Capítulo 5.

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A noite chegou sem cerimônia, trazendo consigo suas pequenas belezas naturais romantizadas.

Hoseok passou os dias em uma espécie de voto de silêncio, sendo torturado mentalmente pelas palavras de Taehyung.

Não queria sentir raiva de seus Hyungs por terem contado ao rapaz sobre seus problemas, já que poderia ele mesmo ter uma recaída a qualquer momento, e simplesmente desaparecer.

E, não se importava que o primo de Jin soubesse disso, afinal, não mudaria sua situação em nada, porém, não havia entendido o porquê do Kim lhe dizer tais palavras como se, ao procurá-lo primeiro, conseguiria esquecer da vontade, do libido.

Sútil, ele fitava seus "pais adotivos" conversarem, enquanto preparavam um bolo juntos. A cena era realmente meiga de ver, mas Hobi não deixava de notar, que ambos eram realmente dois homens.

Ele não gostava que homens o tocassem, porquê os homens que ele conheceu, o machucou. O rasgou, e cuspiu em sua existência.

Jin e Namjoon foram os únicos daquela raça que lhe deram abrigo, que lhes protegeu e que se esforçaram - se esforçam - para curá-lo.

Doenças terminais não desaparecem, não existe remédio que as cure verdadeiramente. Elas sempre voltam, destruindo outra parte de si, até que não reste mais nada.

Hoseok estava doente, e essa doença não tinha cura.

– Hyungs, podemos conversar... – Pediu calmo, deixando um sorriso curto nascer em seus lábios.

Hobi realmente era um doce.

– Claro, o que foi? – Jin respondeu lavando as mãos.

– Vocês contaram à Taehyung sobre meu problema? Por que ele quer que eu o procure sempre que estiver... – Ele fitou o chão, sem coragem para falar aquela palavra. – Ele é algum médico? Estão pensando em me colocar em uma clínica? – As perguntas saíram rápidas, emboladas e trêmulas.

O moreno estava com medo.

Não conseguia entender o porquê  de Taehyung sempre se mostrar interessado em ajudá-lo. Eles não eram amigos, parentes, ou se conheciam bem. Nada os ligava, além de Jin.

A verdade é que Hoseok não via bondade nas pessoas, e Taehyung não passava longínquo desse pensamento.

O mais velho sorriu sereno, aproximando-se do menor, apertando-lhe as bochechas salientes.

– Quantas perguntas bobas! – Pigarreu. – Por que está nos perguntando isso? – O maior questionou, sobrepondo suas mãos na cintura.

Hoseok engoliu seco, abaixando a face em vergonha.

– Bem, quando Taehyung e eu estavamos à sós no banheiro ele...

– Eu disse que ele deveria me procurar.– O loiro completou, após surgir na sala. Seu cabelo estava molhado e ele usava roupas largas, aparentemente quentinhas. Denunciando aos que o olhavam, que havia acabado de sair do banho. – Caso ele sentisse vontade de usar alguma coisa. – Finalizou, direto ao ponto.

– Como se um desconhecido pudesse fazer alguma coisa por mim. – Debateu Hoseok melancólico por tocar naquele assunto; que quase nunca via à tona.

Ele não gostava de falar sobre sua dependência, por mais que fosse preciso.

– Oh' isso é massa de bolo? – Perguntou apontando para a tupperware em cima do balcão. Ignorando as palavras do moreno.

Seokjin sorriu.

– Sim, mas não pense que vai se entupir de massa crua. – Tae fez uma careta, mas logo sua atenção foi tomada pela expressão mórbida do Jung.

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