diz Iza com os braços abertos e um sorriso enorme estampado em seu rosto.

--Sério? Eu nem percebi. -Falo com ignorância. -Nunca ouviu falar em relógio não? -Pergunto apontando para um relógio rosinha de ursinhos que estava atrás dela.

Eu era obsecada por ursos, só pode.

-Vou fingir que não te escutei e que você me recebeu com um abraço enorme e um bom dia. -Diz ela  gesticulando com as mãos e sentando na cama ao meu lado. - É minha amiga a coisa  aqui no seu quarto não está muito boa não. -Diz me provocando e ao mesmo tempo olhando para as paredes rosas repletas de ursinhos.

-Pelo menos não sou eu que durmo em uma lanchonete toda colorida. Fala sério Iza o que é aquilo? - Digo debochando da decoração do quarto dela. -Sinceramente até minha madrasta usa menos cores ao se vestir.- Falo e dou uma risadinha da cara que ela fez quando terminei de falar.

- Minha filha meu quarto é exclusivo... -Diz ela.

A porta se abre e ela não consegue terminar a frase.

Logo Simon entra com seu violão na mão e um sorriso de lado em seu rosto.

-Estão debatendo para ver quem tem o quarto mais bizarro é? Meus anjos não percam tempo, vai dá empate.       -Diz rindo da nossa cara e pondo seu violão encima de uma mesinha onde fica meu abajur. -Vamos ao trabalho!

-Simon! Eu te liguei várias vezes ontem e hoje mais cedo também. Por que  não atendeu? -Ele me olha e dá um sorrisinho de lado para Iza e ela faz o mesmo.

- É que a Iza me contou que você tava preocupada com a discussão que tivemos aí lembrei que quando você foi embora para Buenos Aires discutimos, e você me deu vácuo por uma semana. Só quis dá o troco. -Ele fala e desaba na gargalhada com a Iza.

-Izaaaa! Eu não consigo brigar com o Simon. Ele é meu melhor amigo. -Diz Iza me imitando com sarcasmo enquanto Simon estava chorando de rir.

-Ata. Muito engraçado. -Digo com um tom de voz desanimado para mostrar a eles que não gostei da brincadeira.

-Bom, vamos ao trabalho! -Simon fala ainda se recuperando do ataque de riso que teve junto com a Iza.

Trabalhamos a manhã toda. Aproveitei e guardei várias bonecas e ursos para doar, eram muitas.
Bom, encontrei desenhos que eu e o Simon gostávamos de entregar um para o outro. E cartinhas, pois tínhamos um correiozinho da amizade, eu enviava as cartinhas, Simon entregava e a Iza as recebia.

                         🌹🌹🌹

Hora de almoçar, desço as escadas com meus amigos e vamos para cozinha. Meu pai estava sentado, mas dessa vez sem Lídia, o que me deixava muito alegre. Sento-me perto de Simon e Iza e um silêncio perturbador se espalha pela casa.

 Até que a Iza acaba com ele, confesso que apesar de não saber as besteiras que ela vai falar estou mais aliviada, o silêncio me perturba as vezes.

-Bom... Tio Daniel como está meu velho? Quer dizer... está bem ? -Diz Iza gaguejando um pouco.

A Iza tem que parar com essas gírias!

-Sim, estou bem. - Responde e logo um sorriso minúsculo se abre em seu rosto. -Simon como anda sua tia Elisa?- Pergunta mostrando interesse.

-Ela está bem, já se recuperou da cirurgia. -Responde sorrindo de lado e meu pai retribue.

Lídia chega e se senta a direita de meu pai, pelo visto deve ter saído em um dos carros do papai. Logo sinto um desconforto enorme, não consigo ficar perto desta mulher.

Eu a odeio!

Termino de almoçar, Iza como sempre já tinha terminado esperamos o Simon e subimos novamente. O resto do dia se resumia em trabalho e mais trabalho e... já falei trabalho?

Finalmente terminamos! Eu amo meus amigos. Me ajudam tanto, eu e Simon combinamos que íamos fazer uma reforma no quarto da Iza. Aquele quarto é muito bizarro o sofá é um sanduíche gigante! Ainda bem que ela tem dois quartos, o outro é mais bonitinho.

-Meus amores muito obrigada! -Digo terminando de arrumar um quadro que estava perto de uma escrivaninha.

-De nada, sabe que não precisa agradecer. -Diz Simon me abraçando, eu retribuo.

-Tchau! Best. -Diz Iza me dando um abraço.

Acompanho eles até o portão, volto e avisto meu pai entrando para o escritório, mas antes dele fechar a porta ele olha para trás e nota minha presença.

-Júlia, minha filha amanhã quero ter uma conversa com você. Agora vá para seu quarto dormir. -Diz e não espera minha resposta logo fecha a porta.

  O que será que ele quer conversar comigo?

Vou para meu quarto e acabo dormindo me perguntando o que meu pai queria? Não sou o tipo de pessoa que gosta de esperar.

Continua...

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A EXCLUÍDA- Romance CristãoOnde histórias criam vida. Descubra agora