Capítulo 34

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Oi gente,

Faz tempo que não me manifesto nos capítulos, mas porque eu gosto deles esteticamente limpos. A exceção é por esse em especial ser importante pra mim.

Se vocês não se importam eu gostaria de deixar um pequeno relato pessoal aqui. Caso contrário podem começar a leitura lá embaixo, tá tudo bem.

Vou começar dizendo que a minha vontade de escrever e viver em geral voltou por conta de um evento marcante na minha vida. Meu pai veio a falecer em Maio desse ano.

Não estou contanto isso para que sintam pena de mim. Até porque a pior parte disso tudo foi ter que ficar ouvindo os "sinto-muitos" e os "meus pêsames". Os quais a única resposta adequada que eu encontrava era "Obrigada" ou "Obrigada por ter vindo".

Oque não era falso da minha parte, porque eu agradescia pelos meus irmãos e pela minha mãe. Eles pareciam estar precisando daquilo mais do que eu. Eu estava sofrendo também, mas parecia que eu estava me sentindo de um jeito não convencional ao perder um pai. Uma das pessoas mais importantes na vida de uma pessoa.

Eu não chorei naquele dia ou até esse dia que vos falo. Oque me fez questionar se eu não estava sendo insensível.

Na hora do enterro eu só conseguia pensar na minha mãe e no meus irmãos. Apesar de ser a mais nova, tomei a responsabilidade de ligar pra quem eu tinha que ligar (mesmo detestando falar ao telefone), assinar oque tivesse que assinar, escolher o horário do velório, etc(...). Ninguém parecia disposto e eu sempre tomei a frente em situações importantes. Naquele dia não foi diferente.

Eu não tinha a melhor das relações com o meu pai. Era a única que batia de frente com ele, mas ainda assim sentia que ele me respeitava e me amava. Desconfio até que ele já sabia da minha orientação, mas nunca me descriminou, mesmo com a criação conservadora que teve.

Eu tambem o amei e o amo muito, não importasse quantas vezes a gente brigava. Eu não conseguia perder a admiração pelo pai que ele foi pra gente, pela história de vida dele e pelo homem de caráter que ele era.

Eu sou quem sou e me orgulho disso é por ele e a minha mãe. Duas pessoas que me ensinaram oque era integridade e comprometimento.

Oque eu senti exatamente naquele dia que ele se foi?

Liberdade. Das duas partes.

Tanto da minha por não ter mais que presenciar ele se matando aos poucos com a bebida e escolhas ruins.

Quanto da parte dele. Eu senti que meu pai estava livre do quer que o estivesse atormentando. Agora ele se reuniu com seus pais e seu irmãos e pra mim isso foi reconfortante. Nada mais pode machuca-lo agora.

Me sinto estranha até hoje, mas estou otimista que em breve eu vou ter total controle da minha vida.

Reflexao final: Não tem um jeito certo de passar seu luto, mas meu conselho é que esse é um momento de ser verdadeiro consigo mesmo, pois acho que facilita no processo de superação.

Obrigada pra quem se ocupou de ler até aqui. Espero que tenha passado alguma mensagem por esta.

Recomendo vocês escutarem Gavin James - Till the sun comes up. Retrata bem a ambiguidade de sentimentos no capítulo. Boa leitura.

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Finalmente Lauren estacionou seu carro na entrada da mansão Cabello depois de atravessarem o portão. Todas saíram do carro mecanicamente e se agruparam para entrar no lugar. A morena se demorou um pouco para olhar em volta. Ao perceber que não as acompanhava, Camila parou e olhou pra trás. Esperou que Lauren a alcançasse e elas foram abraçadas pra dentro da mansão.

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