Capítulo 4 - Primeiro passo

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-Clara não acredito no que você acabou de fazer. Isso foi muito melhor do que imaginei pra dar o troco nesse idiota.

Raquel me dizia aos risos.

-Sabe de uma coisa? Estou me sentindo mais leve, eu sei que será um pouco difícil no começo mas me livrei de um casamento infeliz.

-Com certeza amiga!

Entramos no carro e partimos. Raquel ainda tinha ar de riso quando estacionamos no Hospital. Meu riso naquele breve momento se foi ao me lembrar o por que estava ali. Eu sei que minha amiga estava comigo e não me abandonaria mas eu estava com muito medo.

-Clara, força querida! Estarei aqui sempre!

Disse ela interrompendo meus pensamentos.

-Eu sei amiga e muito obrigada por tudo.

Sorri para ela mesmo sem vontade.

O caminho do estacionamento até a entrada do hospital foi em silêncio mútuo, acho que nenhuma de nós duas tinha o que falar de tudo aquilo.

-Boa tarde! - a recepcionista nos cumprimentou, olhando pra ela que parecia tão feliz fiquei imaginando como ela conseguia sorrir o tempo todo, Bom dia, Boa tarde, Boa noite, não importava se estava bom ou não , sempre tinha que ser educada.

-Viemos ver o Doutor Dênis Furtado. Temos hora marcada.

Raquel respondeu vendo que eu não falei nada.

-Claro, só um momento.

Sentamos nas cadeiras que tinham ali pois os sofás estavam todos ocupados. Esperamos por alguns minutos até que a mesma mulher que me atendeu ontem apareceu. Quando me viu ela veio em minha direção.

-Oi... é Clara não é?

-Sim isso mesmo.

-Meu nome é Priscila, desculpe ontem eu nem consegui me apresentar. Então Clara se quiser vir comigo consigo passar você na frente para ver o Dênis.

-Que bom , gostaria sim.

Ela devia ter mesmo intimidade com ele pra chama lo só de Dênis.

-Só um momento que preciso deixar um recado na recepção e já vamos.

Aquela jovem mulher me passava realmente muita serenidade e calma, seu jeito de falar era doce. Aguardei ela caminhar até a recepcionista lhe entregar alguns papéis e me dar um sinal com a mão para acompanha-la. Eu a segui e Raquel veio atrás de mim. Entrando no consultório dele ela me fez um sinal pra esperar.

-Doutor, Clara que se consultou com o senhor ontem está aqui. -Ouvi ela falar -Posso pedir pra ela entrar?

Logo saindo da sala me disse:

-Podem entrar o Doutor está esperando.

-Obrigada. - Eu agradeci e entrei.

-Boa tarde Clara.

O doutor estava me esperando em pé próximo de sua mesa, não pude deixar de notar em seu rosto um olho roxo, parece que não estava ali ontem, bom enfim mas o que eu tenho a ver com a vida do meu médico não é?

-Boa tarde Doutor Dênis.

-Boa tarde. -Se referiu a Raquel dessa vez. - Sentem-se, bom... como você digeriu tudo isso até agora Clara?

Me perguntou sem rodeios.

-Doutor sinceramente, eu não sei ainda não tive muito tempo pra pensar na situação, aconteceu muita coisa desde ontem, só posso dizer que estou me sentindo com medo.

Uma lágrima rolou em meu rosto, notei que Raquel ao meu lado também estava se segurando pra não desabar, ela então segurou a minha mão e continuei.

-Depois de tudo a única coisa que eu sei é que quero lutar, quero ter uma oportunidade.

-Bom Clara, eu precisava ouvir isso de você. Há vários pacientes que negam sua doença ou se revoltam, mas o primeiro passo é aceitar e querer se curar. E isso já é um passo muito grande. Agora vou te entregar alguns folhetos explicativos atrás deles você vai conseguir ver alguns horários de grupos de ajuda que temos aqui. Lá você vai encontrar algumas pessoas que tem câncer, outras que já perderam alguém, outras que superaram essa doença, você irá perceber que não está sozinha e que se lutar tem uma grande chance de recuperação.

-Obrigada Doutor.

-Hoje mesmo quero que você passe com o Doutor Lucas para lhe fazer uma avaliação, ele te dirá como serão os procedimentos daqui em diante. Clara, não deixe de me procurar se você tiver alguma dúvida ok?

-Sim doutor.

-Ótimo, minha assistente irá levá-las até a sala do Lucas, como eu já disse ele é um ótimo médico você estará em boas mãos.

Apertei a mão dele em agradecimento, e saímos da sala, Priscila já estava esperando do lado de fora.

-Vamos?

Nós a seguimos por um longo corredor e passamos por uma porta escrito Oncologia, em todas as salas eu podia ver crianças, idosos, jovens, não tinham idade padrão, só conseguia imaginar como essa doença terrível afetava tanta gente assim. Continuamos a seguindo até uma área onde estava escrito Oncologia Pediátrica, reparei que ali estavam internadas crianças de todas as idades possíveis, aquilo de certa forma me afetou muito, quando enfim chegamos a uma sala grande que mais parecia um playground, cheia de brinquedos espalhados, um espaço para leituras com vários livros em uma estante na parede e várias crianças ali brincando.

O notei brincando com as crianças estava de costas quando chegamos, elas se divertiam muito com ele. Deixei um pequeno riso escapar de meus lábios, esse Doutor Lucas devia ser realmente uma ótima pessoa.

-Doutor. -Priscila o chamou

-Oi Pri, o que devo a honra de sua visita? - Brincou com ela se virando.

Meu Deus! Quase tive um minienfarto ali mesmo, como pode ser? Se eu fosse um avestruz neste momento já teria cavado um buraco e enfiado minha cabeça dentro. Acho que fiquei vermelha, pois percebi como ele olhou pra mim.

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Como a Clara vai lidar com isso?
E a reação do Lucas como será?
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