Capítulo 6 - Enfrentar

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     Nota da Autora: Queridos Leitores tentei procurar uma música pra dar uma animada em nossa personagem Clara, pensei na música da Kelly Clarkson Stronger, coincidência ou não achei o clipe acima devo confessar que eu mesma assistindo me emocionei, mas quem me conhece sabe que sou chorona mesmo, mas vale a pena olhar, e ter uma conscientização muito importante sobre esse assunto! Beijos e boa leitura!

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     Que vergonha, como eu pude ser tão grossa com ele? Eu e minha boca grande, com que cara eu vou olhar pra ele que provavelmente não vai nem querer me consultar se ele me reconhecer. Olhando ele ali brincando com aquelas crianças, algumas delas usavam lencinhos na cabeça, pude me sentir feliz e entristecida no mesmo momento. Ele deve ser realmente uma boa pessoa e um ótimo médico como o Doutor Dênis falou.
-Oi. - Uma voz infantil me fez sair de meus pensamentos.
-Oi querida. Como é seu nome?
-Me chamo Sofia. Estou indo pra casa hoje sabia?
-Que ótimo , fico muito feliz por você! E que lenço lindo, você fica linda com ele.
-Obrigada, sabia que você parece uma princesa? -Me falou toda sorridente
-Owwnn, -Aquela garotinha derreteu meu coração- obrigada ! Mas eu acho que você sim é uma linda princesa e que hoje o Reino todo vai estar em festa esperando sua volta junto com o Rei e a Rainha e que você vai aprontar muitas travessuras por lá.
-Voce acha mesmo Tia?
-Claro que sim.
-Obrigada. -Ela pulou em meus braços e me deu um beijo enorme. - Tirando o lenço da cabeça ela me entregou - Tia fica com ele para se lembrar de mim, agora não vou precisar mais.
     Apenas pisquei pra ela, porque se fosse responder com certeza iria chorar. Como uma menininha tão frágil pode ser tão forte assim?
-Agora sim. -  ele disse a mim e a Raquel - Vamos?
Eu não consegui dizer nada somente respondi com a cabeça.
Fomos atrás dele, e sem que eu percebesse um sorriso apareceu em meu rosto, Raquel me olhou como se não tivesse entendendo, nem eu mesmo estava.
Chegando a uma sala ele nos convidou a entrar pediu que nós sentassemos. Eu só conseguia pensar em nós dois no outro dia no esbarrão e como eu descontei tudo em cima do coitado, será que eu deveria pedir desculpas ou deixar como está? As vezes ele nem vai se lembrar de mim, se ele falar algo eu me desculpo.
-Clara Albuquerque?
-Sim Doutor.
-Pode me chamar de Lucas.
-Ok.
-Esta é sua irmã?
-De sangue não, mas é uma amiga irmã.
-Voce já avisou sua família?
-Doutor, - ainda era difícil pra mim chama-lo pelo nome - na verdade eu não tenho família.
-Sinto muito, mas acredito que esta irmã te recompensa por todos os outros familiares que poderia ter.
-Com certeza, ela é minha família.
     Esse doutor sabe das coisas. Olhei para Raquel de canto e vi lágrimas caírem de seus olhos, voltei a atenção somente ao médico para evitar chorar também.
-Bem, agora nós vamos falar um pouco sobre sua doença ok? Se tiver alguma dúvida pode me perguntar.
-Sim doutor. -Meu Deus será agora a hora que ele fala que eu não tenho salvação e meu fim está próximo.
-Clara Leucemia não é uma doença simples como muitos acham por aí, riscos de mortes tem sim, em muitos casos que não são descobertos antes e em alguns que tem sérias complicações. No seu caso é um tipo de Leucemia que a maior reincidência acontece em crianças, o número de adultos afetados por ela é menor mas não impossível. Essa doença ocorre quando as células-tronco responsáveis pela origem dos componentes do sangue sofrem alterações. Esses componentes do sangue são os responsáveis por combater infecções, impedir hemorragias e também fazer a oxigenação do organismo. Está entendendo até aqui?
-Sim Doutor , pode continuar.
-ok! As células param de funcionar e se reproduzem de forma muito rápida, pelo fato da doença ser aguda. Esse tipo de leucemia afeta as células que ainda estão sendo formadas, comprometendo as células sanguíneas. A evolução da doença é rápida, por isso é muito importante que o diagnóstico seja dado rapidamente. Nos adultos a chance de cura é de 50%. Mas você tem um ponto a seu favor, você descobriu no início. -Minha cabeça já tinha dado um nó com a explicação, mas só de saber que eu tinha alguma chance meu coração deu um pulinho de alegria- Eu vou passar alguns exames mais específicos e quero que você venha amanhã de manhã para fazer os exames e depois vamos conversar novamente.
-Ok. Mas amanhã o hospital funciona normalmente? É feriado.
-Sim, colocarei seus exames como urgentes e amanhã eu estarei aqui.
Ele parou a conversa por alguns minutos, digitando algumas coisas em seu computador.
-Clara então por hoje é só, nos vemos amanhã?
-Sim doutor.
-Eu já disse que pode me chamar de Lucas, entraremos nessa batalha juntos, então prefiro que me chame pelo nome.
-Tudo bem. Então ... Lucas, muito obrigada. E até amanhã.
     Ele se levantou de sua cadeira e apertou minha mão. Se despediu de Raquel também e saímos de sua sala. Já estávamos distantes próximas ao hall de entrada. Raquel olhou para mim.
-Menina o que foi aquilo?
-Ann? - Disse, não entendendo nada.
-Clara vai dizer que você ficou cega agora?
-Como assim?
-Aquele médico, parece que veio do céu, só faltou um par de asinhas. Achei que médicos bonitos assim a gente só via na televisão naqueles seriados.
-Raquel.... Você ficou interessada no meu médico. - E dei uma gargalhada.
-Interessada não, até mesmo porque não saio com namorados de amigas.
-Que? Que amiga sua ele namora?
-Olha eu não sou cega, vi como você olhou pra ele, e como ele olhou pra você, é química, e como dois mais dois são quatro, até o fim desse tratamento acho que alguém vai estar apaixonada.
-Larga a mão de ser boba Raquel. Vamos logo antes que você fale mais besteira.
     Entramos no carro e partimos, Raquel me convidou para morar no seu apartamento, mesmo eu insistindo em procurar algum lugar pra ficar, ela quase me estrangulou quando cogitei essa idéia, então por livre e espontânea pressão eu agora era a nova colega de quarto dela.
Posso dizer que pensar nisso era bom, finalmente eu ia ter alguém que se preocupasse comigo, me lembrei da Laura, minha amiga de infância, morávamos juntas no orfanato, dividiamos o quarto, uma cuidava da outra, quantas coisas passamos juntas, mas em fim ela foi adotada e eu não, nos separamos e eu nunca mais a vi. Chegando no apartamento, tiramos as malas do carro, e o Porteiro nos ajudou a subir, pois ali não tinha elevador, já na sala com as minhas coisas espalhadas pelo chão, eu não estava mais aguentando estava muito cansada.
-Raquel podemos deixar para arrumar amanhã? Estou cansada.
-Sim, aproveite e vai tomar um banho enquanto eu preparo o jantar.
-Obrigada Amiga.
     Tomei meu banho , pensando em tudo que passei durante aquele dia, coloquei uma música em meu celular da minha cantora favorita, Kelly Clarkson, Stronger, era o que eu precisava ser naquele momento da minha vida, tudo que passei com o Pedro, toda essa descoberta da minha doença, a mudança repentina do Sr.Almeida, encontrar com aquelas crianças tão frágeis e tão fortes, e em fim pensei no Doutor.
-Lucas.
Pronunciei seu nome que ainda era estranho sair de minha boca, pensei no que ele me disse sobre a doença, e que eu tinha uma chance de 50% de recuperação, como eu irei enfrentar tudo isso eu não sei, mas sei que não estaria sozinha, e eu sabia que assim como a música "What doesn't kill you makes you stronger! Stand a little taller
Doesn't mean I'm lonely when I'm alone What doesn't kill you makes a fighter Footsteps even lighter" ....
"O que não te mata, te deixa mais forte Te faz sentir-se mais alto Não significa que estou solitária quando estou sozinha O que não te mata te faz um lutador Deixa os passos mais leves!"
     E daqui em diante era o que eu precisava ser ! Forte!

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Fonte: https://minutosaudavel.com.br/o-que-e-leucemia-tipos-sintomas-tratamento-tem-cura/


Música: Kely Clarkson - Stronger


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